As exportações de veículos no Brasil seguem apanhando devido à crise argentina. De acordo com dados da Anfavea (associação das montadoras instaladas no país) divulgados nesta terça-feira (7), os números recuaram em todas as bases de comparação apresentadas.
Em abril a queda foi de 10,5% na comparação com março, no entanto em relação ao mesmo mês de 2018, o tombo foi de 52,3%. Foram 34,9 mil unidades vendidas ao exterior em abril - a soma considera os segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
No acumulado do ano, as montadoras instaladas no Brasil venderam para outros países 139,5 mil veículos, retração de 45% em comparação a igual período do ano passado.
O principal motivo da queda é a crise da Argentina, historicamente o principal destino das exportações brasileiras de veículos.
"A Argentina continua sendo um desafio. O cenário não é positivo para a Argentina e isso afeta diretamente o nosso negócio aqui no Brasil", disse o presidente da associação, Luiz Carlos Moraes.
Em valores, as montadoras faturaram com as exportações US$ 552,5 milhões em abril, queda de 57,6% sobre a receita de abril do ano passado e de 10,2% ante o faturamento de março.
No acumulado, as vendas ao mercado externo somaram US$ 2,28 bilhões, recuo de 48,4% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado.
Em relação à produção, no fechamento dos quatro primeiros meses do ano, o saldo de veículos produzidos ficou em 965,4 mil, uma queda de 0,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
No entanto entre março e abril de 2019 a produção cresceu 11,1%, com 267,5 mil carros e comerciais leves saindo da linha de montagem no mês passado. Na relação com abril de 2018, o avanço foi mais tímido e teve alta de 0,5%.
Já o mercado brasileiro continua em aquecimento. Os emplacamentos aumentaram 6,7% em comparação a abril de 2018 e 10,9% a mais sobre março deste ano - foram 231,9 mil veículos licenciados.
No acumulado do 1º quadrimestre, o resultado também é positivo, com crescimento de 10,1% nos emplacamentos, somando 839,5 mil unidades, contra 762,9 mil veículos do mesmo período de 2018.
A Anfavea divulgou ainda a abertura de 200 novas vagas no mês passado, somando 130.154 trabalhadores em toda a indústria automotiva. Apesar da boa notícia, os números do setor estão aquém do patamar de 2018, quando havia 131.749 funcionários no mesmo período.
A geração de empregos está relacionada ao fato de algumas fábricas estarem encerrando os processos de layoff em função de novos investimentos, como é o caso da Volkswagen com a produção do T-Cross em São José dos Pinhais (PR).
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