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      No primeiro semestre deste ano, proprietários de mo­­delos como o Vol­ks­­­­wagen Logus, Audi A3, Chevrolet Prisma e Volkswagen Quantum, que pretendiam vender seus veículos, tiveram mais dificuldades do que os donos de outros carros. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Auto­mo­tores (Fenabrave), esses são os mo­­delos que estão no fim da lista dos usados mais vendidos de janeiro a julho (veja quadro).

      O representante comercial Luís Antônio de Pieri, de Curitiba, sabe o que isso significa. Ele colocou sua Quantum 1989 à venda há pou­­co mais de um mês. "Estou anun­­ciando no jornal e coloquei uma placa de ‘vende-se’, mas ainda não deu certo", conta ele. Pieri está pedindo R$ 6,5 mil pelo carro, mas as pessoas interessadas que apareceram até agora só reclamam do preço, diz.

      O dono da AWM Comércio de Veículos, Carlos Araújo, confirma a dificuldade para vender esse modelo. Ele lembra que tinha na loja um ano 2002 e que conseguiu fechar negócio após o carro ficar seis meses no pátio. "Ainda tenho uma Quantum 1993 que está co­­migo há um ano", diz ele, mas o empresário já perdeu a esperança de conseguir vender esse veículo. "Estou até pensando em mandar como brinde em al­­gum outro ne­­gócio", brinca Araú­­jo.

      Comportamento

      Luís Antonio Sebben, presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Pa­­raná e diretor Geral da Fenabrave no estado, explica que há basicamente cinco fatores que pesam na hora da venda e determinam se a negociação será rápida ou não. O primeiro, aponta, é a relação que existe com a venda de novos. "Quan­­­to mais novos daquele mo­­delo circulando, melhor o desempenho de vendas dos seminovos".

      Também pesam o fato de o mo­­­delo ainda estar em fabricação, o preço de revenda e a qualidade da assistência técnica, aliada à facilidade de encontrar peças para reposição com bons preços. O consumidor tem, ainda, alguma resistência aos veículos que eram im­­portados e passaram a ser fabricados no Brasil, ou o contrário, se­­gundo Sebben. É o caso do Audi A3, que deixou de ser produzido aqui.

      Dicas

      Quem está no mercado não gosta muito de citar modelos quando o assunto é apontar os carros que têm menor facilidade de comercialização, mas deixam algumas dicas. O diretor de Relações Públi­cas da Associação de Revendedores de Veículos Automotores no Esta­do do Paraná (Assovepar), Gilberto Deggerone, afirma que o consumidor busca sempre um carro mais completo e que não seja tão velho porque as condições de fi­­nanciamento são sempre melhores para aqueles fabricados há menos tempo.

      Para Rubens Galvão, supervisor de Vendas de Seminovos da Servopa, os modelos de valores mais altos costumam ficar mais tempo nas concessionárias e lojas. Ele lembra que o dinheiro que o consumidor usaria para comprar um modelo desses pode ser investido em um carro mais barato, mas novo, por exemplo. Ele também cita o fato de o veículo ser completo como um fator que pesa na ba­­lança na hora da decisão do comprador.

      E há alguma coisa que o proprietário do carro pode fazer para ter mais facilidade na hora da venda? Osni Reinaldim, gerente Comercial de Seminovos do Grupo Barigui, diz que esses cuidados começam quando ele compra o carro. É recomendável escolher um modelo que esteja entre os mais anunciados, explica. Depois tem de observar o estado de conservação do veículo. "Não se preocupe com arranhões na lataria porque isso não deprecia o bem. O que é problema é uma batida estrutural, que coloca em risco a segurança dos ocupantes. Esse carro não é bem aceito no mercado", aponta Reinaldim. Ele cita, ainda, a importância de comprar um veículo sem multas e de quem fornece nota fiscal.

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