A Honda investirá R$ 500 milhões ao longo dos próximos três anos para modernizar a sua fábrica na Zona Franca de Manaus. Não há, porém, previsão de novas contratações. "Esse investimento é de modernização do processo produtivo", disse à reportagem o presidente da Honda América do Sul, Issao Mizoguchi. "Não está relacionado a emprego. No entanto, se o mercado assim permitir aumentar a nossa produção, os empregos também aumentarão."
A fábrica conta hoje com cerca de 6.000 funcionários e produz cerca de 3.700 motos por dia. No auge, em 2011, empregava o dobro de pessoas e chegou a entregar até 7 mil motos/dia. A Honda mantém as mesmas cinco linhas de produção de 2011, mas apenas uma delas funciona em dois turnos. Há oito anos, todas as linhas mantinham dois turnos.
A boa notícia é que 2018 registrou crescimento na produção de 17% em relação ao ano anterior. Trata-se do primeiro aumento depois de seis anos de declínio constante.
Mizoguchi afirma que o anúncio de investimentos em Manaus não tem relação com a decisão, também divulgada nesta terça (19), de fechar a fábrica de automóveis da empresa japonesa no Reino Unido, que resultará na demissão de 3.500 trabalhadores.
Desde a inauguração, em 1976, a Honda afirma ter investido US$ 2 bilhões em Manaus (R$ 7,4 bilhões no câmbio de hoje). É a maior fábrica da Zona Franca, criada em 1967.
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A taxa de desocupação na região metropolitana de Manaus chegou a 16,3% no terceiro trimestre do ano passado, segundo o IBGE. No país, o percentual é de 11,9%.
O anúncio, nesta terça-feira (19), contou com a presença do recém-nomeado superintendente da Zona Franca (Suframa), o coronel da reserva Alfredo Alexandre Menezes Júnior. Ele havia assumido o cargo na véspera.
A nomeação de Menezes interrompe a tradição de nomeações políticas para a Suframa). Seu antecessor, Appio Tolentino, era apadrinhado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), candidato derrotado ao governo no ano passado.
Em rápido discurso, ele buscou apaziguar temores de que o governo Jair Bolsonaro (PSL) tenha a intenção de acabar com a Zona Franca, cuja renúncia fiscal no ano passado estava estimada em R$ 24 bilhões. "Esse modelo foi defendido pelo nosso presidente na sua campanha", afirmou Menezes, oficial de engenharia e ex-comandante de logística do Exército na Amazônia Ocidental. Ele assegurou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, também defende a continuidade da Zona Franca.
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