O terceiro utilitário esportivo médio mais vendido em 2010 no mercado brasileiro. Essa é aposta da Kia Motors com a chegada da nova geração do Sorento às concessionárias a partir de amanhã. A marca pretende vender 4.200 carros até o fim do ano, o que significa ficar atrás apenas de Chevrolet Captiva e Hyundai Santa Fe, isso começando o ano com cinco meses de atraso.
Pretensão demais? Talvez nem tanto. Basta olhar as mudanças realizadas no carro para perceber que a novidade tem tudo para tirar o sono dos rivais. Conforme já mostrou em outros produtos que desembarcaram há pouco tempo no Brasil, como o crossover compacto Soul e o sedã Cerato, a Kia acertou em cheio ao contratar o designer Peter Schreyer, o mesmo que criou o Audi TT. Os novos projetos da marca trocaram o conservador visual asiático pelo moderno estilo europeu, bem mais em sintonia com o gosto do consumidor brasileiro. O sucesso de venda dos dois modelos citados acima comprovam isso. Soma-se ainda o requinte tecnológico oferecido de série pelos carros sul-coreanos a preços bastante agressivos.
Com o Sorento não é diferente. As linhas da nova geração são mais limpas e retas. Os faróis ganharam novos desenhos e prolongam o contorno da grade, que adota o padrão visual da marca, comparado por Schreyer ao "rosnar de um tigre". Semelhante ou não, o efeito é interessante e dá um ar sofisticado e invocado ao modelo. No entanto, faltou alguma identidade para a traseira, que ficou muito parecida com a do Mohave utilitário top de linha da marca.
O New Sorento, como foi batizado, tem capacidade para até sete pessoas. Com a terceira fileira rebatida, o porta-malas chega até 1.047 litros de bagagem. Além do espaço, o interior agrada pelo capricho no acabamento. Os bancos podem ser revestidos em couro preto, bege ou ambos. O quadro de instrumentos em formato cilíndrico traz grafismos de efeito 3D e as peças plásticas no painel central e nas portas imitam aço escovado. Há dois detalhes que revelam o esmero da cabine: as portas vêm com iluminação vermelha embutida e o nome do modelo na soleira da porta da frente traz efeito iluminado.
O ar-condicionado é digital e pode ser de duas zonas. De série, o modelo ainda oferece air bag duplo, freios ABS, rodas de 18 polegadas, CD player com MP3 e entradas USB e auxiliar, bancos de couro, sensor de estacionamento, repetidores de seta nos retrovisores e acendimento automático dos faróis. Ao todo, são cinco versões de acabamento. A mais completa inclui teto solar duplo, câmera auxiliar traseira com a imagem projetada no espelho retrovisor, air bags laterais e de cortina, lugar para sete passageiros, faróis de xenônio, lanternas em LEDs e ar-condicionado também para a terceira fileira de bancos.
O modelo será comercializado com duas opções de motor: 2.4 litros (174 cv e 23 kgfm) e o V6 3.5 (278 cv e 32 kgfm). Como o segundo ainda está em fase de homologação e deve chegar às revendas somente no começo de junho, a reportagem avaliou o utilitário com o propulsor quatro cilindros os dois blocos são movidos a gasolina e acoplados a um câmbio automático de seis velocidades.
Antes de acelerar, ajustamos com facilidade a posição de dirigir, já que o banco do motorista da unidade testada tinha comandos elétricos. A chave não precisa ser usada. Basta estar no bolso para que o condutor possa apertar um botão e dar partida. Boa parte do trecho foi em rodovia, com um pequeno percurso em via urbana e subida de serra.
A aceleração e retomada foram sob medida, sem grandes surpresas. Mas a nova transmissão demora a responder o comando do acelerador e, dependendo da situação, chega a fazer o giro do motor bater 6 mil rpm para, então, realizar a troca. Inevitavelmente, o ruído do motor invade a cabine. A alternativa, principalmente em ultrapassagens e retomadas de velocidade, é a troca de marcha no modo sequencial. Apesar disso, em trecho plano a 120 km/h, o contagiros aponta 2.500 rpm e só se ouve o barulho do vento. Além disso, o propulsor 2.4 não deixa a desejar se levar em conta os 1.780 kg do jipão.
A suspensão independente nas quatro rodas é um pouco dura quando encara ruas esburacadas, valetas e lombadas típico dos utilitários , mas o dirigir se torna macio em piso regular de asfalto. Nas curvas em alta velocidade, a carroceria não apresentou inclinações maiores. Isso graças ao centro de gravidade 5,4 cm mais baixo que a geração anterior. A sensação de estabilidade garante confiança ao volante.
Segundo a Kia do Brasil, a versão mais comercializada será a 2.4, com tração integral e todos os equipamentos disponíveis, que tem preço sugerido de R$ 120.900. A versão mais básica parte de R$ 96.900 (confira todos os preços no link acima).
* * * * * *
O jornalista viajou a convite da Kia do Brasil.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião