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| Foto: Julian Stratenschulte/AFP

O escândalo relacionado a emissões de poluentes custou 16,2 bilhões de euros (US$ 18,2 bilhões) à Volkswagen em 2015, anunciou a montadora alemã nesta sexta-feira (22). O valor se refere a provisões com multas, ações judiciais e ‘recall’ nos Estados Unidos e em outros países afetados.

O anúncio foi feito antes de uma conferência de imprensa na sede da empresa em Wolfsburg, na Alemanha, um dia após a montadora informar que chegou a um acordo com autoridades norte-americanas para comprar cerca de 500 mil carros que continham o dispositivo para fraudar os dados de emissões.

Sombra do presidente-executivo da Volkswagen, Matthias Müller, na conferência de imprensa na sede da empresa em Wolfsburg.JULIAN STRATENSCHULTE/AFP

Para analistas o acordo é crucial para a Volkswagen informar o custo do escândalo no balanço de 2015, adiado desde fevereiro, além de dar um ponto de partida para a maior montadora da Europa tentar recuperar confiança dos investidores e consumidores.

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A Volkswagen afirmou que o dinheiro reservado para pagar pelo escândalo fará o grupo ter um prejuízo de 1,36 bilhão de euros (5,5 bilhões de euros de acordo com a norma contábil alemã). Mas analistas disseram que a companhia pode enfrentar mais custos, incluindo potenciais multas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e uma investigação do departamento que pode levar a acusações criminais. O balanço deve ser divulgado em 28 de abril.

O presidente-executivo da Volkswagen, Matthias Müller, disse que não poderia citar um número total do custo do escândalo, que alguns analistas estimam em cerca de 30 bilhões de dólares, mas que não há motivo para se acreditar que o prejuízo de 2015 vai levar a cortes de funcionários.

Segundo Müller, a companhia continua a ser “fundamentalmente saudável” e ele está “convencido de que a Volkswagen tem o que é preciso para superar os desafios.”

A Volkswagen disse ainda que não vai conseguir liberar os resultados de uma investigação interna sobre o caso neste mês, como previsto. A análise conduzida pelo escritório de advocacia Jones Day pode ser concluída até o final do ano, disse a montadora.

Segundo a VW, a liberação antecipada de resultados parciais poderia interferir nas negociações de acordo nos EUA.

Efeito dominó

Modelo Volkswagen Polo sendo recuperado por uma paleta automatizada a partir de uma torre de armazenamento perto da fábrica principal da empresa em Wolfsburg. A foto foi tirada em 2008.John Macdougall /AFP

O caso da Volkswagen levantou dúvidas sobre a prática de outras montadoras. Nesta sexta-feira, o ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, disse que cinco fabricantes alemãs de automóveis concordaram em promover um recall voluntário de 630 mil veículos a diesel na Europa, após uma investigação sobre seus níveis de emissões. Ele identificou as empresas como Mercedes, Opel e Volkswagen e suas filiais Audi e Porsche.

Dobrindt disse que em nenhum dos modelos recém-analisados foram encontrados softwares de controle de emissões como os utilizados pela Volkswagen, mas que eles apresentaram níveis elevados de óxido de nitrogênio em ambos os testes, de laboratório e na rua.

Segundo o ministro, alguns modelos usaram tecnologia para desligar os sistemas de tratamento de emissões dos veículos em determinadas temperaturas, para proteger o motor.

As ações da Volks caíram 1% nesta sexta, enquanto as da Daimler despencaram 6%.

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