Quanto mais novo o carro, maior será o gasto para reparar pequenas batidas, certo? Errado. Ao contrário do que muitos imaginam à medida que modelos vão saindo da fábrica, o gasto com esse tipo de serviço tende a diminuir cada vez mais. Exemplos são os recém-lançados Prisma (GM), Mégane (Renault) e SpaceFox (VW) que estão entre os veículos com os menores custos de conserto para estragos de pequena avaria.

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A constatação é baseada nos testes de impacto e reparabilidade feitos pelo Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), justamente um dos maiores responsáveis por essa redução. Há mais de dez anos a entidade realiza o CarGroup (Cesvi Automotive Ranking Group) a cada novo lançamento, antes mesmo dele chegar às concessionárias. Em seguida o classifica de acordo com o custo de conserto dos danos provocados. O ranking é definido por um índice, que varia de 10 a 60 – quanto menor o índice, menos dinheiro o proprietário irá desembolsar.

De acordo com José Aurélio Ramalho, diretor de Operações do Cesvi Brasil, as montadoras usam as informações do crash test para modificar itens que aumentam a classificação e, por conseqüência, os gastos com o conserto. "Quando o Ford Focus foi lançado, teve um custo de reparo mais alto, pois o farol de policarbonato ao ser atingido transferia a energia para o suporte, que quebrava e tinha de ser trocado. A Ford percebeu a falha e desenvolveu um kit de reparo para o farol, que vendia separadamente só o suporte, diminuindo o custo", lembra o executivo.

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Evolução

A partir do CarGroup várias montadoras modificaram as posições originais de algumas peças para evitar estragos maiores em caso de colisão. A Nissan, por exemplo, alterou o cárter da picape Frontier e a General Motors mudou o gancho de reboque do Celta.

Dos modelos lançados nos últimos quatro anos, três encabeçam os primeiros lugares com os menores índices: Fox, SpaceFox e Polo hatch, todos da Volkswagen, com classificação 10. Em seguida aparecem o 307 (Peugeot), com 11, e o C3 (Citroën), 13.

Entre os veículos que chegaram ao mercado brasileiro há menos de dois anos, praticamente todos estão abaixo do nível 21. Além do SpaceFox, já citado, tem o Prisma, versão sedã do Celta, que, inclusive, foi eleito o modelo com menor índice de reparabilidade de seu segmento. Registra 15 contra 19 do Fiesta Sedan (Ford) e 30 do Siena (Fiat). O sedã médio Mégane, com 18, também está a frente do seus rivais Corolla (Toyota), 22, e o Vectra novo (GM), 25. O Celta novo (GM) alcançou 18 no ranking, um a menos que o sedã Fusion (Ford). Já o cupê C4 (Citroën) surge com 21.

Na outra ponta da tabela estão o Marea (Fiat) que, apesar de relançando em 2005, apresenta classificação 38, enquanto a sua versão weekend está com 32, um acima do Astra hatch (GM). O campeão de custo é o furgovan Berlingo (Citroën), com 37.

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Seguro

O índice da Cesvi é usado também pelas seguradoras para estabelecer o valor de seguro, junto com uma série de outros fatores, como perfil do condutor e a cobiça dos ladrões pelo modelo. Segundo Antonio Cássio dos Santos, presidente da entidade, quando se compara um carro com outro no mesmo padrão, encontra-se mudanças brutais.

Ele cita o caso do Gol e do Fox, do Corsa antigo e do Corsa novo. "São diferentes. O carro mais novo é mais moderno. Ainda que sobre mesma plataforma, a fábrica prezou em colocar mais equipamentos de absorção de impactos. Um absorve mais e o outro, menos. Um estraga mais do que o outro", explica.

Além das seguradoras, o consumidor também pode recorrer aos índices quando está indeciso entre dois carros que têm a mesma faixa de preço e procura o mais barato. As informações são obtidas no site da Cesvi. Os números se mantém secretos até o carro ser lançado, mas, depois se tornam públicos. Apesar de fazer um teste de impacto, o diretor José Aurélio Ramalho enfatiza que não se avalia a segurança do veículo.

Serviço: www.cesvibrasil.com.br/proprietarios/cargroup.shtm.

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