Saiba mais

• Do total de carros vendidos em 2006, 45% foram comprados por meio de financiamento, 32% foram pagos à vista e 18 % por meio de leasing. As vendas por consórcio respondem por apenas 5% das aquisições.

• A estabilidade na economia aumentou a oferta de planos de financiamento mais longos, que chegam hoje a até 72 meses (6 anos).

• O encargos pagos para se comprar um carro novo são: IPI, ICMS, PIS e Cofins. Juntos correspondem a mais ou menos 30% do valor do carro.

• A soma liberada pelo Sistema Financeiro Nacional para financiamentos de veículos chegou a R$ 14,9 bilhões no primeiro trimestre de 2007.

• O índice de inadimplência dos financiamentos chegou a 3,29 % no Brasil.

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A jornalista Cláudia Cardoso realizou recentemente o desejo de ter seu primeiro carro quatro portas, um Ford Fiesta. E o sonho foi realizado aproveitando o aumento de crédito para financiamento no Brasil, que cresceu mais de 20% no primeiro trimestre de 2007. "Não fiquei preocupada com o número de prestações, mas sim com que elas coubessem no meu orçamento", conta. Para Cláudia, o crédito está muito acessível, por isso resolveu financiar todo o carro sem pagar nenhuma entrada. O Fiesta será quitado em 48 meses e ela está na sexta prestação. Como é guiar o carro novo? "Meu Deus, é tudo de bom, era meu sonho ter um carro quatro portas", comemora.

A jornalista não é a única pessoa que está aproveitando os financiamentos mais longos. Os dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) apontam que a carteira de financiamento de veículos nacional cresceu 23% nos três primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

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Hugo Meza Pinto, economista e professor do Centro Universitário Positivo (UnicenP), recomenda que as pessoas procurem comprar o carro à vista, mas se isso não é possível, há alguns cuidados que devem ser tomados para fazer um financiamento. É importante levar em conta que as taxas de juros são mais altas que em um consórcio, por exemplo. O financiamento proporciona a vantagem de retirar o caro na hora, mas o bem fica vinculado à empresa como garantia até o fim do contrato.

A dica de Meza é para não comprometer mais de 20% do orçamento mensal com o investimento em um financiamento. Ele aconselha a dar uma boa entrada e financiar o resto no menor número de parcelas possíveis. Quanto mais tempo pagando, mais caro o carro fica. Para não cair em armadilhas, Meza diz que as pessoas devem observar as taxas e impostos embutidos no valor das prestações e não olhar só os juros estampados no cartaz.

Quem explica o porquê do aumento do número de financiamentos é Carlos Alberto Ercolin, diretor executivo de Economia, Banking e Finanças da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Ele conta que o "boom" vem ocorrendo por causa da estabilidade econômica no Brasil. Por isso, os bancos liberam mais credito e os compradores se animam. "As pessoas pensam: estou empregado, os juros estão em queda, a inflação está em baixa e eu consigo pagar. Por isso, elas se sentem confortáveis para comprar carros novos".

Ercolin recomenda esperar um pouco mais para quem ainda não entrou num financiamento. "Em primeiro lugar, os juros estão caindo ainda mais, em segundo, se o comprador junta dinheiro por mais um tempo, tem maior poder de negociar e ganhar descontos."

Mas não são só as concessionárias que saem lucrando com o aquecimento do mercado. Segundo Luiz Antônio Sebben, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos automotores no Paraná (Fenabrave-PR), a cada carro novo que sai de uma concessionária, outros quatro usados trocam de mão. Essa movimentação aquece outros mercados como o de usados, oficinas, autopeças e combustíveis. "É todo um ciclo que passa a se movimentar".

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