A chinesa JAC deu mais um passo na sua ofensiva de viver um novo momento no mercado brasileiro, concentrando as forças em crossovers e utilitários esportivos.
Depois do T40 e do T50, agora chega ao mercado o T80, um SUV de 7 lugares, com motor 2.0 turbo a gasolina, de 210 cv e 30,6 kgfm de torque.
Importado da China, onde é chamado de S7, o modelo promete encarar de Jeep Compass a Volkswagen Tiguan, usando como armas o porte maior, o preço competitivo e o amplo pacote de tecnologias.
Mas será que o T80 tem atributos para beliscar uma fatia do desejado e acirrado segmento de SUVs, que hoje emplaca um em cada 4 carros no país
Conferimos o lançamento e destacamos os pontos que podem fazer a diferença na hora da escolha ou não pelo modelo:
Tamanho GG com preço de médio-compacto
“O único SUV de 7 lugares por R$ 140 mil”. Esta foi a frase que abriu a apresentação do T80 aos jornalistas, destacada pelo presidente da JAC no Brasil, Sérgio Habib.
E revela o tom de como a marca pretende ‘vender’ o seu mais novo utilitário no Brasil.
Antes do T80, o SUV zero km mais em conta que pode levar até 7 ocupantes é o Kia Sorento, por R$ 169.990. Só que ele sobrevive nas lojas por meio de estoque, uma vez que a Kia desistiu de vendê-lo por aqui devido à baixa procura.
Depois vem a nova geração do Volkswagen Tiguan, com valores de R$ 149.990 na versão 250 TSI (motor 1.4) e R$ 184.990 na 350 TSI (motor 2.0), que traz os dois lugares extras.
Outras duas opções são o Peugeot 5008 (R$ 175.990) e o Mitsubishi Outlander HPE-S (R$ 189.990).
O banco traseiro central deslizante garante ainda mais espaço e facilita o acesso à última fileira de assentos, dedicada ao transporte de pessoas de baixa estatura ou crianças, devido ao aperto para cabeça e pernas (condição típica de veículos com 7 lugares).
O volume do porta-malas é de 620 litros, com os assentos do fundo rebatidos.
Veja o comparativo das dimensões do JAC com os principais rivais:
O preço do T80, na verdade, está na faixa das versões mais completas de SUVs menores, mas com apenas 5 lugares, além de serem menos potentes e equipados.
Casos de Jeep Compass (R$ 146.990), Kia Sportage (R$ 145.990), Mitsubishi Eclipse Cross (R$ 149.990), Hyundai New Tucson (R$ 159.600).
Bom torque e câmbio, mas o peso acusa
Todo o SUV médio-grande que se preze tem de entregar bons números de torque. Com o T80 não é diferente. São 30,6 kgfm, disponíveis a partir de 1.800 giros. Nada mal para um motor 2.0 turbo, de 210 cv, entregue a 5.000 rotações.
O problema são os 1.775 kg de peso, que interferem na desenvoltura do carro em velocidades maiores e retomadas.
O preciso câmbio automatizado de dupla embreagem e 6 marchas poderia deixá-lo mais esperto nessas situações, mas as relações são longas, deixando a reação mais demorada e elevando o giro a cada troca.
Quem gosta de uma resposta mais direta do acelerador ficará um pouco frustado. O jeito é recorrer ao modo Sport, que diminui a morosidade, mas aumenta o consumo. Ou então usar a opção manual da alavanca (não há borboletas atrás do volante).
Agora se o estilo ao volante for mais conservador, o desempenho satisfaz para passeios em família e saídas de semáforo e cruzamento. O zero a 100 km/h é feito em 9,2 segundos, conforme dados da JAC.
Um aspecto que irá agradar bastante os ocupantes é o isolamento acústico, que filtra bem o barulho externo, especialmente do motor.
Visual moderno e evolução no acabamento
A marca parece que encontrou a fórmula em dois quesitos que torciam o nariz dos consumidores de carros chineses: visual e acabamento.
A cada lançamento, a empresa exibe uma evolução, com inspirações em linhas europeias. Não por acaso, o projeto foi desenvolvido pelo Centro de Design da JAC Motors, em Turim, na Itália.
Não tem como olhar para o T80 sem que um sorriso apareça. A enorme grade de contornos e filetes cromados dão um ar sofisticado ao carro.
Qualidade que se estende à traseira com as lanternas horizontais com iluminação em led e ligadas por uma barra cromada, além da saída dupla do escapamento, também com pintura cromo nas ponteiras.
Por dentro, tudo bem encaixado e com requintes de carro de luxo, com direito a iluminação em led.
O painel exibe uma superfície em couro agradável ao toque, portas com material emborrachado e bancos em couro costurados, com ajuste elétrico para os dianteiros.
O desenho em dois níveis do painel é recortado na parte de cima por uma textura em plástico que imita fibra de carbono. Esta solução também é usada no amplo e belo console central, que acomoda os comandos do ar-condicionado e do sistema multimídia.
A área do câmbio, do freio elétrico e do botão de partida é revestida por uma material metalizado que aumenta a percepção de luxo na cabine. O recurso está por toda a cabine, dos puxadores de porta às saídas de ar - que, aliás, remetem aos da Mercedes-Benz e estão em abundância ao longo painel.
O quadro de instrumentos é todo digital e personalizável, enquanto a tela do multimídia de 10 polegadas é fixa e ocupa um bom espaço da parte central. O T80 traz ainda um pequeno relógio analógico, logo abaixo do multimídia, para reforçar a proposta elegante do interior.
Equipado ao melhor estilo chinês
Como reza a cartilha dos modelos chineses, há uma fartura de equipamentos de série, alguns privilegiando a comodidade e conforto dos ocupantes do carro.
Destaque para os bancos dianteiros com resfriamento e aquecimento, ajustes elétricos com duas memórias e massagem para o condutor; ar-condicionado de duas zonas com saídas para a segunda fileira; direção elétrica com três modos de atuação; entrada e partida sem chave; e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.
A terceira fileira de assentos possui sistema de basculamento automático, enquanto a do meio vem com ajustes de encosto e distância.
A multimídia peca por não trazer conexão Android Auto e Car Play, algo já comum até em carros compactos. Apesar de trazer a câmera 360 graus, que facilita bastante as manobras e evita aquelas batidinhas desagradáveis, as imagens são escuras e dificulta um pouco a visualização.
Há ainda uma câmera frontal independente (a mesma do 360), para checar visualmente a distância para o carro da frente na hora de estacionar, por exemplo.
O bom nível de conteúdo inclui ainda seis airbags; faróis com luz diurna em led, função curva, acendimento automático e ajuste elétrico de altura; piloto automático; sensor de chuva; volante multifuncional em couro; e duas entradas USB e uma 12V; retrovisor interno eletrocrômico; monitoramento de pressão dos pneus; computador de bordo; e rodas de liga aro 18.
O modelo traz apenas dois opcionais: o teto solar elétrico panorâmico e o o sistema de som de alta fidelidade Infinity com 280 watts e 10 alto-falantes. O que agrega mais R$ 6 mil ao valor do carro (ou R$ 145.990 totais).
Conforto nos buracos e na direção
A suspensão multilink na traseira vem com ajustes que conferem mais conforto ao encarar pisos irregulares, sem aquela batida seca ao encontrar uma ‘cratera’ pela frente.
O comportamento na estrada também é adequado para um utilitário, com ligeira inclinação da carroceria em curvas mais fechadas, devido ao centro de gravidade mais alto.
É possível acionar o modo de direção mais pesado por um botão no console, deixando o dirigir mais seguro em velocidades maiores e ultrapassagens. Já as opções “leve” e “normal” são ideais para as exigências da cidade, como realizar manobras e alterações de direção no trânsito.
O que incômoda um pouco são os freios que demoram para atuar, sendo necessário pisar com mais vontade no pedal. Apesar do desconforto, eles são eficientes para segurar o grandalhão.
A programação do motor é voltada para uma maior economia de combustível e a um rodar tranquilo. A 110 km/h, o conta-giros repousa nas 2.000 rpm.
Há outro indício de que o T80 não foi feito para a condução agressiva. O motorista será tentado a afundar o pé diante da demora do motor em responder. Só que o curso do pedal do acelerador alcança o final rapidamente, evitando uma possível reação mais intensa do conjunto mecânico.
*O jornalista viajou a convite da JAC
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