Paulo Costa e Aline Moro.| Foto: Fotos: Albari Rosa e Hugo Harada / Gazeta do Povo

Rodar em motos customizadas é um hobby desfrutado há 18 anos pelo curitibano Paulo Costa, 47 anos, gerente de Projetos em Tecnologia da Informação. Em sua garagem já passaram dez exemplares modificados. “Comecei com as japonesas, mas acabei indo para as modelos Harley, por encontrá-las facilmente no mercado e pelo acesso às peças”, diz.

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VÍDEO: Depoimentos de profissionais do setor e donos de motos customizadas

Recentemente ele retirou da empresa Cabeça de Ferro, de Curitiba, seu mais recente xodó: a ‘La Chica’. Trata-se de uma Harley Deluxe, ano 2012, que ganhou o estilo mexicano, com guidão alto, muita cromagem, pintura marmorizada com a técnica de desenho em estilo scallops, que passa a sensação de movimento e velocidade, e até folhas de ouro espalhadas pelo tanque.

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Apelidar o exemplar modificado é um atitude comum neste universo. Antes da La Chica, Costa teve a Helliquem, que fazia referência a um personagem do folclore francês conhecido como ‘cavaleiro do inferno’. A chopper tinha um visual bastante intimidador (veja aqui). Outro modelo do curitibano também possuía uma batismo de arrepiar: Reaper (‘Ceifador’).

Antes da La Chica, Paulo Costa teve a Hellequim, um projeto nascido do zero, sem um outro modelo como base.
Antes da La Chica, Paulo Costa teve a Hellequim, um projeto nascido do zero, sem um outro modelo como base.
A Reaper (“Ceifador”) também fez parte da garagem do gerente de TI.
A Reaper (“Ceifador”) também fez parte da garagem do gerente de TI.
A Reaper (“Ceifador”) também fez parte da garagem do gerente de TI.

A nome La Chica é mais simpático, porém o projeto é tão fascinante como os demais. As rodas saltaram das originais 16 polegadas para 21, os espelhos foram presos na mesa de suspensão, tal qual na Livewire, o modelo elétrico da H-D apresentada há dois anos. “Dá para ver melhor que eles posicionados acima do guidão”, afirma. Soma-se ainda o banco menor e os aros dos faróis, divididos em acabamento cromado e dourado.

“A grande pegada é construir na cabeça o tipo de customização que deseja. Por isso, é importante pesquisar antes em revistas, filmes e internet e escolher um modelo apropriado para gastar o menos possível na modificação”, aconselha Costa, que também buscou inspiração no seriado Biker Build-Off , feito em 2005 para a Discovery Channel e que está disponível no YouTube.

Segundo Costa, isso evita comprar peças aleatoriamente, como um banco high-tech e rodas com aro raiado que não combinam com o estilo old school aplicado nas personalizações de um modo geral. “Não pode haver conflito de gerações, misturar quatro motos numa só”, orienta o profissional de TI.

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Elaborar um projeto direcionado para o tipo de moto que tem na garagem é outra dica de Costa. Um modelo esportivo, por exemplo, pode virar num estilo Bobber (quando são eliminados alguns acessórios para deixar a moto mais leve e ágil). Optar por uma zero km, só se for colocar pequenas peças, como manopla e espelho, acrescenta ele. “Assim não perde a garantia e dinheiro na revenda”, salienta.

Virago ‘com rodinhas’

A bióloga Aline Moro, 30 anos, também é apaixonada por Harley e tem uma Deluxe literalmente parada na garagem de casa, em Curitiba. Uma pequena queda com uma Ducati Scrambler do marido Fábio Moro, 36 anos, causou uma lesão no ombro da esposa e a fez abandonar temporariamente a ideia de pilotar motos maiores.

Foi aí que uma Yamaha Virago, ano 2008, veio ao encontro de Aline. “Estava com receio dela parar de andar de moto após cair, então decidi comprar a Virago, mais leve e de preço acessível. Levei para a Legend Motors, que deixou o modelo japonês muito parecido com a Harley”, diz o administrador de empresas, que tem cinco motos diferentes em casa, da esportiva Kawasaki a uma big trail da Ducati.

Segundo o marido, ela agora viaja por todos os lados com modelo, mesmo sem a companhia dele. “Foi mexido no guidão, pintura, suspensão e adicionados peças de Harley. Não dá nem para identificar que se trata de uma Yamaha”, conta o marido.

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Aline até já superou o medo de andar em motos maiores e em breve vai tirar sua De luxe da garagem. “A Virago é como se a ela estivesse com rodinhas na moto. Chegou a hora de tirá-las”, compara Fábio, que gastou R$ 7 mil na aquisição do modelo e outros R$ 10 mil na customização.

Quando finalmente dominar a sua Harley, Aline não abandonará a Virago ‘custom’ que lhe ensinou a trocar o medo pelo prazer em circular por ruas e rodovias em duas rodas. “Ela disse que usará Virago para ensinar outras mulheres interessadas em aprender a pilotar uma moto”, revela o administrador.