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Você provavelmente já brincou de girar várias vezes o corpo sobre o próprio eixo. As sensações que se tem a partir da 10.ª volta são de tontura e uma falta de equilíbrio como se estivesse bêbado. Agora, imagine multiplicar esse número de voltas por oito e, ao invés do corpo, utilizar um carro para fazer o movimento. Só mesmo um "louco" se sujeitaria a tal proeza, ou melhor, só mesmo um Zé Louquinho.

Pois é por esse apelido pelo qual o piloto Alberto Aires Wierzbki, morador em Pinhais (na Grande Curitiba), é conhecido no mundo da arrancada e do show de manobras. Ele topou o desafio lançado pelo Clube Chevetteiros Curitiba e neste sábado, a partir das 17 horas, tentará quebrar o recorde mundial de zerinhos que é de 69 voltas, registrado no Guiness World Records ou Guiness Book – o livro dos recordes, como é conhecido no Brasil. A marca pertence ao australiano Dale Morrison, obtida em agosto de 2005, em Melbourne, na Austrália.

A façanha será a principal atração na abertura do Paranaense de Arrancada, que começa sexta-feira, no Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais. Dois diretores do Guiness Book Brasil virão do Rio de Janeiro para acompanhar e documentar, por meio de filmagens e fotografia, as manobras do corajoso piloto, de apenas 24 anos. Em seguida o material será enviado a Londres, na Inglaterra, onde está localizada a sede mundial da editora. O feito, se obtido, entrará na edição 2007 do livro.

Alberto Aires revela que não tinha o hábito de fazer zerinhos. O máximo que havia conseguido eram dez voltas. "O meu forte é o 360 graus (giro completo sobre o eixo dianteiro) e o drifting (manobra que consiste em cumprir um trecho de curvas com o veículo sempre de lado, derrapadando com as rodas traseiras). No entanto, fiz um teste há três semanas em Fraiburgo (SC) e o resultado foi satisfatório", conta o piloto, que foi bastante modesto na avaliação.

Na verdade, o desempenho foi impressionante. O seu Chevette 78, com motorzão seis cilindros do Opala, superou em três oportunidades o feito do australiano. No mesmo dia ele emplacou 74 voltas, depois 80 e finalmente rodou por 101 vezes. "Depois da quadragésima começa a embaralhar tudo. No fim do dia, estava completamente tonto", conta o piloto, que descobriu em solo catarinense que a manobra é melhor realizada quando feita no sentido horário. Segundo ele, no anti-horário o movimento é mais lento e aberto, há um desgaste mais rápido dos pneus e força demais o motor. "Fiz 30 voltas no máximo. Quando testei no sentido horário, saiu redondinho e pude ultrapassar o recorde", conta.

Zé Louquinho avisa que completará o desafio todo "no braço", sem o auxílio das válvulas que travam as rodas dianteiras – expediente muito usado em espetáculos, pois permitem que o piloto tire as mãos do volante e saia do carro durante a execução do movimento.

De acordo com Rafael Casagrande, gerente de marketing da Força Livre Motorsport, organizadora do evento, Alberto Aires não terá limite de tempo e nem a obrigatoriedade de bater o recorde no sábado. "Se algum contratempo, como a quebra do motor, impedir de completar as 80 voltas, ele poderá tentar novamente no domingo. Porém, a idéia é que consiga no sábado, pois, no dia seguinte, poderá fazer uma exibição especial para o público já como recordista mundial", explica Rafael.

Essa também é a intenção de Zé Louquinho, que prevê no máximo dez minutos para cumprir as 80 voltas. "Poderia fazer além da marca escolhida, como ocorreu em Fraiburgo, mas não quero exagerar para não assustar o pessoal do Guiness", brinca o piloto.

Quem quiser acompanhar de perto a façanha do chevetteiro e pegar o melhor lugar na arquibancada, o show está programado no meio da reta, a 200 metros da largada.

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