Clube organizado - Apaixonados conservam raridades
Como grande parte do brasileiro tem uma ligação familiar com este carro da Volkswagen, um grupo de paranaenses apaixonados fundou o Clube da Kombi em Curitiba (CKC), que na semana passada realizou uma exposição no Shopping Jardim das Américas. O médico Ronaldo Régis Möbius, presidente do clube, é dono de uma Kombi Super Luxo, 1968, motor 1500 cc, que nunca foi restaurada. A perua que está com apenas 20 mil quilômetros foi herdada de seu pai e no exame para receber a placa preta ganhou a nota máxima.
O técnico de qualidade da Electrox do Brasil, Marco César Rebuli, secretário do clube, depois de ter comprado sua Kombi 1975, há três anos, a transformou na versão Califórnia Bus. Para tanto, importou da Alemanha os pará-brisas basculantes e a cobriu de cores vivas (laranja e branco). Sua paixão pela Kombi é compartilhada com sua mulher, Lana Rebuli.
O advogado Dorival Piccolli Junior, tesoureiro do clube, usou por muitos anos no trabalho a sua Kombi, 1967, Super Luxo, 1.ª série, de 6 volts. Hoje a simpática senhora já não precisa mais pegar pesado no trabalho e já foi agraciada com a placa preta. Piccolli conta que ela só deixa a garagem para passear com a sua família.
Para o delegado Annibal Bassan Junior, a sua Kombi é utilizada no lazer. Membro do Grupo Paranaense de Safari, Bassan possui o motor home montado sobre o chassi da VW Kombi de motor à gasolina de 1600cc. A Kombi possui um dormitório de casal fixo (elevado acima da cabine), sala reversível para dormitório de casal, cozinha com pia, fogão e geladeira e banheiro com pia e chuveiro.
A Kombi é uma autêntica representante da economia brasileira nos últimos 50 anos. Ela pode ser encontrada nas feiras-livres, vendendo caldo-de-cana, transportando passageiros, entregando bebidas, levando a família para a praia ou até mesmo fazendo o papel de casa no camping.
O utilitário leve da Volkswagen desde que ganhou as ruas do país em 1953, inicialmente como veículo importado, continua com a mesma aparência de pão-de-fôrma. Porém, como dono de Kombi que se preza não quer saber de design ou potência, ela continua imbatível no mercado. Foram 13.259 unidades vendidas nos sete primeiros meses deste ano e quase 1,5 milhão produzidas em São Bernardo do Campo (SP) neste meio século.
A Kombi foi o último carro da marca a deixar de ter um motor refrigerado a ar e passar a utilizar o 1.4 Total Flex, que rende 78 cv com gasolina e 80 cv com álcool.
O nome Kombi vem do alemão Kombinationfahrzeug que quer dizer "veículo combinado" (ou "Veículo Multi-Uso"). Desenvolvido pelo holandês Ben Pon na década de 40, o projeto pretendia unir o conjunto mecânico do Fusca com os atributos de um veículo de carga leve. A produção do modelo começou na Alemanha 1950. O destaque era a carroçaria monobloco, suspensão reforçada e motor traseiro, refrigerado a ar, de 18.4 kW. Como teve uma enorme aceitação no mercado, a produção de 60 unidades diárias era insuficiente e havia fila de espera para a Kombi que, nos cinco primeiros anos, recebeu mais de 90 diferentes arranjos de carroceria, como míni-ônibus, picapes, carros de bombeiros, ambulâncias, transportadores de cerveja, furgões refrigerados para sorvetes, carros de leiteiro, de padeiro, açougues volantes, carros-mercearia, carros de entrega e veículos para camping.
Ao sair da fábrica, o monovolume tinha na frente dois faróis ovais, iguais aos do Fusca, porém em montagem horizontal, um grande escudo VW e vidros planos compondo um pára-brisa bipartido. Não tinha vidro traseiro. Na coluna das portas dianteiras ficavam as "bananinhas" para sinalizar quando da mudança de direção. Por dentro o volante de três raios era quase horizontal, como num ônibus, e abaixo deste ficava um mostrador redondo com o velocímetro, graduado até 100 km/h, e hodômetro. Um ano depois alguns detalhes melhoravam o furgão: vidro e pára-choque traseiros passavam a ser de série.
Saiba mais
O utilitário está disponível atualmente nas versões: Standard, Furgão, Lotação e Escolar.
A Kombi ainda é peça importante na logística de grandes corporações. Mais de 7 mil Kombis passaram pela frota da Souza Cruz e outras 2 mil pela frota da Elma Chips.
A linha de produção da Kombi fabrica 90 unidades do modelo por dia.
Governistas querem agora regular as bets após ignorar riscos na ânsia de arrecadar
Como surgiram as “novas” preocupações com as bets no Brasil; ouça o podcast
X bloqueado deixa cristãos sem alternativa contra viés woke nas redes
Cobrança de multa por uso do X pode incluir bloqueio de conta bancária e penhora de bens
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast