Foi-se o tempo em que as montadoras e concessionárias lembravam do público feminino apenas em datas especiais, como hoje, o Dia Internacional da Mulher. É que elas já representam entre 35% e 40% das vendas diretas de veículos no Brasil. Isso sem contar o poder delas sobre a decisão de compra de maridos, namorados e até de filhos. Neste caso, segundo profissionais do setor automotivo, as mulheres chegam a influenciar em mais de 70% das vendas.

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Por conta disso, várias concessionárias de Curitiba até oferecem um treinamento especial aos vendedores para que eles possam atender corretamente o público feminino. "Diferente dos homens, que estão mais interessados em potência, as mulheres querem mais informações sobre conforto, segurança, espaço e estilo", explica Ademilson Alano, gerente do novos da Florença, concessionária Fiat.

De acordo com Ricardo Kennedy, gerente de novos da Servopa, revenda Volkswagen na capital, as mulheres também se diferenciam dos homens no quesito equipamentos de série em um carro. "Os itens mais apreciados pelo público feminino são direção hidráulica, regulagem de altura do banco, ar-condicionado e travas nas portas traseiras, para crianças, no caso das mães. Também não pode faltar, é claro, o espelhinho no quebra-sol", salienta.

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As concessionárias também levam em consideração a influência de compra da mulher em seus negócios. "Muitas vezes a venda de um modelo zero-quilômetro já está praticamente fechada, mas quando marido leva a esposa para ver o carro, e ela não gosta, o negócio muitas vezes dá para trás", conta William Almeida, gerente de veículos zero-quilômetro da Globo Renault.

Segundo os gerentes de concessionárias de Curitiba, é folclore que existe "carro de mulher". Mas eles revelam que o público feminino, normalmente, é seduzido por algumas características num automóvel. Os jipes e monovolumes, por exemplo, são muito procurados pelas mulheres pois permitem a elas ficarem numa posição elevada, o que garante maior visibilidade e presença no trânsito. Já o espaço interno é apontado como um diferencial de minivans e peruas, principalmente, se há filhos para serem transportados.

Edna de Cássia Santos, 35 anos, é apaixonada por sua minivan Renault Scénic. O monovolume é seu companheiro diário para levar os três filhos para a escola, ao trabalho e às compras. "Já tive outros carros, mas gosto muito do modelo, pois tem bastante espaço interno e é alto, o que garante uma boa visibilidade", observa a diretora de escola. Também pesou na compra o fato do veículo vir de série com direção hidráulica e travas nas portas. "Já tive carro sem direção e sei como é cansativo fazer manobras. Não abro mão deste item e das travas para proteger as crianças", finaliza.