Em tempos de carros zero km com preços nas alturas, o mercado de seminovos tornou-se uma boa opção para quem busca modelos mais equipados e com motorização potente pelo preço de um novo básico, pagando até 30% menos nesta comparação.
A depreciação é mais acentuada nos primeiros três anos de uso, sendo que o veículo perde cerca de 20% do seu valor de tabela só por deixar o pátio da concessionária – caindo para 10% nos dois anos seguintes.
Depois disso, a desvalorização fica entre 5% e 7%, dependendo do modelo, é claro - quanto mais caro e luxuoso o carro, maior a depreciação.
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Por isso, a aquisição de um zero km, para quem se preocupa em não perder muito na revenda, vale mesmo a pena somente quando o cliente pretende ficar com o bem por quatro ou cinco anos. Bom ressaltar que é considerado seminovo o veículo com até três anos de uso. A partir daí até o oitavo ano, ele é um ‘usado’, e acima disso, ‘velho’.
O seminovo oferece também outros benefícios, como a garantia de fábrica (cada vez mais estendida pelas marcas) e a de precisar apenas de manutenções preventivas, uma vez que as peças não sofreram ainda tanto desgaste quanto as de veículos mais antigos.
Se você está pensando em levar para a garagem um modelo já em uso, confira dez dicas para não entrar numa roubada na compra:
1. PESQUISE ANTES
Mais importante do que saber quanto tem para gastar, procure saber como estão os preços dos seminovos. Afinal, a grana que você tem no bolso pode comprar tanto aquele compacto 1.0 quanto um sedã 2.0, um pouco mais antigo que talvez se encaixe melhor nas suas necessidades.
A tabela FIPE é a principal referência, e é possível pesquisar os preços no seu site. Se o modelo escolhido estiver com valor em torno de 5%, para cima ou para baixo, negocie. Acima disso, você tem que pechinchar. E muito abaixo, pode desconfiar. Tem algo errado aí.
E lembre-se que o financiamento de um usado é mais caro do que o de um novo e com prazos menores. Ou seja pagará mais juros, e quem sabe uma parcela mensal maior, do que se comprasse um zero km. Por isso, se puder pagar à vista, melhor.
2. PARTICULAR OU REVENDA?
É a dúvida que mais aflige o comprador. Geralmente, a decisão recai sobre o carro escolhido: se o modelo que você procura está na mão de um particular, não tem jeito. É aí que se encontram as melhores negociações, com preços atraentes e condições de pagamento facilitadas.
Contudo, procure visitar o carro de dia, para que as eventuais imperfeições não fiquem escondidas, e em lugar movimentado, para evitar surpresas desagradáveis, como assaltos. As feiras livres ainda são um bom lugar para pesquisar.
Nas revendas ou feirões de fábrica e de concessionária você tem ao seu lado o Código de Defesa do Consumidor, que entre outras coisas protege o comprador com, no mínimo, três meses de garantia para o produto adquirido. Por outro lado, podem querer lhe empurrar um automóvel fora do seu alcance ou necessidades.
Há marcas automotivas que possuem programas para modelos usados. Com isso, o cliente tera acesso a certificado de procedência, em geral com um relatório com mais de 100 itens inspecionados e garantia adicional de 1 ano. O preço do veículo, porém, será um pouco mais caro.
3. FICHA CORRIDA DO CARRO
Sempre deparamos com aquele anúncio: 'único dono'. Será que isso é verdade mesmo? Para ter certeza, é fundamental conhecer o passado do veículo. Saber se foi comprado em leilão, sofreu sinistro ou se está com restrições judiciais, e, é claro, com todas as revisões em dia.
Melhor é gastar um tempo com uma pesquisa profunda do que se arrepender da compra depois. Com os números da placa, renavam e chassi faça consultas sites e aplicativos especializados nesse tipo de serviço, que pode ser gratuito ou cobrado. Entre os mais conhecidos estão ‘Consulte meu carro’, ‘Checkauto’, ‘Carfacts’ e ‘CheckMeuCarro’, além do app ‘Ultilcar -Veículo, Multa e CNH’ e o site dos Detrans estaduais, que traz dados como multa, restrições, débitos, bloqueio por furto, entre outros.
Se preferir, há empresas credenciadas pelo Detran que realizam vistorias de identificação. Objetivo é analisar a originalidade e legitimidade do veículo. É fundamental que a vistoria seja realizada pelo interessado, já que há a possibilidade dos criminosos falsificarem o laudo para transmitir maior confiança à transação.
4. PENTE FINO
Você escolheu o carro, combinou com o dono e foi lá dar uma olhada. Quando chega... o veículo está sujo, empoeirado. Fique esperto! Alguns vendedores deixam o carro assim para você não perceber falhas na pintura, riscos ou possíveis batidas leves. Se for o caso e quiser muito o automóvel, pague um lava-rápido. Vale o investimento.
Carros provenientes de leilões e consertados após um sinistro ou batida, também passam despercebidos, por isso no momento da compra é preciso ter muito cuidado.
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5. MECÂNICO A TIRA COLO
Muitas revendas permitem ao cliente levar o automóvel para ser inspecionado por um mecânico de confiança. Se não for permitido, leve este profissional à loja antes de fechar o negócio.
Ele terá mais habilidade em descobrir uma válvula batendo, um radiador entupido e problemas no sistema elétrico ou motor, além constatar se o veículo foi batido. Mesmo que ele cobre, consertar os problemas depois sairá mais caro.
Se não conhece nenhum mecânico, procure empresas que prestam esse tipo de serviço. Há várias no mercado.
6. CUIDADO COM O HODÔMETRO
Pneus gastos nem sempre significam carro mal cuidado. Eles devem apresentar algum desgaste por volta dos 40.000 ou 50.000 km, e isso deve bater com a quilometragem.
Desconfie se o hodômetro apontar 30.000 km e os pneus ainda estiverem novos. Tente descobrir o porquê da disparidade.
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O mesmo raciocíno se aplica aos pedais e volantes. Se estiverem gastos e o hodômetro marcar 10.000 km, agradeça o vendedor e vá embora, pois ele certamente alterou a quilometragem.
Esse tipo de peça começa a apresentar desgastes geralmente depois dos 100.000 km. O mesmo vale para as outras peças que ficam em contato com o motorista, como manopla do câmbio, bancos e os demais comandos.
7. EQUIPADO DE FÁBRICA
Ter um carro equipado faz toda a diferença no dia a dia. Mas dê preferência a modelos que já venham com ar-condicionado, rádio, direção hidráulica ou bancos em couro de fábrica. Uma fabricante sempre montará esse tipo de item com mais rigor e controle de qualidade do que um lojista. Isso serve também para vidros e travas elétricas e, mais ainda, para o teto solar.
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8. VOLTINHA BÁSICA
Seja cara de pau, afinal você é o cliente do momento e sempre terá razão. Faça um test drive. Confira tudo, desde como o volante está alinhado, qual o barulho que a porta faz e se há os ‘grilos’ quando se passa por buracos.
Tente também manter a aceleração em rotações mais altas por um tempo para ver se o motor não falha. Mesmo que estiver tudo em ordem, dirigir o carro o levará à certeza se era aquele modelo mesmo que você queria – ou decretará sua reprovação.
9. CARA CRACHÁ
Talvez a dica mais importante. Na frente do carro, olhe os parafusos que juntam peças da carroceria ao monobloco. Se eles estiverem de cores diferentes do restante, possivelmente o carro foi batido. Na traseira é só tirar o tapete do porta-malas e conferir a cor.
Cheque sempre os números em baixo relevo que ficam no motor e no assoalho do carro. Confronte com os que aparecem nos vidros. Se algum deles não bater, anote a placa e chame a polícia.
10. TRANSFERÊNCIA EM 30 DIAS
Feito o negócio, é necessário que o comprador faça a transferência do automóvel em ate 30 dias a partir do preenchimento do CRV (Certificado de Registro).
Em caso de descumprimento do prazo é aplicada uma infração grave com multa de R$195,23 mais cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
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