O pátio da concessionária Copava, no Cabral, passou o domingo (30) lotado com Kombis de todos os modelos e adaptações possíveis. Desde às 9h, apaixonados pelo carro reuniram-se na Rua dos Funcionários, 1.000, para comemorar antecipadamente o dia nacional da multivan. A data oficial é 2 de setembro. De crianças que mal sabem andar até senhores que já dirigiram uma dezena de carros, o público eclético fez o encontro parecer um dia na praia: cadeiras, churrasco, fotos em grupo e confraternizações entre amigos, que se encontram anualmente para celebrar o carro da Volkswagen.
VÍDEO: Confira o mosaico gigante do alto
A 5.ª edição reuniu mais de uma centena de carros para formar a traseira de uma Kombi - tema escolhido para este ano. O desenho foi “desmanchado” às 12h para dar lugar a 187 automóveis que vieram de nove estados diferentes. Foram 8 veículos do Rio Grande do Sul, 16 de Santa Catarina, 2 do Rio de Janeiro, 7 de São Paulo, 1 de Minas Gerais, 1 de Brasília, 1 do Mato Grosso do Sul e 151 de várias regiões do Paraná. “Nós somos o único encontro de Kombis da América que faz o mosaico. E somos o único no mundo que consegue fazer em espaço urbano”, comemora Marco Rebuli, organizador do projeto, patrocinado pela concessionária Copava e o Banco da Volkswagen. A participação para os donos do veterano carro é gratuita.
Húngaro customiza Kombis na Europa e as vende no Brasil
Nem só brasileiros e alemães veneram o carro que parou de ser produzido em 2013 no Brasil. O húngaro Attila Lannerth mora no Brasil há um ano, depois de se apaixonar pelo país em 2010 e voltar ao Paraná. Inicialmente, sua vinda era para negociar farinha de soja, mas a burocracia dificultou o negócio e o fez pensar em outras possibilidades.
Depois de sair de Budapeste em 1982, Attila colecionou endereços na Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda, Espanha, Estados Unidos e, no Brasil, passou seis meses em Bocaiuva do Sul. Uma de suas paixões e negócio sempre foi relacionada a carros antigos e quando viu que no Brasil as Kombis eram mais baratas que na Europa, resolveu comprá-las e vendê-las adaptadas. Só em 2014 ele comprou 14 automóveis deste modelo e enviou à Europa para reformar e incluir a cozinha, além de um teto que abre lateralmente e um balcão. Pela empresa BatKombi Attilon, ele vende os carros prontos para usar como “food Kombis” por R$ 30 mil.
“Nos últimos anos aumentou bastante o número de participantes. E pensar que começamos com sete unidades e 40 visitantes em 2008”, rememora Rebuli. O número de visitantes foi o mesmo do ano passado: cerca de 1 mil pessoas.
A maior parte dos carros desta edição são da década de 1970, mas também desfilou uma Last Edition 2013 - o derradeiro modelo que marcou a despedida da ‘Velha Senhora’ e uma de 1959, a mais antiga que passou pelo festejo até então.
A bordo da ‘Maria’
Erik Saraiva, metalúrgico de 31 anos, é um dos donos de uma Kombi 1975. Ele trouxe “Maria” para passear. Há cinco anos Saraiva comparece à comemoração em comboio. “Tive três Kombis, todas da mesma década, mas só uma andava”, riu.
Dia nacional da Kombi
O pátio da concessionária Copava, no Cabral, passou o dia lotado com Kombis de todos os modelos e adaptações possíveis.
+ VÍDEOSEle fez adaptações no carro, rebaixando o veículo, invertendo os bancos de trás e adaptando os vidros do para-brisa para abrirem para a frente. Ele e o grupo de amigos combinaram via whatsapp para sair com o comboio de 43 veículos da Rodovia do Café. E vieram preparados para passar o dia na Copava: churrasco, bebidas e sombra.
Além dos carros em exposição e dos churrascos, também estavam no pátio ‘food kombis’, carros adaptados com cozinha que vendem de tapioca a churros e cafés gelados. Karin Silveira e Tobi Queluz customizaram um exemplar 1994 para montar o Kombi n’Coffee, o segundo do gênero do Brasil especializado em café.
Eles estão rodando há três meses em eventos em Curitiba e investiram R$ 30 mil no veículo, que veio com a parte isotérmica pronta. “É um carro com investimento menor inicialmente, mas, por adorarmos a estética da Kombi, achamos que vale a pena a manutenção mais cara”, explica Tobi. “Quando fomos montar o negócio, tínhamos certeza de que seria em uma Kombi. É muito fácil mexer no motor dela e entender o que está errado, às vezes nós mesmos conseguimos consertar”, conta Karin.
O Dia Nacional da Kombi também reuniu muitas famílias, como Márcia Modesto e sua filha Mayttê, de 15 anos. Elas aguardavam o marido e pai Sérgio, que viria pilotando uma Kombi da década de 1990 branca, customizada com adesivos e um desenho de Raul Seixas. “Ele é louco pela Kombi e por Raul Seixas. Quer viajar até a Bahia com ela para conhecer a cidade de Raul. E eu vou junto”, diz a filha. O empresário trata o automóvel como parte da família. “Hoje ele acordou e deu parabéns para o carro”, contaram.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião