Ao volante
Sedã confirma má fama dos carros chineses
A aura negativa que paira sobre os carros chineses foi um dos temas tratados durante a apresentação do Lifan 530 à imprensa. E não era para menos. Embora chame a atenção pela relação de baixo preço e itens embarcados, ele decepciona logo que o condutor coloca os pés para dentro.
No interior, os plásticos usados em todo o painel e no console central ficam aquém da concorrência. Os bancos em couro da versão mais completa são confortáveis, mas aparentam ser feitos com material de baixa qualidade. E no momento de dar a partida, a sensação é de que o motorista tem em mãos um carro frágil, prestes a se desmontar a qualquer momento. Além disso, o que para muitos é mais do que um detalhe, o cheiro do carro lembra mais o de plástico barato que o de um zero km.
Apesar de o motor ser um 1.5, ele deixa a desejar em subidas mais íngremes, sendo necessário pisar, e muito, no acelerador para fazê-lo sair do lugar. Mas o sedã também tem os seus pontos positivos. O espaço interno é bom, principalmente para os ocupantes de trás. E a central multimídia, com GPS integrado, funciona bem aos comandos do usuário.
Para concorrer no disputado mercado dos sedãs compactos, a chinesa Lifan lança no Brasil o modelo 530, que oferece ao consumidor um carro com diversos itens de conforto e tecnologia por um preço mais em conta. O três volumes virá em duas versões: a 1.5, por R$ 38.990, e a 1.5 Talent, por R$ 40.990. Pela frente, o carro tem rivais de peso, como o VW Voyage, o Renault Logan, o Chevrolet Prisma e o Fiat Grand Siena, entre outros.
A carta na manga do 530 para encarar os adversários está em trazer desde a configuração mais básica direção elétrica, ar-condicionado, sensor de estacionamento, vidros e travas elétricas, computador de bordo com mostrador de consumo e autonomia, direção e banco do motorista com regulagem de altura e assentos traseiros bipartidos. O sistema de freios ABS é equipado com distribuição eletrônica de frenagem (EBD), há fixação Isofix de cadeiras para crianças, repetidores de setas nos retrovisores, sistema de partida safe on, que exige o acionamento da embreagem, e rodas de alumínio de 15 polegadas. Ao veículo soma-se ainda o sistema de som com CD, MP3 e entradas auxiliar e USB no console central.
Já a versão mais completa possui câmera de ré integrada ao sistema multimídia Navtech, que é dotado de uma tela de 7" sensível ao toque, com DVD, GPS integrado, bluetooth e entrada para cartão micro SD. Por R$ 1,5 mil a mais, o comprador pode levar o pacote opcional Hyper Pack, que traz bancos em couro 50% natural e 50% sintético e luzes diurnas de led. O motor disponível para as duas configurações é o 1.5 VVT, de 103 cv de potência a 6.000 rpm e 13,6 kgfm de torque a partir das 3.500 rpm, associado a um câmbio manual de cinco velocidades. Entretanto, ele é movido apenas a gasolina.
Expectativa
O Lifan 530 é o terceiro modelo da fabricante chinesa a desembarcar no Brasil, ao lado do utilitário X60 e do comercial leve Foison, e é também o segundo da marca a utilizar uma plataforma global o primeiro foi o X60. Com o lançamento, a chinesa tem como meta para este ano vender mil unidades até dezembro. Já para 2015, a empresa projeta um total de 4 mil sedãs comercializados, o que representa mais do que o dobro do volume total de vendas no Brasil até setembro deste ano.
Segundo levantamento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), nos primeiros nove meses de 2014 a marca emplacou 3.265 veículos, número inferior ao das suas principais concorrentes chinesas, a JAC Motors, com 6.806, e a Chery, com 6.712. Os carros da Lifan que circulam no país são produzidos na fábrica de Montevidéu, no Uruguai, sem, por enquanto, haver qualquer perspectiva de instalação de uma planta no Brasil.
A escolha do sedã compacto como o novo lançamento da montadora não é por acaso. Conforme a marca, o segmento é responsável por 17,5% do mercado automotivo nacional, atrás apenas dos hatches compactos, com 41,3%.
O jornalista viajou a convite da Lifan
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