A Ford anunciou que fechará 7 mil postos de trabalho em todo o mundo até agosto deste ano. O número representa cerca 10% do quadro total da empresa norte-americana.
A decisão faz parte do plano de reestruturação da marca, que teve início nesta segunda-feira (20) com o desligamento de 900 funcionários. A previsão da montadora é economizar US$ 600 milhões por ano com o corte das vagas.
Em carta aos funcionários, o presidente-executivo da Ford, Jim Hackett, justificou a medida afirmando que para ser bem-sucedido numa indústria competitiva era necessário reduzir a burocracia, empoderar os gerentes (20% dos diretores de alto escalão serão demitidos), acelerar a tomada de decisão e diminuir custos.
O executivo informou ainda que no pacote de cortes estão contabilizadas as saídas voluntárias e demissões. Segundo um porta-voz da empresa, as vagas abertas serão congeladas e os cortes afetarão perto de 2,3 mil das pessoas empregadas nos Estados Unidos.
Além do corte de pessoal, o plano de reestruturação da Ford prevê também a aposentadoria gradativa de quase toda a linha de carros de passeios nos EUA. A lista tem nomes de peso como os sedãs Fusion e Taurus e as minivans B-Max e C-Max.
Na América do Sul, deixará de fabricar o Fiesta no Brasil e o Focus, que chegava ao nosso mercado via Argentina.
A medida ocorre em paralelo ao avanço da parceria da empresa com a Volkswagen. Desta aliança surgirão novos produtos no segmento de veículo comerciais, como van utilitárias, e de picapes médias, como a nova geração da Ranger, que dará origen à nova Amarok.
A dobradinha VW-Ford também apostará no desenvolvimento e produção de carros elétricos e autônomos.
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Fim das operações no ABC paulista
Em fevereiro a Ford já havia anunciado o fechamento da fábrica de caminhões em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde trabalham 3 mil pessoal. Com isso, a companhia não atuará mais no segmento de transporte pesados na América do Sul.
A fábrica, porém, não deverá ser desativada. O grupo Caoa está interessado no local e já negocia com a matriz nos EUA e também com o governo de São Paulo a possível compra dos ativos.
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A Caoa, que em 2017 passou a cuidar também das operações da Chery no mercado nacional, admitiu até que os chineses estão dispostos a produzir carros na fábrica da Ford.
Cortes na GM e na Volkswagen
A Ford é a terceira grande montadora do mundo a anunciar nos últimos tempos cortes profundos no quadro de funcionários com intuito de oxigenar a saúde financeira.
No fim do ano passado, a General Motors informou que fechará fábricas e demitirá em torno de 14 mil trabalhadores em unidades da América do Norte.
Já o Grupo Volkswagen admitiu que reduzirá entre 5 mil e 7 mil postos de trabalho como estratégia para compensar o investimento bilionário que fará no desenvolvimento e lançamento de carros elétricos e autônomos nos próximos anos.
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