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Linha de montagem principal na nova planta fabril da Harley em Manaus (AM) | Divulgação/Harley-Davidson
Linha de montagem principal na nova planta fabril da Harley em Manaus (AM)| Foto: Divulgação/Harley-Davidson
  • As motos produzidas em Manaus são vendidas apenas no Brasil
  • A linha VRod também e montada na nova unidade
  • Eliel Soares já rodou 60 mil quilômetros na cabine de teste

Nada de robôs: a nova fábrica da Harley-Davidson em Manaus trabalha de forma artesanal, como é padrão mun­­dial da empresa, e pode produzir simultaneamente qualquer um dos 18 modelos vendidos no mercado brasileiro. A marca está presente em Manaus desde 1999, mas a nova unidade utiliza uma linha de montagem mo­­du­­lar e flexível, num único nível, capaz de se adequar rapidamente à demanda do mercado.

Como as vendas têm crescido (foram 7% a mais em 2011) e o mercado de motocicletas acima de 600 cilindradas tem projeção de crescimento de 20% este ano, a fábrica pode adotar um segundo turno e aumentar a produção. Por enquanto, pelo menos 30 motos novas saem diariamente da li­­nha de produção. A montagem de cada unidade demora entre 14 e 35 minutos, dependendo do modelo. Atualmente, a unidade conta com 110 funcionários.

A fábrica funciona no sis­­tema CKD, ou seja, monta parafuso por parafuso as peças que vêm desmontadas dos Estados Unidos. O índice de nacionalização das peças não passa de 5%, mas deve chegar a 10% nos próximos meses. Detalhe interessante é o torquímetro eletrônico utilizado pelos mecânicos. Toda vez que um parafuso é retirado de seu escaninho, a máquina se programa para ajustar o torque. Ou seja, os montadores não conseguem apertar demais nem de menos. Prova disso é que, em toda a história da fábrica no Brasil, apenas dois motores não "pegaram" na primeira virada.

Moto brasileira

As motocicletas produzidas pela Harley-Davidson em Manaus são vendidas exclusivamente no mercado bra­­sileiro, e a razão para isso é bem simples: os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus. Em relação a uma moto importada, a Harley "brasileira" custa em média 30% menos, segundo o diretor comercial Longino Marowski. Paralelamente, a marca assumiu a comercialização e está investindo na abertura de novas concessionárias e montou um centro de distribuição de peças em Cajamar, perto de São Paulo.

A Harley Davidson, aliás, adotou essa mesma estratégia agressiva no mundo inteiro. Inaugurou uma fábrica na Índia em 2010, também em regime CKD, e pretende, até 2014, chegar a cem concessionárias espalhadas pelo mundo. O chairman, CEO e presidente da marca, Keith Wandell – que participou da inauguração –, disse que há projetos de investir em produtos novos, sem contudo descuidar do padrão de excelência que transformou a Harley-Davidson em referência mundial.

Test-rider

Da qualidade aos testes dinâmicos. Não há em Ma­­naus nenhum motociclista que tenha pilotado mais Harleys que Eliel Soares. Em seis anos ele avaliou quase 15 mil unidades e percorreu cerca de 60 mil quilômetros sem sair do lugar. Is­­so mesmo! Eliel é o "test-rider" da Harley-Davidson em Manaus. Cada moto que passa por ele roda entre quatro e seis quilômetros. Ali, numa cabine fechada, uma espécie de "aquário" (roll test, traduzindo: avaliação no rolo/dinamômetro), o funcionário faz uma simulação de pilotagem e testa motor, suspensão e freios. Além disso, Soares verifica a montagem, parte estética, funcionamento e parte elétrica.

O jornalista viajou a convite da Harley-Davidson.

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