Aprovado para qualquer terreno
Testamos o Discovery Sport em um cenário que nada lembra a tropicalidade brasileira. Mas, pelo menos, o utilitário desembarcará no país credenciado a encarar qualquer situação hostil. Estradas com gelo e neve, rajadas de vento e riacho. Nada que pudesse fazer frente ao carro. A assistência eletrônica do Terrain Response e do Roll Stability Control facilitou cumprir o trajeto de quase 300 km, em dois dias de percursos, sem contratempos apenas um pequeno susto com um dos carros, que escorregou numa curva com gelo e foi parar em um barranco com neve . Para sair nada de guincho, o próprio SUV se encarregou de voltar à pista.
Na travessia em um rio de águas glaciais, os bons ângulos de entrada (25°) e de saída (31°) possibilitaram superar as margens sem sacrifício. Os fortes ventos bem que tentavam, mas não conseguiam vencer a calibrada suspensão, independente McPherson na frente, multilink nas rodas traseiras.
No inverno da Islândia, o sol nasce após as 11 horas e se põe por volta das 4 da tarde. Ou seja, guiamos sob a escuridão durante parte do percurso. A ampla área envidraçada do carro e os faróis com fachos de luzes direcionais evitaram surpresas nas estreitas pistas sem acostamentos. Já o motor 2.0 turbo tem respostas rápidas, ajudado pelo câmbio de nove marchas de trocas imperceptíveis.
Se o novo Discovery Sport será capaz de levar a Land Rover a outro patamar de vendas no Brasil a partir de maio, quando começa a ser importado, ainda não sabemos. Mas, o que o utilitário esportivo é capaz de fazer após apertar o botão de partida (start/stop) podemos afirmar com segurança: não há adversidades de piso e clima que possam pará-lo. O novo carro de entrada da marca inglesa, que substituirá o Freelander 2, desembarcará com preço de R$179.900, podendo custar menos quando virar nacional em 2016, na futura fábrica de Itatiaia (RJ).
VÍDEO: veja a Discovery Sport em ação
Para mostrar que o seu modelo tem tudo para se transformar em um xodó entre os brasileiros com grana e sede de aventura fora de estrada, a Land Rover convidou um grupo de jornalistas especializados a testar as habilidades do veículo na inóspita Islândia, uma ilha da Europa, colada ao Polo Norte e de colonização viking.
O Discovery Sport segue o 'efeito Evoque', no qual os novos modelos da marca adotam as linhas do celebrado crossover, que pôs fim ao estilo 'quadradão' da Land Rover. Vindo, o Sport lembra bastante o irmão mais caro (que parte de R$ 215 mil no Brasil). Visto de lado, há o mesmo caimento do teto na traseira, que remete a um cupê. Porém, as proporções são mais avantajadas no Discovery. Lanternas e lentes têm também um desenho exclusivo.
Versátil
Apesar de parecidos, a proposta de ambos é distinta. O Evoque é a porta de entrada para a linha Range Rover, mais sofisticada e com inúmeras soluções tecnológicas que privilegiam o conforto e a condução urbana. O Sport abre a família Discovery, que se destaca pela robustez do conjunto, capacidade lameira e, sobretudo, a versatilidade. A começar pelos dois bancos extras guardados sob o assoalho do porta-malas. Eles permitem ao modelo transportar até sete pessoas. A fila central de assentos pode ser rebatida, deixando o assoalho reto e possibilitando o transporte de 1.810 litros. Com 5 pessoas, ele leva 829 l.
O Sport agrega os sistemas eletrônicos off-road habituais da Land Rover, como o Terrain Response (adapta automaticamente as configurações do veículo de acordo com o tipo de terreno), o Roll Stability Control (detecta e previne situações com risco de capotamento) e o Hill Descent Control (auxilia em descidas íngremes com pisos escorregadios ou cascalhados, acionando o freio automaticamente).
O trem de força é o mesmo do Evoque. Um bloco a gasolina 2.0 turbinado, que rende 240 cv e torque máximo de 38,7 kgfm a 1.750 giros, administrado pelo câmbio automático de 9 velocidades. Quem curte a troca manual das marchas, pode fazê-la pelas aletas atrás do volante. A aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 8,2 segundos, com velocidade máxima de 200 km/h.
Há ainda uma opção 2.2 turbodiesel, de 190 cv, com a mesma transmissão e recursos de tração, no entanto o conforto na condução é quebrado pelo ruído do propulsor, que invade um pouco mais o interior. A vibração também é perceptível, mas longe de incomodar.
Mais sóbrio
Ao entrar na cabine, percebe-se que a intenção não era a de aproximar em sofisticação o Discovery Sport ao irmão mais famoso. O revestimento é de qualidade, é claro, mas um degrau abaixo dos futuros concorrentes alemães, como Audi Q5 e BMW X3, e o sueco Volvo XC60. No console, há o tradicional botão giratório do câmbio e a tecla do freio automático de estacionamento. O painel frontal exibe as teclas de seleção das funções de auxílio à condução e do ar-condicionado, além da tela de 8" sensível ao toque, que reproduz um sistema multimídia de fácil interação e funcionalidade.
Os planos da Jaguar Land Rover é produzir 24 mil unidades do Discovery Sport por ano. Uma versão 4x2 do jipão está confirmada.
O jornalista viajou a convite da Jaguar Land Rover
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