Othon Bastos e Eva Wilma formam um tradicional casal em "O Manifesto"| Foto: João Caldas/Divulgação

Alerta

O farmacêutico Edmar Miyoshi alerta para os efeitos colaterais de outras medicações que podem atrapalhar o desempenho do motorista:

• Remédios contra a insônia e a ansiedade, com princípios ativos como o diazepam e o bromapezam, por exemplo, têm a função de facilitar o sono noturno, mas o efeito pode se estender durante o dia. Nos primeiros dias de tratamento, o condutor deve dar folga ao volante até o organismo adaptar-se ao medicamento.

• Os psicoestimulantes, de uso freqüente entre caminhoneiros (popularmente, conhecidos como "rebites") e por quem quer emagrecer (é o caso das anfetaminas), reduzem a necessidade do sono, mas também aumentam o cansaço físico e, conseqüentemente, diminuem o reflexo do organismo, o que pode resultar em graves acidentes nas ruas e estradas.

• Há remédios que causam miose, que é a diminuição temporária da pupila. Com a pupila contraída, o olho recebe menor quantidade de luz. Em trajetos noturnos, por exemplo, essa pouca luminosidade atrapalha a visão e pode prejudicar o motorista. Vários medicamentos podem ter esse efeito colateral. Até comprimidos contra cólicas podem causar miose.

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A chegada dos dias mais gelados do ano traz consigo sintomas de tosses e espirros, resultado de gripes e resfriados, as chamadas doenças de inverno. O tratamento desses problemas de saúde tão comuns neste período costuma ser feito com antigripais, anti-histamínicos e analgésicos adquiridos facilmente nas farmácias, sem receita médica. E o que isso tem a ver com automóveis? Muitos não sabem – ou se sabem, não dão a devida atenção – mas esses remédios têm efeitos colaterais que prejudicam os reflexos e podem causar acidentes no trânsito.

O médico otorrinolaringologista Leão Mocellin explica que descongestionantes nasais e antialérgicos têm princípios ativos, como a pseudo-efedrina, que atingem o sistema nervoso central e causam sonolência. Os anti-histamínicos, usados contra alergias e rinite, também causam sono e só devem ser usados com recomendação médica. "Os efeitos colaterais variam de pessoa para pessoa e de acordo com a dose ingerida", afirma o especialista.

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Durante o uso de qualquer remédio contra gripes, alergias e resfriados, o melhor é evitar o volante, especialmente se o motorista pretende viajar, recomenda o farmacêutico e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Edmar Miyoshi. "Em geral, esses medicamentos têm efeito prolongado, que varia de 12 a 24 horas", alerta.

Xaropes

Os xaropes contra resfriados também exigem cuidado. Mocellin chama atenção para o uso inadvertido. "Muitos têm na sua composição a codeína (substância originada do ópio). Assim, esses remédios, em grandes doses, poderiam ter efeitos alucinógenos e só deveriam ser vendidos com receita médica", o que na prática, nem sempre ocorre.

Mocellin salienta ainda que durante o tratamento de gripes e resfriados, a ingestão de bebida alcoólica é proibida porque potencializa o efeito do medicamento. Além disso, nunca é demais lembrar, dirigir alcoolizado é infração gravíssima, conforme o Código de Trânsito Brasileiro.

Para evitar problemas, o médico alergista Maurício Martins também recomenda que a medicação só seja feita com prescrição médica e que o paciente esteja atento para os efeitos colaterais que possa vir a sentir. "A qualquer desconforto maior, entre em contato com o médico e deixe a direção nas mãos de outra pessoa", acrescenta o especialista.

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Martins lembra ainda que os sintomas de gripes e resfriados, como o cansaço, dores de cabeça e pelo corpo, normalmente já indispõem o motorista e podem atrapalhar o bom desempenho no trânsito.