| Foto: Renyere TrovãoGazeta do Povo

As marcas chinesas ainda travam um dura batalha de aceitação no mercado brasileiro. Os números de vendas de modelos da JAC, Chery e Lifan, para citar as três maiores em nosso mercado, ainda estão muito distante dos previstos pelas empresas orientais quando desembarcaram em solo brasileiro.

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Há sete anos no país, a JAC Motors quer mudar esta

imagem e entra numa nova fase no mercado brasileiro com o lançamento do crossover T40. O modelo já está nas lojas como o melhor produto já oferecido por uma chinesa por aqui, seja no visual, acabamento interno e equipamentos disponíveis. Por isso, foi o escolhido para estrear o novo logotipo da empresa.

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Posicionado na porta de entrada dos SUVs, o T40 custa R$ 58.990 e briga com a turma dos aventureiros urbanos, como Volkswagen CrossFox (R$ 69.990), Chevrolet Onix Activ (R$ 59.950), Hyundai HB20X (R$59.845) e Renault Sandero Stepway (R$ 61.300). Também tentará beliscar a fatia do Honda WR-V (R$ 79.400).

 

 

Resultado de um investimento de US$ 20 milhões (cerca de R$ 60 milhões), o modelo foi desenvolvido com um olhar para o consumidor brasileiro. Por enquanto vem importado da China, mas deverá ser o primeiro produto feito por aqui na futura fábrica da JAC Motors, prevista para 2019. 

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Tratado pela marca como um mini SUV, o T40 na verdade é um crossover encorpado, com preço bastante agressivo. Nos próximos meses chegará uma versão mais em conta, por R$ 56.990, e no primeiro trimestre de 2018 a configuração com câmbio automático CVT, associado ao novo motor 1.6 - por enquanto, o carro está disponível no 1.5 Flex. 

Custo-benefício

A JAC aposta que o T40 será a virada de mesa da empresa no país. Analisando friamente, o modelo apresenta um dos melhores custo-benefício do mercado, com farto pacote de equipamentos pelo preço que cobra frente aos rivais citados acima. 

Destaques para a presença de controles de estabilidade e tração; faróis com regulagem elétrica de altura, acendimento automático e luzes diurnas em led; luzes de conversão estática (acompanham o movimento do volante em baixas velocidades); assistente de partida em rampa; sensor e câmera de ré; piloto automático; direção elétrica multifuncional em couro; rodas de liga leve aro 16; e central multimídia com tela de 8 polegadas com MirrorLink (conexão do celular).

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Não bastasse tanto itens de série, o T40 ainda inova no mercado nacional ao vir equipado com uma câmera frontal que possibilita armazenar num cartão de memória desde belos cenários durante a viagem quanto registros de batidas e atropelamentos, além de gravar em áudio o que se conversa no interior do veículo. 

Na Rússia, muitos carros já trazem tal dispositivo e os vídeos captados viralizam na internet. Sem contar que por lá o item acaba diminuindo o valor do seguro automotivo, condição que a JAC Motors pretende aproveitar por aqui - a empresa já conversa com as companhias do setor para baratear a apólice do crossover. 

Acabamento

 

O espaço interno é outro predicado do T40, apesar do entre-eixos curto (2,49 metros) em relação ao comprimento (4,13 metros). A boa largura de 1,75 m acaba compensando, garantindo uma acomodação sem apertos, superior a qualquer concorrente ‘aventureiro’.

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As dimensões são similares ao do Ford EcoSport. A capacidade do porta-malas é outro atributo: pode levar 450 litros de bagagem. 

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O acabamento é superior em relação aos chineses que já circulam em nosso mercado. Os plásticos duros continuam dominando o painel, mas as peças são bem encaixadas, com um texturização mais agradável ao toque. Tem até uma tira em couro cortando o painel de um lado ao outro, o que transmite mais sofisticação, inclusive em relação ao irmão maior T5

O modelo conta com opção de teto colorido, que pode ser preto para o modelo laranja ou prata para o carro vermelho, desembolsando mais R$ 1.990.

Motorização

Durante o test drive feito em São Paulo e por rodovias próximas pudemos verificar o cuidado que engenharia da JAC teve para adaptar o modelo às nossas vias. As suspensões (McPherson na dianteira; eixo de torção na traseira) trabalham bem as imperfeições, auxiliadas pelas barras estabilizadoras nos dois eixos. Dinamicamente, ele agrada pelo nível decente de inclinação da carroceria em curvas.

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Um dos poucos pecados do T40 está debaixo do capô. O motor 1.5 VVT flex, de 125/127 cv (gasolina/etanol), administrado por um câmbio manual de cinco marchas, deixa desejar, especialmente em subidas e retomadas. Na rodovia, tivemos de recorrer com frequência às marchas manter o carro num ritmo aceitável em aclives nem tão acentuados assim.

Outros detalhes também incomodam durante a condução. A visualização do computador de bordo é restrita devido à minúscula tela. Além disso, não há comando das funções na direção, o que obriga o motorista a enfiar a mão entre o volante para apertar os botões.

A intenção da JAC é vender 300 unidades ao mês até o fim deste ano e mais que dobrar este volume em 2018, quando acaba o peso da ‘super IPI’ para carros importados.