A Fiat Chrysler Automóveis (FCA) resolveu ir na contramão do movimento automotivo no Brasil e apostar no etanol como alternativa ecologicamente correta, em vez de motores híbridos ou elétricos.
A empresa anunciou que desenvolve um propulsor turbo movido somente com o derivado da cana de açúcar. Ele usará como base o 1.3 GSE turboflex (T4), da família FireFly, que a Fiat produzirá na fábrica de Betim (MG) a partir de 2020, juntamente com 1.0 GSE turboflex (T3) - equiparão modelos da Fiat e da Jeep.
Segundo a montadora, o novo motor 1.3 a etanol sobrealimentado, com quatro cilindros e injeção direta, receberá ajustes e tecnologia que serão capaz de eliminar a diferença de 30% a mais no consumo comparado à gasolina.
"O foco é na alta eficiência energética, com a proposta de reduzir o gap de consumo do etanol em relação à gasolina, que é de 30% atualmente”, disse Aldo Marangoni, diretor de Engenharia de Motores da FCA. Segundo a empresa, o uso exclusivo de um combustível melhora a otimização do motor.
Em outras palavras, a expectativa é de que o motor turbo a etanol da FCA apresente números de consumo similares ou até melhores que os da gasolina, com o combustível vegetal custando bem menos.
Atualmente o valor do litro do etanol está 35% menor ao da gasolina, na média. Por isso, boa parte dos donos de carros flex busca abastecer apenas com etanol. Ou seja, o novo motor seria bastante viável para o mercado brasileiro.
Um fonte ouvida pelo site Quatro Rodas afirmou que se o projeto do E4 tiver sucesso garantirá a sobrevida dos motores a combustão por mais 50 anos, surgindo com um alternativa bem mais 'barata' aos elétricos, pelo menos na América Latina.
Em relação à potência, a Fiat não falou em rendimento, mas é provável que gire entre 150 cv ou 180 cv, dependendo dos ajustes. Os valores são os mesmos divulgados pela FCA para a opção T4 flex, que empurrará Toro, Compass e Renegade a partir de 2021.
*O jornalista viajou a convite da FCA
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