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Em sentido horário: Audi 1: marca alemã tem 900 unidades em estoque; Cielo no local onde será erguida a fábrica da Chery no Brasil; J3, da JAC Motors: chinesa suspende temporariamente investimento no país; Hyundai i30: concessionárias decidiram retirar descontos | Fotos: Divulgação
Em sentido horário: Audi 1: marca alemã tem 900 unidades em estoque; Cielo no local onde será erguida a fábrica da Chery no Brasil; J3, da JAC Motors: chinesa suspende temporariamente investimento no país; Hyundai i30: concessionárias decidiram retirar descontos| Foto: Fotos: Divulgação

Entenda

Veja quais foram as mudanças impostas pelo governo e os motivos para que fossem determinadas as novas alíquotas

- O aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vale para os veículos vindos de fora do Mercosul e do México. Os automóveis de até mil cilindradas (1.0), que têm atualmente IPI de 7%, re­­ceberão agora a incidência de 37%. Já para os carros entre mil e 2 mil cilindradas (2.0), a tributação saltará para 41% (flex) e 43% (a gasolina), bem superior aos atuais 11% e 13%.

- A medida do governo prevê condições para que as empresas consigam isenção na elevação do IPI. Os principais requisitos são que os veículos tenham 65% de conteúdo de fabricação brasileira ou do Mercosul e que cumpram ao menos 6 de 11 etapas de produção no Brasil. Entre elas estão, por exemplo, estampagem, pintura e fabricação de trem de força (motor e câmbio).

- Essa mudança foi determinada pelo governo devido ao aumento da ven­­da de importados. Dados da Associa­ção Brasileira das Empre­sas Importa­doras de Veículos Auto­motores mos­tram que, no acumu­lado de vendas até o fim de agosto, foram empla­cados 129.281 veículos importados ao Brasil de fora do Mer­cosul, uma alta de 112,4% sobre as 60.868 unidades do mesmo período de 2010.

- O número representa apenas 24,5% do total de veículos importados vendidos no Brasil, de 528.082 unidades no período – a diferença corresponde a modelos fabricados na Argentina e no México por marcas que têm unidades locais. As vendas totais registradas pela Abeiva chegam a 5,79% do mercado interno, que foi de 2.233.316 emplacamentos até o fim de agosto.

Efeito

JAC revê planos para o Brasil

A marca chinesa de veículos JAC Motors decidiu suspender os pla­­nos de instalação de fábrica no Bra­­sil enquanto o governo não rever a medida que elevou por um ano o Imposto sobre Produtos In­­dustrializados (IPI). De acordo com a companhia, o empresário brasileiro Sergio Habib, responsá­vel pela JAC no Brasil, decidiu sus­­pender a instalação da fábrica de R$ 900 milhões enquanto não conseguir um entendimento com o governo para a revisão da medida imposta para frear a importação de veículos.

No entanto, a JAC segue com o plano de pelo menos escolher o local de sua fábrica no Brasil até o fim do ano. Isso porque, após reunião com a entidade que representa os importadores, a Abeiva, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na tarde de quinta-feira, Habib afirmou que tem confiança de que vai conseguir um acordo com o governo.

A JAC anunciou em agosto que começaria a construir uma fábrica com capacidade para 100 mil veículos no Brasil em 2012, com expectativa de conclusão em 2014. "Não faz sentido investir R$ 900 milhões e assim que começar a fabricar nossos carros, continuarmos pagando IPI equivalente a de carro importado porque não atingimos os 65% (de nacionalização)", afirmou a assessoria da chinesa. "Se for para fazer todo este esforço e pagar o mesmo IPI que pagamos hoje, preferimos continuar importando", acrescentou.

O anúncio do empresário ocorreu depois que a também chinesa Chery, que está construindo uma fábrica em São Paulo, obteve liminar que prorroga para dezembro a cobrança da alta de 30 pontos porcentuais do IPI.

Passado o primeiro impacto do novo regime automotivo, as empresas que importam carros de fora do Mercosul e do México passaram a semana tranquilizando os clientes e informando que não haverá aumento imediato nos preços. Em nota, a ale­­mã Audi informa que os pre­­ços públicos sugeridos se­­rão mantidos para os modelos 2011 em estoque, que são aproximadamente 900 unidades espalhadas nos 22 pontos de venda da marca em todo o país.

Estes veículos já estavam no Brasil, quando o governo anunciou a elevação do IPI. Para os modelos 2012, que começam a ser lançados, o impacto será gradativo. Inicialmente, o reajuste será de 10%, válido até 31 de outubro deste ano. A montadora garante, ainda, que o plano de investimentos no Brasil permanece inalterado e confirma o lançamento de 16 novos mo­­delos até o fim de 2012.

A chinesa JAC Motors não divulga o número de veículos que tem em estoque, mas garante que o volume é suficiente para ficar pelo menos dois meses sem repassar o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o consumidor. A marca nacionalizou todos os seus veículos que estavam na alfândega uma semana antes do governo anunciar a medida. Os mo­­delos à venda no Brasil custam R$ 37.900 (J3), R$ 39.900 (J3 Turin) e R$ 58.800 e R$ 59.800 (J6 para cinco e sete passageiros).

Outra chinesa, a Chery, se­­guiu um caminho diferente. A 1.ª Vara Federal Cível de Vitó­ria, no Espírito Santo, concedeu uma liminar suspendendo a cobrança do aumento no IPI para a Venko Motors do Brasil, empresa que importa carros da marca. O juiz Alexandre Mi­­guel, da Justiça Federal, determinou que a empresa não sofra a cobrança no prazo de 90 dias.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ingressou no Tribunal Regional Federal da 2.ª Região para tentar derrubar a liminar obtida pela Chery. E também informou que elabora a argumentação em relação à ação direta de inconstitucionalidade ajuizada na quinta pelo DEM no Supremo Tribunal Fe­­deral. O partido quer a suspensão do aumento do IPI.

Vendas

Neste fim de semana, o último do mês, as concessionárias de Curitiba abrem inclusive no do­­­­mingo. A expectativa é de bom movimento. Na semana passada, logo depois do anúncio do aumento do IPI, houve cor­­reria às lojas na sexta e no sá­­bado. Tanto que algumas mar­­­­cas es­­tão com modelos esgotados.

Fábio Zago, gerente da Hyun­­­­dai Sevec, espera um bom movimento neste fim de semana. Ele explica que a montadora ainda não se pronunciou sobre os preços, mas como os estoques estão diminuindo, as concessionárias decidiram retirar os descontos que vi­­nham oferecendo. Segundo Za­­go, na Sevec já estão faltando algumas configurações do ix35 e do Sonata.

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