É regra de mercado: seguro automotivo contratado por mulheres tem o valor da apólice mais reduzido do que o de homens. Não é bem assim.
Apesar de as estatísticas mostrarem que elas são mais cuidadosas ao dirigir, envolvem-se menos em acidente e cometem menos infrações de trânsito, um levantamento em cinco grandes cidades paranaenses revela que as que se encaixam no perfil de 45 anos ou mais, casadas e com filhos, chegam a desembolsar 11% a mais do que o homem pela cobertura do carro.
A constatação foi obtida no Paraná pela Bidu Corretora, especializada na cotação e contratação de seguro online. A empresa cotou três diferentes seguradoras e apurou os valores da apólice de dez dos carros mais vendidos no país nos municípios de Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu.
E apenas as condutoras da fronteira gastam menos que os homens, no entanto a diferença é mínima: 0,53% (o que dá menos de R$ 30 na média).
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Cascavel foi a cidade que apresentou a maior distinção porcentual no custo da apólice. Enquanto a média do valor para os dez automóveis mais emplacados do país ficou em R$ 2.626 no perfil feminino de 45 anos, no masculino o preço girou em R$ 2.359, o que dá 11,35% de diferença. Já em Curitiba, o custo maior para a mulher é de 6,12% (R$ 2.631 ante os R$ 2.479 do homem).
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A proprietária de um Fiat Strada zero km em Cascavel pagará o prêmio mais salgado pela proteção da picape pequena dentre as cinco cidades pesquisadas. São R$ 6.496 no perfil de 25 anos, solteira e sem filhos. Achou caro? O homem, no mesmo perfil e município, terá de empenhar R$ 8.227 pela mesma cobertura.
Na outra ponta dos valores está a proteção de um Chevrolet Prisma adquirido em Londrina por um perfil fictício de uma mulher de 35 anos, casada e sem filhos. Ela gastará R$ 1.199, sendo o custo mais baixo apurado pela Bidu Corretora. Em Curitiba, por exemplo, o perfil semelhante desembolsará R$ 1.735.
Seguro é imprescindível
O seguro automotivo pode não ser um fator determinante na hora da compra do carro, mas não se pode abrir mão desta proteção nos dias de hoje. Ainda mais com os altos índices de roubos e furtos nas ruas e de um inesperado acidente de trânsito que pode pesar no bolso caso o veículo não esteja assegurado.
A empresa de cotação online explica que cálculo do valor do seguro é bem complexo, e varia bastante de seguradora para seguradora, assim como entre perfis, de acordo com estatísticas. No caso deste perfil de 45 anos, especificamente, os elementos analisados pelas seguradoras devem indicar maior risco para as mulheres do que para os homens.
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Consultamos também um corretor de seguros para entender essa amostragem e o entendimento dele foi muito parecido. “O índice de sinistralidade nessas cidades envolvendo o sexo feminino acima de 45 anos deve ter aumentado ultimamente, o que explicaria seguradoras distintas apontarem para um valor maior do que o cobrado para o homem”, deduz o profissional, que preferiu se manter no anonimato.
Segundo ele, a única certeza é que o número de motoristas femininas cresceu bastante de uns tempo para cá. “Basta ver nas garagens das famílias, onde a presença de dois veículos, no mínimo, está mais frequente”, salienta.
Pesquise bem
É preciso pesquisar bastante para contratar a seguradora que ofereça a apólice mais vantajosa, financeiramente e nas condições de cobertura. Uma corretora ou um corretor lhe ajudará bastante nesta tarefa.
Boa motorista
Nos demais perfis fictícios elaborados pela Bidu Corretora, a mulher faz valer o histórico de boa condutora nas estatísticas. O preço do seguro para elas é 20,41% mais barato em relação a eles na faixa de 25 a 35 anos de idade.
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Em Ponta Grossa, a mulher chega a desembolsar um terço a menos do que o homem na avaliação de 35 anos, com uma diferença de quase R$ 1 mil no valor da apólice.
Considerando todos os perfis apurados, o sexo feminino ainda tem uma imagem mais positiva ao volante do que o masculino. O custo médio para elas (considerando os dez carros selecionados) é de R$ 2.419 contra R$ 2.822 deles.
“Os dados históricos que as seguradoras acumulam mostram que mulheres em geral tem um perfil menos propenso a risco do que os homens”, ressalta Marcella Ewerton, coordenadora de conteúdo da Bidu Corretora.
Ela reforça que o cálculo das seguradoras para determinar o valor do seguro é bastante complexo, com diversas variáveis. “No caso da variação do valor pela cidade, as companhias levam em consideração os riscos oferecidos por cada região, analisando, por exemplo, as taxas de roubos e furtos de veículos, além das taxas de acidentes de trânsito.”
Quanto mais velho, mais caro
À medida que o automóvel vai envelhecendo, a tendência é que o gasto com a proteção encareça também. O custo com a reposição de peças e o conserto de modelos seminovos e usados acaba ficando mais elevado com o passar do tempo.
Veículos mais visados pelos ladrões também têm uma cobrança extra na contratação da apólice. “Roubos e furtos são um dos fatores que influenciam no valor do seguro. Para diminuir esse custo, parar o carro sempre em garagem ou estacionamento é o mais indicado, já que reduz o risco”, finaliza Marcella.
Confira abaixo a média de valores captada nas cinco cidades paranaenses pesquisadas pela Bidu Corretora - foram aferidas três companhias de seguros. A empresa também realizou um levantamento em outras seis capitais, além de Curitiba, porém considerando apenas o perfil fictício de um homem de 35 anos, casado e sem filhos.
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