Foram 11 meses de tanque cheio e custo reduzido desde que adquiriu Volkswagen Gol 1.6 Total Flex. No entanto, a disparada no preço do álcool após o Carnaval fez o consultor de recarga Paulo Sérgio Kugler, 25 anos, adaptar-se à nova realidade. "Se antes com R$ 50 eu completava o tanque, agora com o mesmo valor só consigo colocar meio tanque. Por isso, há duas semanas estou utilizando apenas gasolina, pois o custo-benefício é maior", observa o morador do bairro Uberaba, em Curitiba.
A vantagem a que Kugler se refere está ligada diretamente ao consumo por quilômetro rodado. Num trajeto de 55 km, o seu carro costuma gastar 9 litros de álcool ou o equivalente a R$ 18,45 (considerando a média de R$ 2,05 praticado em Curitiba). Já com o derivado de petróleo o seu Gol precisa de 5 litros ou R$ 12,85 (R$ 2,57 por litro) para percorrer a mesma distância. "A utilização do álcool como combustível implica no aumento de consumo devido ao menor poder calorífico, quando comparado ao da gasolina. Isto significa que é necessária maior quantidade de combustível para realização do mesmo trabalho", explica Jefersson Domingos da Silva, chefe de oficina da Berko Centro Automotivo, no Hauer.
A economia que obteve durante quase um ano desde que comprou o modelo flex faz Paulo Kugler não abrir mão do segmento bicombustível, porém o preço elevado tanto do álcool quanto da gasolina já despertou o interesse nele em adquirir uma moto. "Como uso o veículo diariamente para ir a escola e ao trabalho, o gasto acaba sendo muito alto. Por isso, uma motocicleta viria a calhar", destaca o consultor, que sempre abastecia no mesmo posto, mas agora passou a acessar o site do Procon-PR para pesquisar os estabelecimentos mais em conta. "O problema é que muitos ficam muito longe e só aceitam pagamento à vista", reclama.
O estudante Martinez George Morais, de 22 anos, está satisfeito com a economia que seu Volkswagen Fox 1.0 Flex trouxe se comparado ao beberrão Renault R19, seu ex-carro, que fazia na cidade uma média de 8 km/l com gasolina. "Agora, esse desempenho realizo com o álcool. Na gasolina chega a 10 km/l", ressalta o morador do Boa Vista, que percebeu uma perda de 2 km/l no flexfuel em relação ao veículo movido somente a gasolina. "Mesmo assim, gostei da tecnologia e até motivei meu irmão a também entrar no mundo flex", finaliza.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast