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Detroit (EUA) – Tudo mudou na oitava geração do Honda Civic. O sedã médio ganhou um visual muito mais agressivo e esportivo. Os destaques ficam por conta dos faróis afilados, do pára-choques bojudo com uma grande entrada de ar, da inédita grade cromada com a marca da Honda ao centro e do pára-brisa bastante inclinado. Na traseira, menos arrojada, as lanternas invadem as laterais.

Mas é na cabine que as mudanças são mais profundas. Salta aos olhos o inédito painel de instrumentos – que também será oferecido no Civic brasileiro. Em primeiro lugar, os instrumentos são divididos em dois conjuntos: o conta-giros e as luzes de advertência formam uma peça única logo atrás do volante, enquanto o velocímetro digital fica numa posição elevada próximo à base do pára-brisa — num quadro onde também estão os mostradores de temperatura e nível de combustível. Todos os instrumentos são iluminados numa tonalidade de azul, com ponteiros brancos.

Para quem acha que essa disposição dos instrumentos poderá complicar a vida do motorista, a boa notícia é que a novidade só parece estranha num primeiro momento. Quando se olha para a frente, o velocímetro fica perfeitamente enquadrado no campo de visão e com o tempo até começa a ficar mais confortável as novas posições dos mostradores.

O espaço interno continua muito bom – evidenciado ainda mais pelo corte côncavo do painel e das laterais das portas. O carro cresceu 2 cm no comprimento (4,48 metros) e 8 cm no entreeixos (2,70 metros). O assoalho traseiro plano, já existente no modelo atual, abre espaço para as pernas de quem vai atrás – mas não espere que três pessoas fiquem confortáveis. O calcanhar de aquiles, no entanto, é o tamanho (ou aperto) do porta-malas: são apenas 340 litros contra os 402 litros do atual sedã.

O novo Civic continua a trazer duas características já presentes na atual geração do três volumes: o bom acabamento interno e a excelente ergonomia. Não há rebarbas nos encaixes de plástico e a qualidade dos materiais impressiona. Os botões do som e do ar-condicionado cresceram e estão mais fáceis de manusear. Destaque ainda para a nova alavanca do freio de mão, que fica integrada ao console central e abre espaço para dois porta-copos.

Na pista

A oitava geração do Civic estréia o inédito propulsor i-VTEC 1.8 16V de 140 cv, que aposenta os já conhecidos 1.7 16V, de 115 cv e 130 cv. Durante a avaliação, foi possível constatar que o três volumes ficou muito mais ágil com este novo motor, que é bastante silencioso e responde prontamente às pisadas no acelerador. Surpreendeu também a disposição do propulsor em baixos giros, algo muito bom para o trânsito urbano brasileiro.

Curiosamente, o novo Civic testado vinha equipado com um macio e preciso câmbio mecânico de curso curto. Entretanto, assim como lá fora, também haverá a opção da transmissão automática no país – que também deve garantir um bom desempenho ao sedã. Os dados de desempenho não foram divulgados pela marca japonesa, mas o três volumes tem consumo de 12,7km/l na cidade e 16km/l na estrada. No Brasil, a adoção do sistema bicombustível no motor 1.8 16V ainda é um mistério.

Roberto Couto - O repórter viajou a convite da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

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