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Assinado pelo estúdio italiano Pininfarina, o J3 tem dianteira inspirada em máscaras chinesas e maçanetas e retrovisores na mesma cor da carroceria | Fotos: Divulgação / JAC Motors
Assinado pelo estúdio italiano Pininfarina, o J3 tem dianteira inspirada em máscaras chinesas e maçanetas e retrovisores na mesma cor da carroceria| Foto: Fotos: Divulgação / JAC Motors

Avaliação

Modelos ideais para o dia-a-dia

O hatch J3 e o sedã J3 Turin, modelos de entrada da JAC no mercado brasileiro, são indicados para o consumidor que procura um veículo com bom custo/benefício. Afinal, encontrar um carro com todos os itens oferecidos pela marca chinesa em outra montadora pelo mesmo preço parece ser uma tarefa complicada.

A linha J3 é equipada com motor 1.4 litro de 16 válvulas, com 108 cavalos de potência a 6.000 rpm. O J3 Turin tem como diferencial em relação ao hatch o generoso porta-malas com 490 litros de capacidade – o irmão menor possui 346 l. Segundo dados de fábrica, o hatch leva 11,7 segundos para sair da imobilidade e ir a 100 km/h. O sedã gasta 11,9 s.

Se de um lado há uma fartura em equipamentos, do outro falta capricho no acabamento. Mas, nada que uma olhadinha na nota fiscal e o uso dos intermináveis itens de série não façam esquecer rapidamente esse pequeno detalhe. Outro fato que poderia ser um problema é a falta da opção flex. Porém, a empresa garante que dentro de um ano a modalidade já estará à venda.

As saídas de ar centrais têm molduras que imitam cromado, há uma interessante variação de tons (cinza escuro com prata) e o quadro de instrumentos tem formato incomum – o relógio do conta-giros fica dentro do relógio principal, do velocímetro. Mas sente-se a falta, por exemplo, do ajuste de altura para o banco do motorista e de profundidade para o volante. Também não há computador de bordo – apenas o hodômetro – e uma luz nos instrumentos para indicar que os faróis estão ligados, já que o painel fica permanentemente aceso (blackout). Falta até um botão para destravar as portas, ação realizada apenas pelos pinos das portas.

  • A linha J3 possui motor 1.4 de 108 cv e 14,1 kgfm de torque, números semelhantes aos de propulsores 1.6. Bebe somente gasolina, mas a versão flex chegará no próximo ano
  • Apesar da falta de capricho no acabamento, como volante de material duro, o aspecto é bom e parelho ao dos rivais
  • O painel ganhou iluminação azul exclusiva para o Brasil
  • Entre os itens de série estão ar-condicionado, CD/MP3 com USB, sensor de estacionamento traseiro e trio elétrico
  • O porta-malas do hatch leva 346 litros de bagagem; no J3 Turin são 490 litros

Campinas - O desembarque da JAC no Brasil está longe de ser rotulada como "mais uma marca chinesa de automóveis". Desde o início do projeto para trazer os veículos da montadora para cá, a diretoria da empresa teve a preocupação de desmistificar a imagem pejorativa que os produtos made in China ainda carregam junto ao consumidor brasileiro. Para provar que o hatch J3 e o sedã J3 Turin – os primeiros modelos a se­­rem vendidos em solo brasileiro – são confiáveis, a empresa contratou a Cesvi Brasil (Centro de Ex­­perimentação e Segurança Viá­ria), único organismo brasileiro de pesquisa dedicado à segurança viária e veicular, para avaliar os carros.

Os resultados não poderiam ser melhores para uma marca que está entrando em um mercado tão competitivo. De acordo com os Índices de Reparabilidade da Cesvi, que avalia o custo e o tempo de reparo de um veículo, o J3 Turin obteve o segundo melhor desempenho na categoria sedã compacto e a mesma posição na classificação geral. Já o hatch J3 alcançou o terceiro melhor índice da categoria, sendo o quinto colocado entre todos os modelos avaliados. Nos quesitos visibilidade, danos a enchentes e segurança, os carros obtiveram 2,5 estrelas em cada categoria – a classificação é apresentada em um intervalo de 0,5 a 5 estrelas. A JAC foi a primeira chinesa a ser avaliada pelo instituto.

Os modelos já estão disponíveis na concessionária da marca em Curitiba (Avenida Mário Tou­­ri­nho, 1.380, no Campina da Si­­quei­­ra). Ambos oferecem um pacote completo de itens de série para a categoria, como air bag duplo, direção hidráulica, vidros e travas elétricos, freios ABS com EBD (distribuidor de força de frenagem), ar-condicionado, rádio/MP3 com USB, sensor de estacionamento, rodas de liga leve aro 15", faróis de neblina, faróis com regulagem elétrica do facho e suspensão traseira independente.

O J3 será vendido por R$ 37,9 mil e o J3 Turim, por R$ 39,9 mil. Os únicos opcionais são a pintura metálica, por R$ 990, e os bancos de couro, com o preço negociado na própria concessionária. O porte do hatch o coloca em pé de igualdade com Chevrolet Agile, Citroën C3, Fiat Punto, Ford Fiesta, Peugeot 207, Renault Sandero, Volkswagen Fox – apesar de a executiva da marca vender o produto com um concorrente para o VW Gol e o Fiat Palio, nas versões mais completas.

Os modelos sofreram 242 alterações em relação às versões originais comercializadas na China antes de vir para o Brasil. As mu­­danças foram estéticas e de en­­genharia, tudo para adaptar o veículo à condição do tráfego brasileiro e ao gosto do consumidor. "Tro­­ca­mos até a palheta do limpador de vi­­dro e a borracha da porta, pois não gostamos do barulho que fa­­ziam", informa o presidente da JAC Motors do Brasil, Sérgio Ha­­bib. Ele disse ainda que os produtos da JAC utilizam componentes de fornecedores renomados, co­­mo Delphi, Bosch e Con­­tinental, entre outras, numa tentativa de atestar a qualidade de seus produtos.

A linha J3 passou por longos testes, percorrendo dois milhões de quilômetros. Diante dos resultados satisfatórios, a JAC dá seis anos de garantia, sem limite de quilometragem, e assistência 24 horas nacional por dois anos após a compra, em parceria com a Porto Seguro. Para obter o benefício, claro, é preciso fazer as revisões agendadas. Mas, ainda segundo a montadora, são mais baratas do que o valor de mercado (já existe uma tabela de valores pré-definida).

Uma imagem comum associada aos veículos importados é a demora na reposição das peças. Segundo garantiu os executivos da JAC, com a infraestrutura montada no país, os futuros proprietários da marca não deverão sofrer com esse problema. O Grupo SHC, responsável pela vinda da JAC para o Brasil, instalou um centro nacional de peças, em Barueri (SP). O local, com área de 15 mil metros quadrados, tem um estoque superior a 10 mil peças. De acordo com Habib, pedidos feitos por concessionárias num raio de 500 quilômetros serão entregues no próximo dia útil, até o meio-dia. Outro diferencial anunciado pela empresa é o preço das peças, 10% mais barato que os concorrentes do hatch J3 e o sedã J3 Turin.

A rede de 46 concessionárias, todas inauguradas na última sexta-feira, dará suporte de pós-venda aos consumidores. Cada espaço conta com uma oficina com serviços completos e equipe técnica treinada na fábrica da JAC na Chi­na. A expectativa da mais recente debutante no mercado nacional é vender 35 mil unidades ainda este ano. Com a chegada da minivan J6 em junho, do sedã médio J5 (R$ 54,9 mil) em setembro e do compacto J2, previsto para o início de 2012, a parceria planeja negociar 50 mil unidades no ano que vem. É aguardar para ver o poder de persuasão dos novos chineses no Brasil.

O jornalista viajou a convite da JAC Motors do Brasil.

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