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Da esquerda para a direita: Bia Figueiredo, Fórmula Indy; Taty Xavier, arrancada; Débora Rodrigues, Fórmula Truck | Fotos: Divulgação
Da esquerda para a direita: Bia Figueiredo, Fórmula Indy; Taty Xavier, arrancada; Débora Rodrigues, Fórmula Truck| Foto: Fotos: Divulgação
  • Em São Paulo, Bia foi a única mulher que completou a prova
  • Fiat Uno de Taty Xavier tem motor 1.3
  • A equipe de Débora Rodrigues é comandada por seu marido

Alguns anos as mulheres deixaram de ocupar a posição só de espectadoras nas provas de automobilismo e foram para as pistas. E quem está do lado de dentro das competições entrou em 2010 com a expectativa e o otimismo em alta. Conversamos com três dessas representantes das mulheres para saber delas quais são os planos para a temporada

Fórmula Indy

Correndo atrás de patrocínio

Não é só dentro da pista que Bia Figueiredo, de São Paulo, tem que acelerar. Na sua primeira temporada na Fórmula Indy ela pretende disputar quatro provas. "Vai ser uma experiência e preciso ter tempo para negociar patrocínios", conta ela, que em 2011 promete disputar o campeonato inteiro.

Na corrida São Paulo Indy 300, em março, ela concluiu a prova e teve o melhor desempenho entre as quatro mulheres que estão na categoria. Ela largou na 22.ª posição e terminou na 13.ª numa prova tumultuada, que teve quatro bandeiras amarelas e uma bandeira vermelha por conta da chuva.

Com apenas 25 anos de idade, Bia Figueiredo avalia que no Brasil os pilotos ainda veem como problema perder uma corrida para uma mulher. "Nos Estados Unidos eles estão bem mais acostumados", compara. Mas isso não a incomoda. Ela diz que a partir do momento que a mulher ganha espaço ela também conquista o respeito dos adversários na pista.

Bia Figueiredo é a única mulher do mundo a vencer na Firestone Indy Lights e na Fórmula Renault. Também é a primeira brasileira a correr em uma categoria top do automobilismo internacional.

Arrancada

Curtindo o turbinado na pista

Taty Xavier espera chegar ao fim do Campeonato Paranaense de Arrancada deste ano com um troféu na mão. Na primeira etapa, no dia 28 de março, ela ficou com a sexta posição na sua categoria, Desafio 15s, em que competem cerca de 15 pilotos. Ganha quem percorre os 402 metros da pista no menor tempo e no mais próximo acima de 15 segundos.

Taty explica que poderia ter tido um resultado mais satisfatório, mas seus dois melhores tempos foram anulados porque o escapamento do seu carro estava baixo demais. Apesar disso, ela diz que está muito satisfeita porque o seu Fiat Uno tem motor 1.3 e na Desafio 15s ela compete com veículos que têm motorização mais forte.

Taty Xavier é considerada a musa da Arrancada. Casada e mãe de dois filhos – 8 e 14 anos –, ela conta que o marido é o seu grande incentivador e que foi ele que a levou para as pistas, embora não seja piloto. "Meus filhos acham o máximo ter uma mãe corredora", afirma ela.

Sobre a reação dos outros pilotos, Taty diz que os homens ficam "especialmente magoados" quando são vencidos por ela. "Eles nunca admitem a derrota e sempre inventam problemas mecânicos para usar como justificativa".

Fórmula Truck

Menos azar e mais sorte

Filha de caminhoneiro, a paranaense de Bela Vista do Paraíso, Débora Rodrigues, espera fechar a temporada de 2010 da Fórmula Truck com bons resultados. "No ano passado faltou um pouco de sorte. Tive muitos problemas mecânicos", diz ela.

Depois de integrar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e ficar famosa ao posar nua, ela teve seu primeiro contato com a categoria no fim da década de 1990. Débora se casou com o piloto Renato Martins, que comanda a equipe pela qual ela corre. Há tanto tempo na pista, já conquistou o respeito dos seus colegas. Mas nenhum deles facilita sua vida. "Ninguém quer ser ultrapassado por uma mulher", explica.

Mas Débora prefere mesmo que o cavalherismo fique fora das pistas. Ela garante que quer ser tratada de maneira igual e competir sem privilégios. "Prefiro que os pilotos sejam leais e, em caso de irregularidade, quem decide se haverá punição ou não é a direção da prova".

Débora tem dois filhos adultos e um pequeno, de 2 anos. Segundo ela, a família está acostumada com a sua atividade e, em caso de acidente, ela trata de dar notícias rapidamente para que eles não fiquem preocupados.

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