A General Motors e metalúrgicos da fábrica de São José dos Campos (SP) chegaram a um acordo sobre o impasse que já durava duas semanas e discutia a reestruturação da montadora no país.
Os funcionários decidiram abrir mão de reajustes salariais em 2019, reduzir a participação nos resultados, além de outros oito itens que contemplam hora extras e adicional noturno - totalizando 10 pontos.
Em contrapartida, a montadora se compromete a investir R$ 5 bilhões na produção de dois novos modelos, segundo informou o sindicato dos metalúrgicos local. A proposta foi aceita por 90% dos funcionários.
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Fornecedores ouvidos pelo site Automotive Buiness afirmaram que quantia será destinada à modernização do complexo e na fabricação da nova geração da picape S10 e do SUV Trailblazer, até 2022. Ambos são modelos já feitos em São José dos Campos, além da picape menor Montana.
O atual programa de investimento da empresa no Brasil, de R$ 13 bilhões, acaba este ano. O anúncio deste novo plano estaria vinculado a acordos com governos, funcionários de todas as três fábricas de carros, fornecedores e revendedores. Considerando todas as plantas, o montante chegaria a R$ 10 bilhões.
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Inicialmente a GM havia proposto 28 itens, a maioria recusado pelo sindicato, como o aumento da jornada de 40 para 44 horas semanais e a adoção da terceirização irrestrita na fábrica.
Após seis rodadas de negociações e até uma greve dos trabalhadores, a lista reduziu para 10 pedidos, aceitos em assembleia pelos trabalhadores na tarde desta quinta-feira(7) e que, segundo o sindicato, reuniu quatro mil pessoas.
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Além do reajuste zero neste ano aos funcionários, haverá a reposição de 60% da inflação em 2020 e de 100% em 2021. Para amenizar essa perda, o quadro funcional terá abono salarial de R$ 2,5 mil em 2019 e de R$ 1,5 mil em 2020, já com a reposição parcial da inflação. Em 2021, com a reposição total, deixa de haver abono.
A GM também reduziu o porcentual de Participação de Lucros deste ano, excluiu o limite de 29 horas/mês de horas extras e ainda fará uma redução gradativa do adicional noturno, além de baixar o piso salarial de R$ 2,3 mil para R$ 1,7 mil, aumentando para R$ 1,8 mil em setembro.
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Negociação continua em outras fábricas
O Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos) afirma ter se posicionado contra a proposta da GM, mas que respeita a decisão dos funcionários. De acordo com a nota encaminhada pela montadora este "é mais um passo para a concretização do plano de viabilidade da GM".
A empresa continua as negociações com os sindicatos das demais cidades onde mantém fábricas de carros, em São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS) - nesta última todas as propostas foram recusadas até o momento. A fábrica de São José, no entanto, era a que estava em situação mais delicada.
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A GM também segue conversando com os governos dos estados onde está instalada. Em São Paulo, pede antecipação de créditos acumulados no ICMS. No Rio Grande do Sul, pede isenção no ICMS do frete interestadual e medidas que reduzam o custo de exportação a partir do Porto de Rio Grande.
As conversas tiveram início depois que a empresa divulgou comunicado interno no qual afirmou que estava dando prejuízo no Brasil há três anos e indicou que poderia deixar de produzir no país se não voltasse a ter lucro em 2019.
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