KdF-Volkswagen Type 60, ano 1941, era o nome de batismo antes da Segunda Guerra – só depois viraria Volkswagen.| Foto:

A paixão pelo Fusca é algo único no meio automotivo. Já se vão mais de 80 anos desde que Ferdinand Porsche desenvolveu o modelo com desenho inconfundível e que viria a ser o carro mais popular do mundo.

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Os primeiros exemplares, feitos a pedido de Adolf Hitler, tiveram uso militar na Segunda Guerra Mundial e poucos exemplares continuaram a rodar com o fim da batalha em 1945, abandonados em meios aos escombros e ruínas que viraram cenário em muitas cidades na Europa.

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Uma dessas unidades raríssimas foi encontrada em estado deplorável debaixo de uma árvore na República Tcheca, nação vizinha à Alemanha.

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Ondrej Brom descobriu a relíquia em 1988, quando ainda era um jovem estudante. “Notei o carro debaixo de uma árvore gigante, com uma camada de argila no meio das rodas. Pertencia a um amigo do meu irmão", disse ele ao Heritage Parts Center, empresa britânica de autopeças da marca Volkswagen que ajudou na restauração.

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Seu dono anterior era um compositor de Berlim, Paul Lincke. Brom ofereceu 60 mil coroas tchecas (cerca de R$ 10 mil) e virou o novo dono do Beetle (besouro, em inglês, como o modelo é conhecido).

Na verdade, trata-se de um KdF-Volkswagen Type 60, ano 1941, como fora batizada o carro antes da Segunda Guerra - só depois viraria Volkswagen.

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Mal sabia que se tratava de um ‘Fusca’ com chassis número 20, de um total de 21 milhões feitos até 2003. É um dos exemplares mais antigos do carro sobreviventes daquele época e hoje o ‘mais velho’ produzido em série e em circulação que se tem notícia.

Há outras três unidades mais antigas descobertas, que pertenciam a um lote de 30 protótipos (pré-série) produzidos pela Daimler-Benz em 1938, porém não estão nas ruas e sim preservados no museu da Volkswagen na Alemanha

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Restauração revela relíquia

Brom desconfiava que era um veículo da linha KdF, pelo conhecimento que tinha da história da Volkswagen - em sua garagem já estacionaram outros quatro exemplares do Fusca. 

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Só teve a certeza após uma meticulosa remoção de tinta, aplicações de raio x e pulverização com produtos químicos para retirar as sujeiras e as ferrugens incrustadas no carro. Só assim o número 20 do chassi foi revelado.

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Somente agora a restauração do Type 60 ficou pronta. E ao contrário de que muito possam pensar, Brom não pretende fazer dinheiro com a sua raridade, pelo menos sem curtir muito o seu achado.

Ele diz que pretende manter o veículo por um bom tempo, já que demorou tanto para ser recuperado. O carinho com a preciosidade é tamanha que até costuma colocar capas pretas sobre os faróis para protegê-los quando o carro está em movimento durante o dia, evitando assim uma pedra bater e riscar o vidro.

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Mas caso decidisse vendê-lo, certamente poderia cobrar bem mais que os R$ 4 milhões pedidos por um modelo 1964, com apenas 35 quilômetros rodados e guardado numa garagem de 1966 a 2016 nos Estados Unidos.

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História do número 20 vira livro

A jornada do tcheco Ondrej Brom em descobrir e restaurar o chassi número 20 do KdF (VW), de 1941, foi contada em um livro que está à venda.  A obra “Renovação e História do VW Beetle 1941”, de 350 páginas,  está disponível no idioma inglês e tcheco e descreve nos mínimos detalhes a restauração do modelo.

O livro foi editado de forma independente e está disponível no site Kickstarter por € 132 (cerca de R$ 580, já incluindo o frete).

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