Frentista não é mecânico

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Um dos maiores crimes cometidos pelos motoristas é confiar demais em frentista. Aquela "completada" no óleo, que segundo o funcionário do posto de combustível está sempre abaixo do nível, pode se fatal para o motor. "Se estiver no prazo de troca, não opte por completar. Certa vez recebi um carro com pouco mais de 30 mil quilômetros e o motor já fundido. O dono nunca havia substituído o lubrificante, apenas completava nos postos, utilizando diferentes fabricantes e especificações", conta Francisco Miranda, da Retífica São Francisco.

Essa prática causa o acúmulo de contaminantes no óleo e o desgaste natural dos aditivos usados na composição do próprio óleo. Há uma deterioração do produto, que o impede de desempenhar com eficiência sua tarefa de lubrificar e resfriar as peças do motor. "Em muitos casos, o frentista vira o mecânico do usuário. É como ter uma doença e consultar o farmacêutico ao invés do médico. Às vezes o carro nem está precisando de óleo, mas determinados frentistas dizem o contrário para ganhar a comissão sobre o produto vendido", ressalta o técnico, que orienta como regra seguir as características do óleo recomendado pelo fabricante do veículo, contido no manual do proprietário.

Outra vilã à vida longa do motor é a gasolina adulterada. Geralmente está presente em postos que oferecem um preço muito abaixo do praticado pelo mercado. De acordo com Edson Bueno, proprietário da Auto Mecânica Souza Bueno, no Campina do Siqueira, ela causa interferência nos bicos de injeção, falhas freqüentes de alimentação do combustível, dificuldade na partida e até mesmo a parada total do motor. "Na verdade prejudica o propulsor como um todo, pois a queima de gasolina adulterada pode criar resíduos que aderem à parede da câmara de combustão, gerando desgaste prematuro das peças", salienta Bueno, que avisa: "Uma única abastecida com produto de má qualidade é o suficiente para comprometer o bom funcionamento do motor".