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Parceria da Nissan com empresa de transporte de carga expresso ajudou a desenvolver a futura van elétrica e-NV200, que será lançada no Salão de Genebra | Divulgação
Parceria da Nissan com empresa de transporte de carga expresso ajudou a desenvolver a futura van elétrica e-NV200, que será lançada no Salão de Genebra| Foto: Divulgação

25 é o número de unidades do Leaf que circulam como táxi no país – 15 no Rio de Janeiro e 10 em São Paulo. Há também outras duas unidades usadas pela Polícia Militar carioca.

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Táxis mundo afora

Em meio aos milhares de táxis amarelos do Rio de Janeiro, 15 deles têm sido bastante disputados pelos passageiros. Todos querem aproveitar a corrida para conhecer mais de perto o Leaf, o modelo puramente elétrico que circula na frota carioca desde o ano passado. A parceria com a prefeitura local e a Petrobras vai até 2016, ano em que a capital fluminense recebe os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A Nissan é uma das patrocinadoras do evento e, além de transportar turistas com o elétrico mais vendido no mundo (mais de 120 unidades já foram emplacadas desde 2009), fornecerá cerca de 4,5 mil veículos da sua gama para uso na Olimpíada. A cidade de São Paulo também foi contemplada com 10 unidades do Leaf para os taxistas.

A Nissan tem apostado pesado para tornar o seu modelo e-NV200 como o táxi oficial de algumas das maiores cidades do mundo. Além de Tóquio, Nova York já utiliza a versão a combustão com motor 2.0, de quatro cilindros, produzida no México, que substituiu o tradicional e nada ecologicamente correto sedã Crown Victoria, equipado com um ultrapassado motor V8 de 4.6 litros. A opção elétrica entrará na frota assim que for lançada.

Barcelona é outra que usará o modelo para transportar passageiros, só que estreará na versão movida a bateria. O modelo elétrico é fabricado na cidade espanhola, que será a primeira no mundo a ter toda a frota de táxi com emissão zero de poluentes.

Até o fim do ano, o e-NV200 também rodará em Londres. Mas, para agradar os tradicionais ingleses, a Nissan apostou em um visual diferente para o carro, aproximando-o do TX4, modelo que serve como táxi na capital inglesa desde 1984 e que atualmente está na mão da chinesa Geely. Entre as semelhanças estão o farol redondo, a grade remodelada e a cor preta. A versão elétrica entrará na frota londrina a partir de 2015.

  • O protótipo que rodou no país trazia um nível elevado de tecnologia para um utilitário comercial leve
  • O projeto-piloto do Leaf táxi no Rio vai até os Jogos Olímpicos de 2016
  • A van e-NV200 substituiu o tradicional Crown Victoria em Nova York
  • Com o e-NV200, Barcelona será a primeira cidade no mundo a ter a frota de táxi puramente elétrica
  • O tempo de recarga em uma tomada de 200 volts é de 4 horas

A Nissan é, atualmente, a montadora que mais está preocupada em pressionar o governo brasileiro a conceder incentivos para que o carro elétrico se torne uma realidade no país. Pelo menos, é o que se percebe com as ações promovidas recentemente pela marca. Os japoneses fecharam parceria com as prefeituras do Rio de Janeiro e de São Paulo e incorporaram o Leaf na frota de táxi. Durante as últimas quatro semanas um protótipo do e-NV200, a versão elétrica da van comercial leve vendida em mais de 200 países, rodou pelas ruas do Rio em uma parceria com a FedEx Express, a maior empresa de transporte expresso do mundo.

A intenção da Nissan não é vender o Leaf e o e-NV200 no Brasil neste momento, mas dar visibilidade aos modelos e à marca enquanto espera a viabilização de um mercado nacional também plugado na tomada. No ano passado, a Anfavea (associação que reúne as principais montadoras) entregou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior um projeto que engloba elétricos e híbridos. Nele, estão previstos duas fases visando à promoção de novas tecnologias de propulsão para automóveis: primeiro, a importação seria incentivada com a mesma vigência do programa Inovar-Auto, com início imediato e valendo até 2017. Haveria uma cota de importação de veículos por empresa, com aumento progressivo, adicional à importação já aprovada pelo novo regime automotivo. A segunda fase estimularia a produção local com desenvolvimento de engenharia e fornecedores.

Luiz Moan, presidente da Anfavea, admitiu que a política para elétricos deverá sair ainda neste primeiro semestre. "Um dos primeiros passos para a nacionalização será a substituição dos motores híbridos a gasolina pelos flex, que podem rodar com etanol, principal matriz brasileira", disse o dirigente ao site da associação dos concessionários Nissan.

A montadora japonesa assinou um protocolo de intenções com o governo carioca para obter benefícios no uso do carro elétrico no estado, "mas nada relacionado a uma futura produção", despista Anderson Suzuki, gerente de Novos Negócios da montadora. Caso o Leaf venha a ser vendido no Brasil, há possibilidade de ele ser produzido na nova fábrica da marca, que está sendo erguida em Resende com capacidade produtiva para 200 mil unidades/ano. De lá, sairão o novo March e Versa, além de um futuro SUV compacto – a outra planta japonesa no país fica em São José dos Pinhais, de onde saem a família Livina e a picape Frontier.

Segundo Suzuki, a vinda de um veículo elétrico nas regras atuais implicaria em, no mínimo, 25% de IPI tributado sobre o veículo movido a eletricidade. "Pagaríamos a mesma taxa de um modelo com motor V8, altamente poluidor", compara o Suzuki, referindo-se ao fato de o carro movido apenas a bateria ter emissão zero de gases nocivos ao meio ambiente.

Andamos no segundo carro elétrico global da marca

O protótipo e-NV200 que circulou pelo Rio de Janeiro faz parte do programa global de avaliação da Nissan e de desenvolvimento do veículo, que será apresentado oficialmente no Salão de Genebra (Suíça), no mês que vem. A unidade observada por aqui segue agora para os Estados Unidos, onde integrará a frota da FedEx para a entrega rápida de cargas .

O caderno Automóveis, Motos & Cia teve a oportunidade de dirigir a van no estacionamento do estádio do Macaranã, no Rio. O protótipo é uma das quatro unidades que existem no mundo. Fabricada em Barcelona, na Espanha, a van 100% elétrica começa a ser vendida na Europa até julho. Curiosamente, o mercado japonês só receberá a novidade no fim do ano. Depois disso, o carro chegará a outros países, como EUA e China, inclusive na versão para passageiros, com cinco lugares.

O segundo carro elétrico global da Nissan utiliza o mesmo conjunto mecânico do Leaf, com alguns ajustes no motor e transmissão para trabalhar em condições mais severas. O utilitário traz componentes que o deixa muito próximo da versão final que estreará em breve. O nível de sofisticação é acima da média para um modelo voltado para o transporte de cargas, com equipamentos como controle eletrônico de estabilidade, câmbio automático, sistema de regeneração de energia para a bateria (por acionamento dos freios), monitor do funcionamento das baterias, câmera de ré, além de portas corrediças nos dois lados do carro e volante multifuncional.

Também é possível programar, por meio de um aplicativo de celular, a hora da recarga, o acionamento do ar-condicionado, entre outras funções. A capacidade de carga é de 4,2 mil litros.

Assim como o Leaf, o e-NV200 se destaca pelo silêncio e o conforto a bordo. Não se percebe o propulsor trabalhando quando ligado. O único barulho é o do rolamento dos pneus no piso. Conforme a montadora, o bloco elétrico reduz em 70% o nível de ruído em relação ao NV200 a combustão.

Uma característica nos veículos elétricos é a despejo de toda a força assim que o acelerador é pressionado. No caso do furgão japonês, são 28,5 kgfm de torque para um motor que gera 109 cv (80 kW). De acordo com a fabricante, o custo de manutenção da versão elétrica é 20% menor comparada ao NV200 a gasolina. E como o apelo do carro é voltado para a redução do impacto ambiental, a diminuição das emissões de CO2 (gás carbônico) na atmosfera alcança 1.700 toneladas em cinco anos, considerando uma frota de 100 carros.

A autonomia é de 170 km com uma carga de bateria (íons de lítio), que pode ser recarregada de três formas: via tomada de 110 volts, só que levaria 22 horas para ser completada; em uma rede de 200 volts, com duração de quatro horas; e pela chamada recarga rápida, que requer apenas 30 minutos para repor 80% da carga total em uma estação de recarga de 400 volts, como as disponibilizadas para os táxis Leaf no Rio de Janeiro e São Paulo.

Jornalista viajou a convite da Nissan.

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