As autoridades americanas abriram uma investigação após o primeiro acidente fatal com um automóvel elétrico Tesla equipado com o Autopilot, modo semiautônomo que faz o carro tomar decisões sozinho dentro de algumas restrições. O sistema estava ativo no momento do acidente, em 7 de maio, em uma estrada da Flórida.
A Agência de Segurança Viária (NHTSA) dos Estados Unidos informou que o acidente aconteceu no momento em que um caminhão virou à esquerda diante do Tesla em um cruzamento. “O motorista do carro morreu em consequência dos ferimentos”, indicou a NHTSA.
Em comunicado, a fabricante disse que só soube do ocorrido na última quarta-feira (29). “Pelo que sabemos era um veículo que estava em uma autoestrada de mão dupla com o Autopilot ativado quando um veículo pesado cruzou perpendicularmente diante do Model S. Nem o Autopilot nem o motorista detectaram a manobra do veículo pesado, por isso os freios não foram acionados”, informou a empresa.
O Modelo S é um dos dois modelos da empresa californiana de veículos elétricos de luxo equipados com o Autopilot, o sistema de informática e eletrônico que ajuda na condução.
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Na investigação preliminar, a NHTSA “vai examinar o conceito e o funcionamento da tecnologia que estava em uso no momento do acidente”.
O mecanismo do Model S combina um radar dianteiro, 12 sensores ultrassônicos ao redor do veículo, uma câmera dianteira e um sistema de freios de alta precisão. O conjunto permite ao automóvel tome diversas decisões sem a ingerência do motorista.
Na hora do acidente, os sensores não detectaram a manobra inesperada da carreta, que faria uma curva para a esquerda logo à frente do carro de Brown, em um cruzamento. O Tesla foi parar embaixo do caminhão e teve teto arrancado. O carro ainda continuou em movimento até sair da pista e bater numa cerca.
Brown, de 45 anos, teve morte instantânea, enquanto o condutor do caminhão saiu ileso.
Este foi o primeiro acidente fatal em 200 milhões de quilômetros percorridos por veículos equipados com o sistema, afirmou a Tesla. A fabricante enfatizou na nota que nos Estados Unidos há, em média, um acidente fatal a cada 151 milhões de quilômetros, e no mundo, a cada 96 milhões quilômetros. “É importante enfatizar que a ação da NHTSA é simplesmente uma avaliação premilinar para determinar se o sistema funcionou conforme o esperado”.
Vítima elogiou o sistema
O site The Verge publicou que em abril passado o motorista Joshua Brown, morto no acidente, havia postado um vídeo no YouTube no qual afirmava que o Autopilot o havia salvo de uma possível batida em um caminhão que tentou pegar a mesma pista em que o carro dele estava.
Brown registrou a aproximação do veículo e o momento em que ele cruza a trajetória do Tesla pela esquerda. O modelo elétrico subitamente desvia para o lado, evitando a colisão.
No vídeo, ele disse que não estava olhando na direção na qual vinha o caminhão e que ‘Tessy’, como batizou o seu carro, estava no comando, com o Autopilot ativo. Brown informou que só percebeu o perigo depois que ‘Tessy’ o alertou com o aviso de ‘assumir o comando imediatamente’. “O Model S desviou para a direita e evitou a batida lateral”, contou Brown.
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Os veículos autônomos são considerados o futuro dos automóveis a médio prazo. Muitas marcas testam os veículos nas ruas, porém a tecnologia que dispensa o motorista completamente ainda não está disponível para a venda.
No caso do Model S, da Tesla, o sistema ainda é semiautônomo, que limita a ação automática do carro. Porém, o esportivo pode se movimentar por conta própria para permanecer em uma faixa, ou mudar de direção assim que o motorista aciona a seta. Ele também pode controlar a velocidade automaticamente reconhecendo as placas que indicam a velocidade máxima de cada via.
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