Motor do Symbol compensa falta de espaço

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Uma lacuna estava aberta na gama de carros da Renault brasileira desde que o Clio Sedan deixou de ser competitivo no concorrido segmento de sedãs compactos "premium", onde figuram modelos como VW Voyage, Peugeot 207 Passion, Ford Fiesta e VW Polo Sedan. A marca precisava encontrar algo novo que não fosse tão simples e de visual conservador como o Logan, nem tão grande, sofisticado e de preço elevado quanto o Mégane. A marca foi buscar então na fábrica da Argentina o Symbol, com motor 1.6 16V Hi-Flex e duas versões de acabamento: a Expression, que custa R$ 41.190; e a Privilège, por R$ 44.490. A novidade chega às concessionárias nas próximas semanas com a missão de provar que não é uma mera re-estilização do Clio três volumes.

Atributos ele tem para não deixar saudades do antecessor. A começar pelo visual, bem mais atual e que dá a impressão de maior porte – parece um híbrido de Clio, Logan e Sandero. O farol dianteiro é enorme e avança sobre o capô e os paralamas. Visto de lado, chama a atenção o acentuado vinco na linha da cintura, que vai dos faróis às lanternas traseiras. O modelo não traz aquele corte abrupto para o volume do porta-malas (506 litros) – isso elimina a sensação de ser um hatch adaptado. A parte traseira é realçada pela tampa do porta-malas alta e curta.

O bom nível de equipamentos também é outro atrativo. As duas versões vêm de série com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros, volante e banco do motorista com regulagem de altura e air bags duplos. A Privilège dispõe ainda de computador de bordo, rádio CD-Player MP3, faróis de neblina, retrovisores com regulagem elétrica, indicador de temperatura externa e rodas de liga leve aro 15 (a básica é de aço aro 14). O sistema ABS pode ser adquirido como opcional para as duas versões ao custo de R$ 1.500.

Impressões

A plataforma do Symbol é a mesma do Clio Sedan, o que significa interior apertado. No test drive realizado pela reportagem ficou claro que uma pessoa com mais de 1,80 metro irá se incomodar com a perna raspando na porta enquanto dirige. Além disso, a cabeça de quem está atrás quase encosta no teto. Apesar destes inconvenientes, a posição de dirigir é elevada e prazerosa. O painel de duas cores (escura em cima, clara embaixo), passa a noção de amplitude e o quadro de instrumentos privilegia os ponteiros , em vez dos imprecisos "risquinhos digitais" do Logan e do Sandero.

Rodando, o Symbol impressionou. Com potências de 110/115 cv (gasolina/álcool) e torques (força) de 15,2/ 16 kgfm, o sedã mostrou disposição para acelerar e retomar a velocidade desde baixa rotação. Os engates do câmbio manual de cinco marchas são precisos. A suspensão valoriza o conforto e mal se sentem as irregularidades do asfalto. Mesmo em velocidades mais altas, o condutor sempre tem o sedã nas mãos.