Motor turbo já virou tendência no mercado brasileiro. É garantia de bom desempenho, acelerações vigorosas e eficiência no consumo.
Quem já andou no up! e Polo 1.0 TSI, Cruze 1.4 turbo, Civic 1.5 turbo, sabe do que eu estou falando.
E aos poucos a tecnologia, conhecida como downsizing (motores menores sobrealimentados), começa a dominar o segmento de maior evidência atualmente: o de crossovers e utilitários compactos.
Toda a linha do recém-lançado VW T-Cross é turbinada. Tem ainda Chevrolet Tracker 1.4, Peugeot 2008 e Citroën C4 Cactus 1.6 THP, Caoa Chery Tiggo 5X 1.5, e, em breve, Jeep Renegade 1.3.
E é claro que um dos modelos preferidos do consumidor brasileiro não poderia ficar de fora desta nova ordem.
A partir de junho o Honda HR-V oferece a opção do motor 1.5 turbo na versão Touring, que volta ao catálogo do carro como topo da linha, ao preço de R$ 139.990.
É o mesmo propulsor que empurra o Civic 1.5 Touring e o CR-V. Ou seja, são 173 cv e 22,4 kgfm, com injeção direta e variação de tempo de abertura das válvulas de admissão.
>> Achou o preço do HR-V 1.5 turbo salgado? Há 10 carros legais que custam menos
Ele é associado ao câmbio CVT que simula 7 marchas. A troca pode ser feita via shift paddle (as famosas borboletas) atrás do volante.
E a pergunta que se faz é: o motor turbo casou bem com a transmissão CVT, que costuma ser menos esperta, para não dizer morosa, nas acelerações?
Para buscar a resposta a Gazeta do Povo participou da apresentação da novidade à imprensa especializada em São Paulo. E pudemos realizar o test drive até a cidade de Porto Feliz, distante cerca de 100 km da capital paulista.
E a conclusão? Sim, a casamento turbo/CVT caiu muito bem ao HR-V. Ele ficou bem divertido de conduzir com a turbina trabalhando. As respostas são imediatas quando pisamos no pedal da direita.
O ponteiro do velocímetro sobe rapidamente - o zero a 100 km/h acontece em rápidos 8,4 segundos. No motor aspirado 1.8 flex, de 140 cv e 17,7 kgfm, a aceleração acontece em 11,2 segundos.
É preciso até atenção redobrada para não ultrapassar o limite máximo da rodovia, que no caso de São Paulo era 120 km/h. Qualquer distração, num bate-papo com o jornalista ao lado, e o mostrador de velocidade já pulava para 140, 150 km/h.
>> Fiat terá motor turbo só a etanol com consumo igual ou melhor que motor a gasolina
O reforço no isolamento acústico feito pela Honda na linha 2020 do carro, filtra bem o ronco grosso do turbo vindo debaixo do capô. Em velocidade cruzeiro, o som é quase imperceptível.
Contribui também o ótimo ajuste no conjunto da suspensão, recalibrada para suportar a maior força despejada pelo motor. Há novas molas e amortecedores, além de uma barra estabilizadora dianteira de maior diâmetro.
No tapete da rodovia paulista a sensação é de sempre estar abaixo da real velocidade exibida no quadro de instrumentos.
O apetite do crossover turbo impressiona nas retomadas de velocidade. O torque se mantém linear entre 1.700 rpm e 5.500 rpm e, com ajuda da transmissão CVT, que foi revista, entrega ampla potência ao longo de toda a faixa de trabalho do propulsor.
Mas como todo casamento, há suas rusgas, e neste caso, o grito típico das transmissões de relações continuamente variáveis surge quando se pisa mais fundo, como numa ultrapassagem mais rápida.
O sistema vem ainda com a função kick down, que reduz rapidamente a 'relação de marcha' para permitir uma retomada mais eficiente quando o pedal do acelerador é pressionado até o fim do curso.
Se o condutor quiser deixar a tocada do HR-V turbo ainda mais arisca basta posicionar a alavanca de câmbio na posição S para o giro subir com maior intensidade e o crossover superar os outros veículos na pista sem a menor cerimônia.
Para os motoristas mais puristas, há a opção da troca das marchas simuladas por meio de aletas no volante.
Já numa condução normal, o ponteiro do conta-giros repousa tranquilamente um pouco abaixo das 2 mil rotações com velocidade média de 100 km/h.
Isso significa economia no combustível. Segundo a Honda, o consumo na cidade é de 12,2 km/l e na estrada, de 14,6 km/l com gasolina. Desempenho digno dos SUVs e crossovers compactos mais econômicos.
O propulsor não é flex e a explicação da marca para tal escolha é que há baixa demanda pelo etano nesta faixa de preço, o que não justificaria o investimento num turboflex. As demais versões do HR-V permanecem com a motorização 1.8 bicombustível.
O comportamento dinâmico do HR-V em situações de maior velocidade é um dos melhores do segmento. O carro ainda conta com a tecnologia Agile Handling Assist (AHA), que aprimora a estabilidade em curvas, aplicando o conceito de vetorização de torque ao modelo.
Traduzindo, o sistema evita a perda de controle sem que o condutor perceba, aplicando freio na roda do lado de dentro da curva se o sistema detectar risco de derrapagem. É uma função adicional do sistema de freio ABS.
Isso aumento a percepção de segurança de ter o carro sempre na mão, mesmo em mudanças repentinas de direção.
Para valorizar o propulsor mais forte, a versão Touring recebeu saída dupla de escape e ajuste na suspensão e na direção para deixar o veículo mais adequado ao novo desempenho.
Aliás, para incorporar o sistema duplo de exaustão, a Honda teve de sacrificar o espaço do porta-malas. De 437 litros, na versão Touring ele baixou para 393 l (são 44 l a menos).
No pacote de itens exclusivos há ainda o teto solar panorâmico; antena externa estilo barbatana de tubarão; interior bicolor, com tom em cinza claro nos bancos em couro, portas e painel; partida por botão; e iluminação em full led, para faróis principais, luzes diurna (DRL) e de neblina.
Do pacote de tecnologia e segurança Honda Sensing, que equipa o HR-V na Europa - onde é chamado de Sport, e não Touring -, veio apenas o sistema Lane Watch. Ele usa uma câmera no retrovisor externo direito, que transmite a imagem para a central multimídia quando a seta é acionada, eliminado o ponto cego na lateral.
Para o restante das versões, as novidades da linha 2020 são a câmera de ré integrada ao multimídia de 5" na configuração de entrada LX; a central multimídia de 7" incorporada pela intermediária EX, antes restrita à EXL; e esta ganha sensor de estacionamento traseiro e dianteiro e nova grade frontal com acabamento em preto brilhante.
O HR-V está disponível nas cores branco (sólido), prata, cinza, azul (metálicos), branco, preto e vermelho (perolizados). A versão Touring traz interior na cor cinza nas cores branco (perolizado), cinza e azul. As demais trazem interior com acabamento preto.
Preços e versões do HR-V 2020
HR-V LX 1.8 CVT
R$ 94.400
Direção elétrica, ar-condicionado manual, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, banco do motorista com ajuste de altura, central multimídia de 5", câmera de ré, volante multifuncional, controle de cruzeiro, rodas de liga leve de 17", vidros e travas elétricas, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, freio de estacionamento eletrônico, Isofix, retrovisores elétricos, lanternas em led, luz diurna em led, computador de bordo e acabamento em couro no console central.
HR-V EX 1.8 CVT
R$ 101.700
+ ar-condicionado digital controlado por tela touchscreen, central multimídia de 7" com conexão Android Auto e Apple CarPlay, volante em couro, faróis de neblina, retrovisores na cor do veículo e console central com acabamento superior em preto brilhante.
HR-V EXL 1.8 CVT
R$ 111.900
+ faróis com acendimento automático, retrovisores com rebatimento elétrico, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, grade frontal com acabamento preto brilhante e bancos em couro.
HR-V Touring 1.5 Turbo CVT
R$ 139.900
+ faróis full led, teto solar panorâmico, antena em formato barbatana, partida por botão, chave presencial, sensor de chuva, retrovisor fotocrômico automático, central multimídia de 7" com GPS integrado e sistema Lane Watch (câmera no retrovisor direito que transmite a imagem para a central multimídia).
*O jornalista viajou a convite da Honda
SIGA O AUTO DA GAZETA NO INSTAGRAM
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião