• Carregando...
Homem segura pedra enquanto corre da polícia | REUTERS/Siphiwe Sibeko
Homem segura pedra enquanto corre da polícia| Foto: REUTERS/Siphiwe Sibeko

Vida útil

Veteranos e relâmpagos

A indústria automotiva estabeleceu como seis anos a expectativa média de vida de um determinado carro, com uma reestilização no meio. Depois disso, é hora de evoluir, ser substituído ou morrer. Esse processo, porém, acontece na Europa. No Brasil, o tempo de permanência é maior. Alguns casos chegam ao extremo, como a VW Kombi, por exemplo, que sobrevive há mais de cinco décadas. Outros veteranos são VW Saveiro, na ativa há 30 anos, Fiat Mille, com 29 anos, Fiat Fiorino, 24 anos, e Fiat Palio, 16 anos.

Na contramão desta longevidade estão casos de modelos que saíram de cena muito antes do previsto. É o exemplo do Chevrolet Corsa GSi, lançado em 1994 para brigar com "apimentados" da época, como Gol GTI, Escort XR3i e Uno Turbo. Porém, o motor 1.6 de 108 cv vinha da Hungria e "sofreu" muito com a nossa gasolina. Teve a produção encerrada em 1996. Importado pela GM no fim de 1998, o Tigra deixou o mercado logo no início de 1999 por causa do preço elevado. O Ford Fiesta 1.0 Supercharger, de 95 cv, foi o primeiro nacional com compressor de fábrica. Lançado em 2002, quatro anos depois saiu de fininho. Em 2002 estreava o VW Polo 1.0, de 79 cv, porém no ano seguinte seria aposentado por conta de reajustes no IPI para carros novos. O preço ficara apenas R$ 610 mais barato que a versão 1.6, de 101 cv, que trazia ar-condicionado.

O ano de 2012 vem registrando recordes históricos de vendas no mercado automotivo. Um dos fatores para este cenário é a avalanche de lançamentos no setor e o aumento na demanda. A cada mês surgem novas opções nas lojas e também cresce a procura por determinados modelos. Este cenário, em contrapartida, força a aposentadoria de alguns carros. Até o fim do ano, pelo menos oito modelos tradicionais terão dado adeus aos showrooms de novos.

A Chevrolet é a marca que mais eliminará modelos da sua linha de produção em 2012. Em princípio serão quatro exemplares aposentados no Brasil: as minivans Meriva e Zafira, que deram lugar à Spin, o hatch médio Vectra GT, que saiu de cena com a vinda do Cruze Sport6, e o hatch compacto Corsa, que será substituído pelo Onix.

As duas primeiras trocas tiveram uma resposta positiva do consumidor. As envelhecidas Meriva e Zafira – ambas com mais de dez anos de mercado nacional – até que registravam vendas interessantes, principalmente a Meriva, com boa procura pelos taxistas. Mas a Spin, com pouco mais de um mês de comercialização, já emplacou cerca de 5 mil unidades, o que a colocou no topo das mais enegociadas em agosto entre os monovolumes, superando os tradicionais Honda Fit e Fiat Idea.

O Cruze Sport6 chegou em abril e já é tido como um dos modelos mais admirados do mercado, especialmente pelo visual e o pacote de equipamentos que oferece. Tem alternado entre o terceiro e o quinto posto dos mais vendidos de sua categoria, com média mensal de 1,5 mil unidades. A concorrência, no caso, é expressiva, com Ford Focus, Hyundai i30, VW Golf, Nissan Tiida e Peugeot 308 entre os principais rivais.

Outro Chevrolet que está dando adeus este ano é o veterano hatch compacto Corsa, que estava na ativa desde 1994 e teve duas gerações no Brasil. Já vendeu este ano quase 25 mil unidades, um volume razoável, porém muito distante dos concorrentes mais populares, como VW Gol e Fox, Fiat Uno e Palio, Ford Fiesta e Ka e Renault Sandero. Será trocado pelo moderno Onix, que dará às caras no Salão do Automóvel de São Paulo, no próximo mês, prometendo incomodar os líderes de mercado.

O número de aposentadoria na Chevrolet, porém, pode chegar a seis modelos. O hatch Celta e o sedã compacto Prisma seriam os próximos. Há rumores de que a produção dos modelos na fábrica de Gravataí (RS) já finalizou, dando lugar ao Spark (hatch e sedã), modelo que no primeiro semestre foi flagrado rodando em testes por estradas brasileiras.

A Citroën encerrou a produção do Xsara Picasso depois de dez anos de comercialização. Segundo a montadora, o modelo era o veículo da marca com o maior índice de fidelização. Mesmo assim, a decisão de tirá-lo da linha de montagem aconteceu por conta das boas vendas do C3 Picasso, que ocupou a mesma faixa de preço do Xsara – perto de R$ 50 mil.

Na Renault, o fim da linha para o Megane Grand Tour acabou surpreendendo os consumidores da marca. Depois que a montadora reposicionou a station wagon, baixando o preço e oferecendo-a apenas na versão completa Dynamique, as vendas saltaram, com aumento de 240% no ano passado se comparado a 2010. A Grand Tour tem preço de perua compacta (R$ 48 mil), mas oferece conforto, espaço e comportamento de carro de segmento superior, sendo considerada o melhor custo-benefício da categoria.

No entanto, desde o início deste mês apenas o que sobrou no estoque continua à venda – reserva que deve durar até o fim do ano. A sua produção foi encerrada para dar mais espaço à fabricação do utilitário Duster, do hatch Sandero e do sedã compacto Logan, todos com elevada procura nas concessionárias.

Aposentados

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]