Não basta ser uma marca forte no mercado ou ter uma boa campanha de divulgação. Para cair no gosto do consumidor é preciso algo mais. Talvez desenho atraente, preço convidativo e , principalmente, causar uma boa impressão já no primeiro olhar.
O mercado possui exemplos de que a promessa nem sempre vira realidade quando chega às lojas. Alguns são até injustiçados, pois possuem atributos até melhores que os rivais que estão à frente na preferência.
Confira quais modelos que não alcançaram as projeções feitas pelas marcas na época do lançamentos.
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Volkswagen up!
O subcompacto up! é um dos exemplos mais emblemáticos entre os injustiçados. O modelo com motor 1.0 3-cilindros é dos mais divertidos e econômicos para rodar na cidade.
Ainda mais na versão TSI (turbo), que o deixa um foguetinho e é capaz de bater os 14 km/l no ciclo urbano e passar dos 16 km/l na estrada (com gasolina).
O TSI parece ter a força de um hatch com motor 1.8 durante acelerações e retomadas de velocidade.Não à toa, representa hoje 50% das vendas da linha up!. Com este propulsor, ele parte de R$ 55.700 - e de R$ 38.740 no aspirado.
Em 2017, o Volkswagen emplacou em média 2,8 mil unidades ao mês a ‘apenas’ a 17.ª posição entre os mais emplacados. Pouco para quem foi lançado com a meta de brigar entre os líderes e se tornar o novo Gol em vendas.
Citroën C4 Lounge
O fato de ser um dos melhores custos-benefícios entre os sedãs médios parece não ser suficiente para cativar os consumidores do segmento. Recentemente o C4 Lounge estreou uma reestilização para tentar subir alguns degraus no ranking de vendas.
No ano passado foi o sétimo mais licenciado (276 carros/ mês) do grupo de três volumes abaixo de R$ 100 mil, superando somente o Peugeot 408, outro que está nesta lista.
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Além do visual e a sofisticação interna típica dos carros franceses, outra virtude do modelo é o motor 1.6 THP (turbo), que rende 173 cv.
Por R$ 89.990,o Citroën oferece ar-condicionado de duas zonas, controle de estabilidade, câmbio automático de 6 marchas e central multimídia. Nos rivais, este é o preço do modelo mais básico e com transmissão manual.
Chevrolet Tracker
O Tracker chegou com pompa para fazer frente ao Ford EcoSport e Renault Duster, que nadavam sozinhos no universo do utilitários compactos. Ficou só na vontade.
A Chevrolet errou a mão ao lançá-lo primeiro apenas na versão topo de linha, com preço bem acima dos concorrentes. Depois veio uma opção mais simples, com valores acessíveis para a categoria, no entanto era desprovido de alguns mimos vistos no rivais, como sistema de som com bluetooth para conectar o celular.
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Em 2017 lançou a atualização do carro e a expectativa da marca era mudar esse panorama. As vendas realmente melhoraram (2,2 mil/ mês), deixando para trás Duster e Captur, da Renault, mas ainda é metade do que emplacam os líderes da categoria.
O Tracker tem sofrido com a forte concorrência do segmento, mesmo sendo um dos mais baratos entre os rivais (R$ 87.990), apresentar um visual moderno e a oferecer motor 1.4 turbo (153 cv e 24,4 kgfm de torque).
Peugeot 2008
O crossover feito no Brasil é mais um incompreendido. Um dos motivos pela baixa procura era o ultrapassado câmbio automático de quatro marchas, especialmente para a versão topo de linha Griffe que traz o excelente motor 1.6 turbo, de 173 cv.
A Peugeot corrigiu o deslize ao lançar neste ano a transmissão de seis velocidades, que oferece trocas mais suaves e aproveita toda a força da opção turboalimentada, que custa R$ 89.990.
A nova caixa também está presente no propulsor 1.6 aspirado, que rende apenas 122 cv e também possa ser um inibidor na procura pelo consumidor. O 2008 vai da beleza externa à boa qualidade do acabamento interior, além do preço interessante para a categoria - começa em R$ 72.990.
No ano passado alternou com o Tracker as últimas posições em vendas da categoria, finalizando com quase 900 carros licenciados ao mês.
Peugeot 408
Mais um Peugeot que não consegue conquistar o público brasileiro. E não é por falta de tabela atraente (R$ sai de R$ 69.990) ou mecânica caprichada. O propulsor 1.6 THP (turbo) está associado à transmissão automática (de 6 marchas), o que torna a condução muito divertida.
O sedã 408 também oferece equipamentos e espaço superiores aos dos campeões da categoria, mas nem assim é lembrado pelo mercado. Além do motor, a capacidade do porta-malas é o destaque: 526 litros (o Toyota Corolla, por exemplo, carrega 470 l de bagagem).
As vendas em 2017 foram de 93 unidades/mês, desempenho que o colocou na rabeira entre os médios e abaixo de sedãs bem mais caros, da categoria premium.
VW Golf Variant
De cada 10 pessoas que andarem no Golf Variant, pelo menos 9 vão falar bem da perua. O problema, neste caso, deve estar no segmento. A enxurrada de SUVs abocanhou o mercado de carro-família, outrora disputado por station wagon e minivans.
O Volkswagen é movido pelo competente motor 1.4 TSI, de 150 cv (o mesmo do Jetta), capaz de levá-lo de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos e alcançar 207 km/h de velocidade máxima. Contudo, conquistar o brasileiro parece ser uma tarefa quase impossível. Foram 630 exemplares emplacados em 2017 (média de 52 carros/mês).
Ford Fiesta
Para quem já foi o carro mais vendido do país no passado, as vendas estão aquém do que o modelo oferece. Ele perdeu espaço para o novo Ka e pagou o preço da fama ruim do câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift.
No ano passado a Ford atualizou o Fiesta para tentar alavancar as vendas. Fez 19 mil unidades em 2017. Era um volume até interessante entre os hatches compactos premium, mas agora sofre com a concorrência de VW Polo e Fiat Argo, que devem vender facilmente o triplo disso em 2018. O Fiesta em breve perderá ainda mais espaço com a vinda do Toyota Yaris.
A fabricante diz que corrigiu o problema da transmissão, que trepidava e fazia muito barulho, e ainda acrescentou mais sofisticação ao carro, além de uma moderna central multimídia. A tabela começa em R$ 56.690.
Nissan Sentra
Com exceção do Kicks, os outros modelos da Nissan ficaram na promessa e não conseguem brigar na linha de frente em seus segmentos. O Sentra até chegou a subir no pódio, sendo o terceiro sedã médio mais vendido há dois anos.
Porém, em 2018 só não está na lanterna entre os modelos abaixo de R$ 100 mil por que tem o C4 Lounge nesta posição. O Sentra licenciou 959 até março, na sexta posição do grupo. O Chevrolet Cruze, terceiro colocado, fez 5.035 no mesmo período. Já o Toyota Corolla é soberano há muito tempo, com um abismo entre a concorrência (13,7 mil no trimestre).
Para diminuir a distância, o sedã da Nissan ganhou novo visual em 2016 e câmbio CVT e controle de estabilidade de série desde a versão de entrada. O preço começa em R$ 82.900.
Citroën C3
Outro Citroën que deveria estar mais acima no ranking de vendas pelo pacote de itens que entrega. É um modelo com bastante tecnologia, econômico e com desempenho interessante na versão 1.2, de três cilindros, além do bom custo-benefício - parte de R$ 43.990.
Recentemente o C3 recebeu o bom câmbio automático de seis marchas (sai de R$ 55.990) associado ao motor 1.6, de 118 cv. Em 2017, superou somente o Chery QQ entre todos os hatches compactos e subcompactos zero km, fazendo uma média de 680 carros/mês.
Vive o mesmo drama do Fiesta e também do irmão Peugeot 208 (que compartilha os atributos citados acima): o domínio de Polo e Argo.
Nissan March
A Nissan apostava alto no March, inclusive para brigar pelas primeiras colocações no grupo dos hatches compactos. No começa das vendas no país, no início da década, até flertou com a parte de cima do ranking, mas com o passar dos anos a procura foi diminuindo.
Mesmo com a chegada do New March em 2014, que nacionalizou o modelo e eliminou o visual ‘pikachu’, a resposta do mercado foi tímida.
O March é um dos carros mais econômicos do país e é bastante ágil na versão com motor 1.6, de 111 cv. Sua dirigibilidade é destacada pelos proprietários, principalmente pela facilidade nas manobras.
Ele emplacou 3,6 mil exemplares até março deste ano, contra 24 mil de HB20 e Ka e os impressionantes 41 mil do Onix.
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