No fim da década de 1980, início de 1990, a parceria da Honda com o então piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna saiu das pistas e chegou às ruas materializada no cupê NSX. O brasileiro participou do desenvolvimento do projeto e foi o principal garoto-propaganda do carro.
O célebre vídeo no qual ele passeia com um modelo vermelho pelo autódromo de Suzuka acabou eternizada. A primeira geração durou até 2005.
Dez anos depois, a Honda decide dar sequência à saga do NSX, apresentando uma releitura do veículo, com doses extras de modernidade, tecnologia e, é claro, muita potência.
Tivemos a oportunidade de acelerar um protótipo do carro, que está próximo da versão final, no Centro de Desenvolvimento da Honda, em Tochigi, nas imediações de Tóquio. A capital japonesa realiza o seu 44.° Salão do Automóvel, o Tokyo Motor Show 2015, e o NSX ocupa um lugar entre as estrelas da festa.
Longe do Brasil
O preço estimado nos EUA, onde é fabricado e estreia até o fim do ano, beira os US$ 150 mil (quase R$ 600 mil). As vendas começam até o fim ano sob a bandeira da Acura (divisão de luxo da Honda no mercado norte-americano). Em seguida será lançado na Europa. Ele terá como concorrentes diretos o Nissan GT-R (545 cv), Porsche 911 turbo (520 cv) e Audi R8 V10 Plus (550 cv). A ida para o Brasil, por enquanto, está descartada. E pelo jeito será difícil de acontecer, afinal o preço de importação passaria fácil de R$ 1 milhão.
O resultado visto na pista certamente deixaria Senna orgulhoso por ter feito parte do nascimento do carro. O superesportivo tem impressionantes 573 cv e 66 kgfm de torque, frutos dos três motores elétricos associados a um a combustão biturbo.
O bloco principal a gasolina está posicionado na parte central-traseira, bem próximo ao assoalho, a fim de baixar o centro de gravidade e proporcionar tocadas ainda mais seguras em velocidades altas.
Quanto aos propulsores elétricos, um fica atrás e os demais na frente, um deles encarregado de tracionar as rodas dianteiras.
Comparado ao antecessor, o novo NSX manteve o estilo cupê, o motor 3.5 V6 e as lanternas traseiras integradas. O conjunto mecânico se completa com o câmbio automatizado de dupla embreagem de 9 velocidades. A tração é integral.
Ao volante
O NSX surpreende assim que entramos no carro. É necessário um certo malabarismo para superar a baixa estatura do carro e a posição esportiva ao volante.
Ao apertar o botão de partida, surge um ronco vigoroso que denuncia a aptidão do veículo. Mas ao acelerar, o ruído é cortado pelo silêncio. Entra em operação um dos quatro modos de direção, totalmente elétrico.
O torque cheio está disponível desde a primeira pisada. Rapidamente, ele ganha velocidade.
Mas é no modo Sport+ que a adrenalina enche as veias. Uma pena que no test drive a velocidade foi limitada a 188 km/k - a máxima é de 307 km/h. Atingir esta marca era questão de segundos – o zero a 100 km/h acontece em apenas 3 s.
Nas duas retas longas do circuito oval era possível sentir o poder do veículo. O NSX entrega o desempenho de um superesportivo, mas com uma aceleração linear capaz de criar um ambiente confortável na cabine. Quase nada se ouve vindo de fora e a sensação de controle do carro é extrema. A cada toque no pedal direito era respondido com um ‘empurrão’ contra o banco.
*O jornalista viajou a convite da Anfavea
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião