Quando foi lançada em meados da década de 90, a Triumph Speed Triple marcou época. Além de fazer sucesso nas telas do cinema, pilotada por Tom Cruise no filme "Missão Impossível II", essa naked inglesa trazia um design ousado e o característico motor de três cilindros da fábrica de Hinckley. Seu desenho, marcado pelos dois faróis sem carenagem e pela rabeta curta, lembra as streefighters, as nakeds personalizadas bastante comuns na Europa. É do tipo "ame ou odeie", mas que sem dúvida chama a atenção por onde passa.
Ao longo desses 15 anos, a Speed Triple ganhou motor maior de 1.050 cm³ alimentado por injeção eletrônica, porém manteve suas principais qualidades: visual diferenciado e muita diversão para quem a pilota. Grande parte dessa diversão vem do motor tricilíndrico que é um meio termo entre a potência exagerada dos quatro-em-linha e o enorme torque dos motores de dois cilindros. Com 132 cv de potência máxima a 9.250 rpm e torque de 10,7 kgfm a 7.550 rpm, o propulsor com duplo comando de válvulas e refrigeração líquida instiga o piloto a acelerar. Basta girar o acelerador com vontade para sentir aquele "soco no estômago" e também para perceber que a roda dianteira insiste em sair com facilidade do chão. No melhor estilo "hooligan" de pilotar (com agressividade).
Entre as 3.000 e as 8.000 rotações, o contagiros cresce rapidamente assim como a velocidade. Um motor bastante elástico, mas que com o auxílio da injeção entrega potência de uma forma amigável, porém emocionante.
Boa de pilotagem
Fazendo jus ao seu desenho radical, a Speed Triple oferece uma posição de pilotagem quase esportiva, não fosse pelo largo guidão de alumínio. Pedaleiras recuadas e peito no tanque, o motociclista fica em posição de ataque. Para atacar curvas fechadas ou abertas sem medo de se divertir.
Afinal, com um chassi tubular de alumínio e menos de 1,5 metro de distância entre-eixos, essa inglesa oferece bastante precisão e segurança para contornar curvas. O conjunto de suspensões é firme, com um acerto bastante "Racing" (de corrida). Mesmo totalmente ajustáveis, tanto o garfo telescópico invertido na dianteira como o monobraço com um conjunto mola-amortecedor foram projetados para oferecer desempenho.
Assim como o sistema de freios, que garante frenagens bastante eficientes e, em alguns momentos, até bruscas demais. Também são dois enormes discos de 320 mm mordidos por pinças Nissin de fixação radial com quatro pistões, na dianteira, e um disco simples de 220 mm com pinça Nissin de dois pistões, na traseira. O suficiente para "estancar" os 189 kg (a seco) dessa naked.
Duas belas rodas de liga leve, calçadas com pneus radiais de perfil esportivo, completam o excelente e preciso conjunto ciclístico da Triumph Speed Triple. Conjunto que, ao lado do motor, é o seu ponto forte.
A Speed Triple é a companheira ideal para uma estrada sinuosa ou para serpentear entre os carros em uma avenida movimentada. Não é uma moto para longas viagens. Foi feita para aquela escapada com os amigos no fim de semana até porque o espaço existente para a garupa não merece nem ser chamado de assento. Mas se contornar curvas, acelerar e frear para valer fazem o seu gosto como motociclista, essa naked Triumph é uma boa pedida. Até mesmo porque, se compararmos a capacidade do motor e as especificações da Speed Triple com as concorrentes, o preço de R$ 46.900 é bastante competitivo.
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