O cartão de visitas do Renault Kwid já foi dado na pré-venda: cerca de 20 mil unidades reservadas em apenas dois meses. Agora ele estreia nas lojas disposto a intimidar a concorrência e até mesmo flertar com o topo do ranking de vendas no país.
E a fabricante sabe disso, por isso investiu pesado na campanha de divulgação e lançamento do Kwid, tornando uma das novidades mais comentadas em 2017.
O modelo resgata o conceito de carro popular no Brasil e com alguns atributos que o deixa em vantagem no segmento de entrada.
Nada de inúmeras versões com uma infinidade de opcionais. Aliás, há apenas um equipamento extra: o sistema de som para a versão intermediária, por R$ 400.
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São apenas três configurações, com preços variando entre R$ 29.990 e R$ 39.990 - mais R$ 1.400 por pintura metálica ou branco Marfim.
Caso o consumidor encontre embutidos nos valores o tradicional ágio de mercado (especialmente quando se trata de novidade), ele pode efetuar a compra no próprio site da marca e escolher a concessionária Renault mais próxima para buscar o carro.
- Life: R$ 29.990
Quatro airbags (dois frontais e dois laterais), sistema Isofix para fixação de cadeirinhas e indicadores de troca de marcha e de condução. Inclui ainda rodas de aço aro 14 com supercalotas, predisposição para rádio, alerta de cinto de segurança do motorista, desembaçador traseiro, retrovisores e vidros manuais. - Zen: R$ 34.990
+ direção elétrica, ar-condicionado e travas e vidros dianteiros elétricos. Por R$ 400 a mais, inclui rádio com bluetooth e entradas USB e AUX. - Intense: R$ 39.990
+ retrovisores elétricos, faróis de neblina, computador de bordo, sistema multimídia com tela sensível ao toque e câmera de ré, apoio de cabeça traseiro central, abertura elétrica do porta-malas e chave-canivete, além de diferentes detalhes de acabamento externo e interno.
O baixo custo não está só na etiqueta, mas também nos planos de revisão (veja abaixo), serviços de pós-venda e peças. Quem comprou antes de estrear nas lojas, financiando pelo Banco Renault, ganhou 5 anos de garantia (dois a mais que o padrão) e as três primeiras revisões gratuitas.
Revisões | Kwid Life | Kwid Zen/ Intense |
10 mil km | R$ 349 | R$ 388 |
20 mil km | R$ 349 | R$ 388 |
30 mil km | R$ 349 | R$ 388 |
40 mil km | R$ 470 | R$ 509 |
50 mil km | R$ 349 | R$ 388 |
60 mil | R$ 349 | R$ 388 |
O Kwid ainda se posiciona entre as opções mais econômicas no segmento de entrada. O motor 1.0 SCe de três cilindros faz uma média mista (cidade/estrada) de 10,6 km/l com etanol e 15,2 km/l com gasolina.
O propulsor é o mesmo usado pela família Sandero/Logan, porém no Kwid recebeu ajustes para gerar uma potência menor, de 66/ 70 cv e 9,4/ 9,8 kgfm (gasolina/ etanol), e assim privilegiar o consumo de combustível - os valores originais são 79/82 cv e 10,2/10,5 kgfm de torque. O câmbio é sempre manual de 5 velocidades.
Consumo | Cidade (etanol/ gasolina) | Estrada (etanol/ gasolina) |
Renault Kwid 1.0 | 10,5/ 14,9 km/l | 10,8/ 15,6 km/l |
VW up! 1.0 MPI | 9,6/ 14,2 km/l | 10,6/ 15,3 km/l |
VW up! 1.0 TSI (turbo) | 10,0/ 14,3 km/l | 11,5/ 16,3 km/l |
Fiat Mobi 1.0 Fire | 9,2/ 13,5 km/l | 10,2/ 15,2 km/l |
Fiat Mobi FireFly | 11,3/ 13,7 km/l | 10,3/ 16,1 km/l |
Outro pilar para o sucesso pré-lançamento é a expressão usada pela Renault para definir o carro: “o SUV dos compactos”.
Sim, é difícil engolir essa definição pelo porte do veículo, mas a marca se baseia nas regras do Inmetro como justificativa. Os números de altura livre do solo (18 cm) e os ângulos de entrada (24º) e saída (40º) atenderiam os requisitos do órgão para tal denominação.
E, segundo a montadora, com esses valores ele pode encarar com naturalidade as imperfeições de vias urbanas, como valeta ou lombada, sem o risco de 'enroscar’. Lembrando que a proposta do Kwid é o uso urbano, sem qualquer pretensão off road.
Outra condição que faz a Renault vendê-lo como SUV é a posição elevada ao dirigir e o seu design, que lembra os utilitários esportivos da marca, especialmente na dianteira e nas caixas de rodas.
O modelo também oferece um bom espaço interno para um subcompacto. São 2,42 m de entre-eixos - igual ao do Volkswagen up! e maior que o do Fiat Mobi (2,30 m). O interior acomoda sem aperto quatro adultos, no entanto a largura mais estreita (1,47 m) impede uma terceira pessoa atrás.
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O porta-malas comporta 290 litros de bagagem, superior até aos do Chevrolet Onix (280 l) e do Volkswagen Gol (295 l), sendo apenas 10 l menor que o Fiat Argo (300 l).
Como é de se esperar, o acabamento nas portas e painel traz muito plástico duro, algo compatível com a intenção da fabricante em apostar mais nos preços agressivos do que entregar sofisticação aos ocupantes.
Reforço na segurança
Durante a fase de divulgação do subcompacto, a montadora destacou bastante os itens de segurança disponíveis, e não comuns à categoria. São quatro airbags (dois frontais obrigatórios e dois laterais) e duas posições Isofix para cadeirinhas de crianças.
O objetivo é melhorar a imagem trazida da Índia, primeiro país a lançar o modelo, de que é um carro ‘frágil’ por ter sido reprovado no crash test local.
A intensa procura mostra que o consumidor não deu muita bola para isso, no entanto, o Kwid só irá terá a chance de sepultar de vez essa história quando passar pelo programa de segurança do Latin NCAP, que realiza os testes de colisão em automóveis vendidos no Brasil e América Latina. Avaliação que deverá acontecer em breve.
A Renault se diz tranquila nesta aspecto, garantindo que a versão brasileira, feita em São José dos Pinhais (PR), é um outro carro. Houve um reforço da estrutura, que tem 30% de aço de alta resistência, e 80% das peças são exclusivas da versão brasileira. Até mesmo o pacote de equipamentos mais básico do Kwid nacional é superior ao indiano.
Desempenho urbano agradável
Ao entrar Kwid a sensação é de estar num modelo de segmento superior pela posição alta ao dirigir e o teto elevado.
O giro da chave faz surgir o barulho e a vibração típicas dos motores com três cilindros. Não chega a ser um incômodo, porém a montadora poderia ter atenuado isso para evitar reclamações de consumidores mais exigentes.
As dimensões compactas do carro e a direção elétrica leve e precisa tornam o dirigir na cidade bastante agradável. Fica fácil desviar do congestionamento e realizar manobras em espaços apertados.
O câmbio manual tem engates suaves e precisos, favorecendo trocas mais rápidas e ágeis. Vale observar que a transmissão é exclusiva do Kwid (importada do Chile), com dimensão e peso menores que a do Sandero/ Logan.
O congestionamento de São Paulo durante o test drive dificultou conhecer todo o potencial do motor, no entanto, foi possível perceber um comportamento adequado para a cidade.
Ele não propicia acelerações e retomadas vigorosas, o que não significa um atuação tímida. O propulsor tricilíndrico tem como uma das características despejar bom torque a baixas rotações, eliminado uma possível morosidade em saídas de cruzamento e semáforo ou em ultrapassagens e subidas.
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A terceira, e até a quarta marcha, dá conta do recado num ritmo natural da via, com velocidades de 40 e 50 km/h. O computador de bordo acusou uma média de 13 km/l abastecido com etanol, desempenho superior aos 10,5 km/l aferidos pelo Inmetro.
Lista de espera
Se você pretende comprar o Kwid, saiba de antemão que provavelmente só terá o carro na garagem a partir de novembro. Isso por que a pré-venda superou as expectativas da Renault em até quatro vezes, fazendo que novos lotes fossem oferecidos e a posterior entrega desses pedidos se estendesse até novembro. Mas o faturamento das primeiras reservas começa agora em agosto.
A fábrica teve até de ampliar a jornada de trabalho para o terceiro turno a fim de atender à forte demanda. Atualmente, são 60 carros feitos por hora.
De carona com o Hulk
Rodolfo BuhrerLa Imagem/ Renault
Um exemplo do forte investimento em marketing feito pela Renault para apresentar o Kwid é o vídeo publicitário que marca o início das vendas oficiais. Desenvolvido em parceria com a Disney do Brasil e o estúdio da Marvel, nos EUA, o clipe mostra a novidade ao lado do incrível Hulk.
O Kwid faz uso de possíveis atributos como robustez, segurança e tecnologia para desviar dos estragos feitos nas ruas pelo monstro verde que busca ‘esmagar’ um satélite artificial em rota de colisão com a cidade de São Paulo. Assista a seguir:
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