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Renault pode até bater no peito ao afirmar que é marca pioneira em picapes intermediárias no Brasil com a Duster Oroch, lançada em outubro de 2015, mas coube à Fiat transformar o segmento num sucesso de vendas. A Toro chegou quatro meses depois da rival para virar um fenômeno no mercado nacional.  

Lançada em janeiro de 2016, a Toro logo assumiria o protagonismo no segmento, assumindo a segundo posição do ranking de vendas de  picapes (em abril), atrás apenas da irmã menor Strada, mais em conta e bastante procurada para o uso comercial. 

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Nos últimos dois anos, a Toro só foi ultrapassada pela VW Saveiro no emplacamento mensal em duas oportunidades (outubro/ 2017 e março/ 2018). Nas outras, ocupou a vice-liderança e até desbancou a Strada do posto mais alto em seis oportunidades, incluindo junho e julho deste ano. No mês passado, aliás, o modelo registrou um recorde histórico nas vendas, somando 6.226 unidades licenciadas, superando assim as 5.579 de junho do ano passado. 

A picape intermediária da Fiat fechou julho como o quinto veículo mais vendido do país, à frente inclusive do Volkswagen Polo, outro que também caiu nas graças do consumidor brasileiro. 

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Um dos segredos do modelo é combinar o conforto de SUV com o espaço generoso de uma caçamba. Isso deu tão certo que ela vende mais que o Jeep CompassRenegade, seus parceiros de plataforma. Também é um projeto de picape na sua essência, com versão a diesel, câmbio automático, tração integral e capacidade de carga de 1 tonelada. Com uma vantagem: custando bem menos que as opções médias.

Pedro Bicudo

Tanto sucesso fez outras marcas olharem com mais carinho para o segmento de picapes intermediárias. FordHyundaiVolkswagen, por exemplo, já sinalizaram colocar seu representante no setor. Alguns projetos estão em andamento, enquanto outros foram temporariamente engavetados, mas não descartados.

Ou seja, a soberania da Toro pode estar com os dias contados, ou pelo menos passará a ter uma vida mais difícil quando outros concorrentes chegarem ao mercado. Quer saber quais são eles? 

Listamos cinco modelos que devem pintar até 2022. 

Volkswagen T-Cross picape

Kleber Pinho da Silva/ Projeção

A nova picape estaria sendo desenvolvida no Brasil, incorporando elementos visuais do SUV compacto T-Cross, que chega ao mercado no início de 2019. Ela ficará posicionada entre a Saveiro e a Amarok e deverá ser produzida em Pacheco, na Argentina. 

Adotará a plataforma MQB-A0,  a mesma do PoloVirtusT-Cross, com lançamento ocorrendo em meados do no ano que vem. Há chances de um conceito do modelo aparecer no Salão de São Paulo, em novembro. 

A  picape do T-Cross deverá ser impulsionada pelos motores 1.0 TSI, de 128 cv, e o 1.4 TSI, de 150 cv, com opções de câmbio manual de cinco marchas e automático, de seis.

Rumores apontam para um modelo do porte da Oroch, que é um pouco menor que a Toro (2,82 metros de entre-eixos da Fiat contra 2,99 m da Renault). 

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Hyundai Creta picape

Renyere TrovãoGazeta do Povo

A marca coreana entrará neste segmento com o produto final derivado do conceito Creta Sport Truck Concept, mostrado no Salão de São Paulo de 2016. O futuro rival de  ToroOroch terá produção em Piracicaba (SP) e deve surgir em 2020.

Assim como o Creta, a picape usará a plataforma do Elantra e terá os mesmos motores 1.6 (130 cv) e 2.0 (166 cv) do SUV, com uma provável opção de tração integral e, quem sabe, motorização a diesel nas versões mais caras.

O presidente da Hyundai na Argentina, Guilermo Artaga, declarou recentemente que o segmento tem apresentado uma boa demanda na região do Mercosul e uma picape intermediária seria importante para o crescimento da fabricante.

O modelo  usaria os motores 1.6, 116 cv, e e 2.0, de 167 cv, emprestados do Creta, gerenciados pelo câmbio manual ou automático de seis marchas.

Ford Focus picape

Kleber Pinho da Silva/ Projeção

O modelo faz parte de uma nova estratégia da Ford, que pretende tirar modelos como FusionFiestaTaurus de linha nos EUA e investir em utilitários, picapes e veículos comerciais. A picape intermediária estaria neste projeto, inclusive com foco no mercado da América Latina - leia-se Brasil.

E o nome estaria até definido: Courier. Isso mesmo, resgataria o da picape compacta que saiu de linha por aqui em 2013. O modelo usaria a mesma plataforma da nova geração do Focus, que estreia na Europa no ano que vem, e ficaria posicionada logo abaixo da Ranger

A anti-Toro seria produzida no México e desembarcaria nos EUA em 2022. Mas, ela deve chegar antes no Brasil. A novidade estaria por aqui em 2020. O propulsor seria o 1.5, de 137 cv, e câmbio automático de seis marchas, que equipa atualmente o EcoSport e o Ka.

Honda Ridgeline

Honda ainda está na fase de estudos para emplacar uma picape no mercado nacional. Uma das opções seria apostar na Ridgeline, vendida na Europa e EUA e que até serviu de inspiração para a Toro

Apesar de ser maior que o modelo da Fiat, o Honda adota o mesmo expediente para se encaixar na categoria de ‘SUP’ (sport utility pick up): plataforma em monobloco e tração traseira nas versões mais básicas. 

Isso melhora o aproveitamento de espaço na cabine e o comportamento ao rodar, com a suspensão traseira independente, tornando-se uma opção para que precisa de caçamba, mas busca algo mais refinado que as picapes médias tradicionais. Justamente a fórmula adotada pela Toro.

Viria com preço e tamanho próximos a Toyota HiluxChevrolet S10Ford RangerVW Amarok, porém com predicados para quem procura mais conforto na cidade. Nos EUA, a Ridgeline conta com motor V6 3.5 e câmbio automático de seis marchas.

Chevrolet com motor de Cruze

Chevrolet do Brasil já informou que não pretende investir numa picape intermediária a curto e médio prazo, mas é bem provável que mude de ideia caso o segmento vire a bola da vez, como acontece atualmente o dos SUVs compactos. Pois, abrir mão de uma tendência de mercado poderia comprometer a liderança em vendas no mercado nacional.

Caso resolva entrar na briga, a novidade será baseada na plataforma global GEM 2, destinada a mercados emergentes e que dará origem à próxima geração dos modelos OnixPrismaSpinCobalt

A picape da Chevrolet teria até tração 4x4 e com produção na planta de Santa Fé, na Argentina, onde já é feito o Cruze e de quem emprestaria o motor turbo flex 1.4, de 153 cv e 24,5 kgfm de torque.

O visual seguiria a do futuro SUV compacto que a marca está preparando para substituir a Tracker no mercado brasileiro. A picape teria também cabine dupla, apesar de a projeção da GM Authority mostrar a opção simples. 

As imagens das picapes da Volks e da Ford são projeções feitas pelo designer gráfico Kleber Pinho da Silva (confira o portfólio do artista).

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