Dúvidas ainda cercam os Flex

• 0

Tendo como objetivo principal esclarecer todas as dúvidas e especulações sobre o sistema bicombustível, bem como comprovar a eficiência dos freios ABS, a GM do Brasil e a Robert Bosch estão promovendo a expedição Chevrolet Flexpedition-ABS Experience. Contando com a participação de jornalistas da área automotiva e técnicos da Bosch, o comboio formado por seis Chevrolets flexpower vai percorrer até o fim do ano um total de 12 mil quilômetros entre o Chuí e o Oiapoque.

A expedição teve início em setembro, quando os carros venceram mais de 2 mil quilômetros atravessando os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A segunda etapa desta viagem teve início ontem em São Paulo e os carros irão cruzar os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Conforme o organizador desta empreitada, Luiz Cezar Fanfa, o resultado final desta expedição será de grande valia para estudos técnicos, bem como também para a divulgação das mais belas paisagens do Brasil. Aproveitando o início da viagem, o gerente de projeto e aplicação da Unidade de Sistemas Gasolina da Robert Bosch, Humberto Gavinelli, esclareceu quais são as dúvidas mais freqüentes ainda existentes sobre os carros Flex. Confira abaixo:

O carro bicombustível tem dois tanques?Assim como os convencionais, o carro bicombustível possui apenas um tanque principal. Existe um pequeno reservatório auxiliar, localizado junto ao motor, no qual proprietário do carro precisa abastecer com gasolina, para auxiliar na partida a frio caso utilize o álcool no tanque principal.

Ao ser abastecido pela primeira vez, o carro deve receber somente gasolina para não apresentar posteriormente problemas na partida a frio?Desde o início de sua vida útil, o motor é projetado para funcionar tanto com gasolina quanto com álcool. Inclusive as montadoras fazem o primeiro abastecimento com álcool, pelo fato de ser o combustível mais barato.

O carro bicombustível deve ser abastecido só com gasolina ou só com álcool. Caso contrário, começa a falhar?O sistema é projetado para funcionar com os dois combustíveis. As falhas que podem ocorrer não são em razão do uso desse ou daquele combustível, mas da má qualidade (excesso de água no álcool ou de álcool na gasolina). Convém sempre abastecer em postos de confiança e, na dúvida, pedir o teste de qualidade ao frentista.

Ao substituir álcool por gasolina e vice-versa no tanque, é necessário fazê-lo gradativamente?O motor tem um gerenciamento eletrônico que reconhece instantaneamente o tipo de combustível. Portanto você pode abastecer com álcool, ou gasolina ou com os dois juntos a qualquer momento.

Quais situações em que o proprietário pode dar preferência para um ou outro combustível?Se for realizar uma longa viagem, é recomendado o uso da gasolina pelo fato dela apresentar maior autonomia evitando mais paradas para abastecimento. Agora, caso o motorista prefira ter um carro com mais desempenho, o álcool então é o mais indicado.

É possível economizar usando apenas álcool?Se o objetivo principal for apenas o de diminuir os gastos com combustível, é recomendado o uso do álcool desde que o preço do litro na bomba seja igual ou menor que 70% do valor do litro da gasolina. Assim, a diferença no consumo será compensada mesmo que seja necessário aumentar o número do idas ao posto.

Existem alguns cuidados especiais com o carro bicombustível?Sim. É importante verificar o nível do tanque adicional de gasolina, principalmente em dias frios. Evitar o uso de aditivos ao optar pela mistura de combustíveis e ainda usar um aditivo recomendado para cada combustível quando se opta pela preferência de um ou outro. Também é importante seguir orientações do manual do proprietário, efetuando a troca do óleo e filtros em períodos recomendados.

Caso ocorra problemas com o motor, as oficinas mecânicas já estão preparadas para esta tecnologia?Todas as oficinas autorizadas já estão treinadas para lidar com esta tecnologia.

A manutenção de um bicombustível é mais cara que um veículo convencional?No geral é bem próximo a de um carro convencional, mas, existem componentes que apenas trabalham exclusivamente em contato com o álcool, por isso, o custo pode ser mais alto.

Posso transformar qualquer modelo de carro em bicombustível?Não é recomendado. Um fator que não favorece a transformação para o bicombustível é que ela ficaria muito cara, considerando que seria necessário trocar todos os componentes do sistema que tem contato com o combustível, além do módulo eletrônico e, eventualmente, peças do motor.

Quais os problemas que um combustível adulterado provoca em um veículo flex?Seja um veículo convencional, de apenas um combustível, quanto um flex, o abastecimento com combustível adulterado pode causar: redução da vida útil da bomba e do filtro de combustível, bem como de todas as partes que estiverem em contato com o combustível, dificuldade de partida, aumento do consumo e emissão de poluentes, além da perda de desempenho do motor.

Roberto Massignan Filho Colaborou Arthur Lustosa