A Ford confirmou o fim das vendas das linhas Fiesta e Focus no Brasil, sem planos para substituí-los uma vez que a marca pretende investir pesado em SUVs e picapes.
O Focus, um dos carros mais injustiçados do mercado brasileiro, dá adeus após três gerações e 19 anos de mercado nacional. As vendas estavam em baixa há um bom tempo, com o declínio do segmento de hatches médios no país. A opção sedã Fastback também seguiu o mesmo caminho.
O modelo já não era mais fabricado na Argentina desde o início de maio - de onde vinha para o Brasil. As lojas por aqui estavam operando com estoque, que praticamente se esgotou.
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Ainda existem unidades do Focus a partir de R$ 65 mil nas motorizações 1.6 e 2.0, associados à transmissão manual e automatizado de dupla embreagem (Powershift).
O sedã está disponível apenas com propulsor 2.0 e câmbio automatizado. O preço inicial é uma pechincha pelo o que o carro oferece.
Vendido desde 2000 no Brasil no lugar do Escort, o modelo foi sinônimo de inovação e arrojo no desenho. De mecânica refinada, com suspensão traseira multilink, passou a ser referência no segmento pelo ótima dirigibilidade.
Só que o segmento de hatches médios acabou afetado pelo sucesso crescente do SUVs. Antes do Focus, a Peugeot suspendeu a venda do 308 e a VW deixou de fazer o Golf 1.0 e 1.4 no Brasil.
Outro que se despede do mercado brasileiro é o New Fiesta com o fim da produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Assim como o Focus, o irmão menor também sobrevive de estoque e vai mal das pernas desde que o Ka foi reestilizado, no ano passado.
A marca vende o hatch com preço de Ka, na casa dos R$ 50 mil. A versão sedã do compacto já havia deixado de ser importada do México em janeiro deste ano.
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O Fusion é mais um com a aposentadoria se aproximando. A fabricação no México será encerrada no segundo semestre deste ano, com o estoque durando até meados de 2020
A montadora já irá eliminar as versões mais caras, operando apenas com as configurações 'populares'. O plano é tirar de linha todos os seus hatches e sedãs no mercado norte-americano, para investir em SUVs, crossovers e picapes.
A decisão deve respingar no Brasil. O Fusion provavelmente deixará de ser vendido por aqui, uma vez que é importado do México. Uma opção seria vir da fábrica da Ford na Espanha, porém perderia as isenções tributárias do acordo que o Brasil tem com o governo mexicano.
O sedã médio ficaria mais caro com os custos maiores de importação e transporte, o que poderia inviabilizar seu comércio.
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Ford perde mercado
Além de perder produtos, a Ford também está vendo a sua participação de mercado encolher. Em 2019 ela perdeu o posto de quarta maior montadora do país em vendas - posição que figurou por um longo período.
Fechou as vendas de maio na sétima posição, atrás de Renault , Hyundai e Toyota, além das líderes GM, Volkswagen e Fiat. No acumulado do ano se mantém em quinto, com 8,34%, mas seguida de perto pela Toyota (8,29%). A sua frente estão Renault (8,83%), Fiat (13,57%), VW (14,94%) e GM (17,92%).
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Para recuperar o terreno perdido, modelos já conhecidos estão sendo reestilizados e ganhando novas versões, como o EcoSport, EcoSport Freestyle e Ka Freestyle 1.0.
A Ford também apostará em utilitários, com a chegada nos próximos anos do Territory e Escape.
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