Ao volante
Motor agrada e é silencioso
Andamos no Malibu por um trecho de 70 km pelas largas ruas de Detroit. Limites de velocidade baixos e retas quase infinitas permitiram ter apenas sutis impressões de como o carro se comporta. O motor 2.5 Ecotec, um aspirado com quatro cilindros e 200 cv a 6.300 rpm, comportou-se muito bem nas arrancadas e deu a entender que tem "pegada" caso seja necessário pisar mais fundo. O nível do torque é bom, disponibilizando 26,4 kgfm a 4.400 rotações. O câmbio automático de seis velocidades mostrou suavidade na troca das marchas.
O silêncio a bordo combina com o conforto transmitido pelo sedã de 4,86 metros de comprimento. O carro dispensa a chave do contato da ignição e usa o botão de partida para ser acionado, imprimindo mais modernidade na cabine. Já o freio de mão no pé deu lugar a um sistema elétrico, com botão que libera o carro para começar a andar, muito mais prático.
Para quatro pessoas, há espaço o bastante no carro, mas um quinto passageiro torna o banco de trás menos agradável. Com o assento ajustado (eletricamente) para um motorista alto, não sobra muito espaço atrás. Neste ponto, o Malibu aproveita mal seus 2,74 m de entre-eixos.
Saiba mais
O Malibu volta ao Brasil com a proposta de ser o anti-Fusion, da Ford
Topo da gama: O novo Malibu ocupará o lugar deixado pelo "finado" Omega australiano, que deixou de ser importado no fim do ano passado. Virá apenas na versão top, já que o Cruze foi bem aceito no Brasil, e tem versões à venda perto dos R$ 80 mil.
Vendas: Diferentemente do que acontece no mercado americano, onde o Malibu é carro de alto volume, no Brasil não é para se esperar que seja um campeão de vendas na categoria, pois, devido à importação, provavelmente a montadora continuará com a estratégia da geração anterior: limitar as unidades e fazer vendas apenas sob encomenda.
Suspensão: A suspensão independente na dianteira é do tipo McPherson com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Na traseira, four link. A rodagem 235/50 usa aro 18 polegadas.
84 foi o número de unidades vendidas no Brasil do Malibu em 2012 lembrando que ele mudou de geração nos EUA (da sétima para a oitava) no primeiro semestre. Em 2011, foram 1.383 unidades emplacadas, contra 1.401 em 2010 (as vendas naquele ano começaram em julho).
O novo Malibu tem sido visto em testes pelas ruas brasileiras e será uma das três novidades que a Chevrolet reserva para 2013 no mercado nacional as outras serão a versão sedã do Onix (chamada de Prisma) e o jipinho Trax (aqui atenderá por Tracker). A reportagem teve a oportunidade de andar no carro durante o Salão do Automóvel de Detroit (EUA), que encerrou há duas semanas. E conferiu que, além do visual redesenhado, o sedã médio-grande ganhou um banho de rejuvenescimento no interior e incorporou mais tecnologia.
Mesmo com as mudanças, o ar conservador foi mantido. Fato que gerou críticas no mercado norte-americano. Por isso, o chefão da GM, Dan Akerson, confirmou uma reestilização para o fim deste ano, com alterações na dianteira.
Por sinal, o carro chama mais atenção indo do que vindo. A traseira, com linhas que a deixaram mais robusta, recebeu um novo desenho das lanternas em formato quadrangular, que lembra as do Camaro. O resultado ficou interessante, afinal a lanterna anterior, com elementos redondos e um estranho prolongamento sobre a tampa do porta-malas, era de torcer o nariz.
Na frente, a grade do radiador continua dividida em duas, como manda a nova identidade da Chevrolet, mas um pouco mais estreita na parte inferior. Os faróis estão mais alongados.
Conectividade
A cabine no estilo dual cockpit está mais moderna, com forrações de couro sintético e materiais emborrachados em vez da profusão de plástico da geração anterior. O sistema de entretenimento evoluiu. No lugar do toca-CDs de antes foi colocado um sistema com tela retrátil de 7" sensível ao toque, que esconde um generoso porta-objetos. Por ali, o dono do Malibu entra na era da conectividade, com o sistema My Link. Só isso já faz o sedã parecer bem mais jovial.
No volante há controle do rádio, do computador de bordo, entre outras funções, e permite a troca manual de marchas. A posição do seletor de mudança que não ajuda muito: fica em cima da manopla, o que exige malabarismo com o braço para acioná-lo.
As portas e o painel têm detalhes imitando madeira, novamente para não fugir ao conservadorismo. A versão avaliada, a LT (intermediária), estava equipada com câmera de ré, opcional nessa configuração nos EUA. O ar-condicionado era dual zone e havia entrada para USB. Oferecia ainda sistema de alerta de colisão (que apita e emite sinal de luz quando o carro da frente diminui muito a velocidade), controle de estabilidade e assistente de frenagem de urgência, que aplica força completa do freio, dez airbags, entre outros itens.
Motor
O Malibu virá em versão única, provavelmente a top LTZ (nos EUA há oito configurações). A opção de motor deverá ser ou a 2.4, de 178 cv, que equipa o sedã na Coreia do Sul, ou a 2.0, de 200 cv, testada por nós. Nos EUA também há um bloco 2.0 turbo, de 262 cv. Este propulsor seria o mais adequado, uma vez que o Fusion chegou na versão turbo (240 cv) e ganhará uma 2.5 flex, por R$ 90 mil.
Sem contar que o rival também deu um salto de qualidade. E, por ser produzido nos EUA, o novo Chevrolet tem carga tributária maior que o Ford, mexicano. Se vier da Coreia, o Malibu deverá desembarcar na faixa dos R$ 110 mil. Já dos EUA, bem acima disso.
O jornalista viajou a convite da Anfavea
Malibu
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast