| Foto: Renyere Trovão/Gazeta do Povo

Enquanto o Honda HR-V e o Jeep Renegade brigam palmo a palmo pela liderança do segmento de utilitários compactos/crossovers, um outro grupo disputa os consumidores que desejam andar de ‘jipinho’ mas não tem bolso para alcançar os modelos sensações do mercado ou não simpatizam pela dupla. Num patamar abaixo de vendas estão os veteranos Ford EcoSport e Renault Duster, além de Peugeot 2008, Lifan X60 e Chery Tiggo, que figuram num segundo escalão dentro da categoria.

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A partir deste mês outro integrante entra na disputa: o JAC T5, modelo de maior sucesso da marca no mercado asiático. Com bom apelo visual e recheio de equipamentos acima da maioria dos ‘concorrentes’, o modelo chinês chega em três versões com preços entre R$ 59.990 e R$ 69.990.

A tabela da configuração topo é equivalente às versões de entrada dos rivais. O EcoSport parte de R$ 67 mil, na versão 1.6 SE, enquanto o Duster sai de R$ 65,5 mil na Expression 1.6, e ambos oferecem bem menos equipamentos de série.

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O carro estreia apenas com a motorização 1.5 flex, de 127 cv e 15,2 kgfm de torque. É o mesmo bloco usado pelos sedãs compactos J3 S e J3 Turin, associado a um câmbio manual de seis velocidades. Em agosto, o modelo ganhará a opção automática do tipo CVT.

Por fora, o T5 segue as linhas modernas já trazidas no ano passado pelo irmão maior T6 (R$ 69.990). A inspiração veio dos modelos sul-coreanos, como no grade hexagonal imponente, com filetes e contornos cromados e acetinados. Note que a grade tem a seção mais larga invertida em relação ao Hyundai ix35, bem como o recorte das lanternas traseiras, que no sul-coreano invade a tampa do porta-malas, enquanto no chinês aparece nas laterais.

A inspiração visual do T5 segue os traços do modelos sul-coreanos. 
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A luz diurna em led sob os faróis - a partir da versão intermediária (R$ 64.990) - realçam o estilo mais jovial da dianteira, complementado pelos enorme faróis de neblina e os protetores laterais de plástico destacados. A traseira traz uma dupla saída de escapamento com ponteiras cromadas. Porém, ela é falsa: a real está alojada sob o para-choque.

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O modelo traz um pacote de itens de série interessante, sendo o primeiro entre as opções chinesas no mercado nacional a oferecer controle de estabilidade, central multimídia com espalhamento do celular por meio da plataforma MirrorLink (há até um espaço para repousar o smartphone), ar-condicionado digital, assistente de partida e rampa e auxílios eletrônicos à frenagem.

 

A enorme tela de 8 polegadas se destaca em meio ao painel e exibe um GPS com navegação intuitiva. Mas, o sistema de entretenimento está disponível na versão mais cara. Ele ainda oferece as conexões HDMI e bluetooth, leitor de MP3, entradas USB e SD Card e câmera de ré.

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Apesar dos apliques metalizados, o interior tem acabamento simples comparato aos rivais. O plástico duro domina o painel. Já as portas receberam um nos detalhes, com maçanetas cromadas, puxador com plástico acetinado e miolo revestido em couro. Os bancos da configuração topo são forrados com couro sintético e costura dupla na cor vermelha.

 

O quadro de instrumentos é formado por mostradores analógicos com dois copos nas extremidades (velocímetro e conta-giros), divididos pela moldura que abriga o computar de bordo digital. As bordas são prateadas e a iluminação branca e azul.

Bom espaço e pouco motor

O modelo tem 4,32 metros de comprimento e 2,56 m de entre-eixos. Números que favorecem o espaço interno, sendo maior que o do EcoSport (4,23 m de comprimento e 2,52 m de entre-eixos), por exemplo. Pernas e cabeças ficam acomodadas no banco de trás e não há aperto até mesmo para o quinto passageiro central traseiro, graças ao túnel central baixo e ao console central pouco recuado. Já a capacidade de porta-malas merece destaque: 600 litros.

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O comportamento dinâmico do carro é satisfatório, com a rolagem da carroceria dentro do padrão de um SUV. Num primeiro momento, a suspensão absorve as imperfeições do piso de maneira adequada, porém cai em qualidade à medida que os solavancos continuam.

 

Já a direção elétrica favorece as manobras e a leveza na condução pela cidade. Mas, em rodovia nota-se a falta firmeza em velocidades maiores. Os freios a disco nas quatro rodas garantem frenagem sem sustos.

O motor 1.5 16V VVT JetFlex não é compatível aos 1.210 quilos do T5. Na estrada, é preciso reduzir com frequência as marchas nas ultrapassagens, retomadas e em subidas, até com o mínimo de inclinação. Isso reflete no consumo. No trânsito urbano e com etanol a média ficou em 6,0 km/l durante o test-drive realizado pela reportagem em São Paulo, enquanto na estrada não passou dos 9,5 km/l.

 
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A montadora, no entanto, diz que ele obteve nota A em eficiência energética em sua categoria, no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro. Os valores obtidos neste caso foram de 6,80 km/litro na cidade e 9,63 km/l na estrada (etanol) e 8,18 km/l e 12,2 km/l (gasolina).

O câmbio manual de seis marchas é preciso, no entanto peca pelo ruído a cada troca.

Briga com os aventureiros

A JAC admite que a rivalidade do T5, num primeiro momento, concentrará nos aventureiros urbanos, como o Citroën Aircross (R$ 50.490), Hyundai HB20X (a partir de R$ 56.945) e Volkswagen CrossFox (R$ 66.850), especialmente pelo preço, já que estes são menores na dimensão. A meta da empresa chinesa é modesta: emplacar cerca de 150 exemplares/mês.

O representante da marca no Brasil, Sergio Habib, explicou que a baixa ambição inicial se deve ao fato de o veículo ser importado e limitado às cotas do Inovar-Auto. Situação que deve mudar a partir do primeiro semestre de 2017, quando, enfim, será inaugurada a fábrica em Camaçari (BA). E aí o suvinho será o primeiro JAC a virar nacional, montado em regime de CKD (todo os componentes vêm de fora).

 
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A unidade baiana estava prevista para entrar em operação em 2015, mas a matriz chinesa voltou atrás da sua parte no aporte de capital de R$ 800 milhões, divididos entre a JAC e a empresa SHC de Sérgio Habib . Com isso, empresário brasileiro optou por bancar R$ 200 milhões em uma fábrica própria e reduziu a capacidade de produção da planta de 100 mil para apenas 20 mil unidades/ano.

* O jornalista viajou a convite da JAC

O que ele traz

Confira as versões e os preços do JAC T5:

+Pack 1

R$ 59.990

Alarme; chave canivete com botão de abertura do porta-malas; volante multifuncional; rodas de liga leve aro 16; direção elétrica; ar-condicionado digital; computador de bordo; faróis com acendimento automático e regulagem elétrica de altura; vidros, travas e retrovisores com acionamento elétrico; banco do motorista com ajuste de altura; ganchos Isofix; sensor de ré; ajuste de altura para o banco do motorista; encostos de cabeça para os 5 ocupantes; pedais que anulam aceleração quando acelerador e freios são acionados simultaneamente (BOS); alerta de pressão dos pneus; e assistente de frenagem emergencial. (BAS)

+Pack 2

R$ 64.990

Acrescenta faróis e lanternas de neblina; luzes diurnas em led; barras longitudinais de teto; assistente de partida em subidas; e controle eletrônico de estabilidade e tração.

+ Pack 3

R$ 69.990

Inclui bancos revestidos em couro; central multimídia com tela tátil de 8 polegadas e sistema MirrorLink; câmera de ré (com gráficos estáticos).