Curitiba é a cidade no país onde mais se pratica a customização radical. A afirmação é de uma das referências no segmento de personalização de motocicletas: Ricardo Machado Capistrano, 49 anos. Ele é o proprietário da Cabeça de Ferro, empresa da capital responsável por criar obras primas sobre duas rodas.
Seus trabalhos têm uma particularidade: por debaixo da pesada modificação existe um modelo da Harley-Davidson. O artista é especializado na centenária fabricante norte-americana. “Sempre andei de Harley e me profissionalizei nela. Tenho todo o ferramental voltado para mexer nos modelos da marca”, frisa Ricardo, que aponta a Softail como a melhor H-D para customizar, pela facilidade de encontrar as peças e, especialmente, pelo visual retrô e clean, que possibilita dar asas à imaginação.
VÍDEO: Depoimentos de profissionais do setor e donos de motos customizadas
A V-Rod e as Buggers (estilo touring) também estão na lista das mais procuradas. “A Sportster é o modelo mais barato da linha, porém não é a melhor para modificar devido à dificuldade de obter os componentes e de exigir muitas peças para um trabalho mais radical”, pondera.
Ele diz que o modelo custa R$ 20 mil, mas gasta-se outras 30 mil para customizá-la. “Uma Softail sai por R$ 30 mil e menos de R$ 20 mil para deixá-la modificada”, compara.
Pelo grau elevado de customização de seus projetos, Ricardo costuma fazer seis grandes motos por ano. “Hoje só consigo atender um pedido para o segundo semestre”, revela. Segundo ele, uma mudança leve consome 1 mês e meio de serviço, enquanto uma completa pode levar de 4 meses a 1 ano, com o cliente desembolsando, no mínimo, R$ 15 mil.
O artista da personalização diz que a alteração mais elaborada de uma moto significa gastar cerca de três vezes acima do valor de uma original. E o brasileiro tem a cultura de optar por um modelo novo para a modificação.
Diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, país referência no universo custom, onde as pessoas preferem adquirir um exemplar usado, gastando menos na moto e ‘investindo’ mais dinheiro na compra de peças para a transformação. “O brasileiro alia o status da customização com o de ter um modelo novo”, aponta.
Muitos acabam por customizar suas motos aos poucos, comprando as peças ‘a prestação’ devido ao tamanho da pancada no bolso. “Há projetos que demoram 1 ano para ficar pronto. É comum o dono decidir alterar a ideia pelo caminho. Isso alonga o prazo e também encarece o custo final”, diz o proprietário da Cabeça de Ferro, para complementar logo em seguida: “Comigo, o cliente tem total liberdade para idealizar seu projeto. O que fazemos é colher as informações do que ele gosta e colocar no papel, deixando o desenho mais próximo possível do que a pessoa imaginou”.
Quem busca a transformação de uma motocicleta tem de estar ciente de que o raciocínio é mesmo de quem curte tatuagem. De tempos em tempos, a tendência é cobrir mais o corpo, e no caso da moto, adicionar novas peças. É uma ponteira de escape, uma lente de farol, um pisca diferenciado...
“A mudança nem chega a completar seis meses e o dono já procura ampliar a personalização. É o tempo dele se capitalizar para novas aquisições de componentes. Ao fim de dois anos, o modelo torna-se completamente outro”, ressalta Capistrano.
O curitibano diz que a validade visual de um veículo customizado dura de 4 a 5 anos. Depois disso, ou o proprietário busca um novo projeto numa outra moto ou simplesmente refaz a atual com novas peças.
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