Toda vez que precisa sair com o carro dá aquele friozinho na barriga, um dia antes a transpiração aumenta e as pernas ficam trêmulas? Talvez não saiba, mas é provável que você sofra de um mal conhecido como fobia de direção. O problema atinge homens e mulheres, na sua maioria habilitados para sentar ao volante mas que evitam ao máximo fazê-lo por fatores que vão desde a insegurança em encarar o trânsito ao alto grau de exigência consigo mesmo, que não permite cometer erros.
Apesar de se manisfestar em ambos os sexos, de cada dez pessoas que apresentam os sintomas, oito são mulheres, na faixa etária entre 30 e 45 anos. E, ao contrário do que muitos imaginam, possuem o perfil de pessoas maduras, organizadas e perfeccionistas, segundo aponta um estudo feito pela psicóloga curitibana Neuza Corazza, autora do livro "Vença o medo de dirigir. Como superar-se e conduzir o volante da própria vida", da editora Gente. "São pessoas extremamente responsáveis e inteligentes, que gostam de ter o controle da situação e, por isso, têm o medo de errar. Acham que, no trânsito, todos vão olhar para elas e fazer críticas sobre seus comportamentos ao volante", define a especialista, que batizou o problema de "Síndrome da Garagem".
Na empresária Lucinei Aparecida Espolador Tauil, de 40 anos, os sintomas da fobia de direção só apareceram depois dela ter tirado a carteira. Antes, quando ainda fazia o curso de direção na auto-escola, sentia segurança com o instrutor por perto. "Passei no teste do Detran sem problemas", recorda. No entanto, quando pegou o carro pela primeira vez sem ninguém ao lado veio o pânico. A sensação era de que o freio não iria funcionar quando tivesse que parar numa subida. "Achava que o meu veículo bateria no de trás, e este no outro que vinha em seguida e assim por diante. Só de imaginar minhas mãos suavam, começava uma tremedeira e ficava completamente encharcada de tanto transpirar", relata a moradora do bairro Guaíra, em Curitiba, que sentia receio até de tirar o veículo da garagem. "Me preocupava mais com as outras pessoas do que comigo. Acreditava que poderia machucá-las".
Foram longos 15 anos, muitos compromissos cancelados devido ao medo em dirigir e a "incômoda" dependência de caronas. "Você se anula", resume Lucinei. Até que decidiu procurar a ajuda da psicóloga Neuza Corazza, após ler o seu livro e assistir a uma reportagem sobre o assunto na televisão. Durante os seis meses de tratamento, a empresária aprendeu a controlar o carro, e não o contrário como a fobia fazia ela imaginar, e lidar com situações adversas no trânsito. "Para uma pessoa com pânico, uma buzinada já é o caos, desestrutura a ponto de travar os movimentos. Eu andava de janela fechada no início para não ouvir os comentários ou gritos externos direcionados para mim. Era horrível quando escutava. Hoje sei que o erro ao engatar uma marcha é perfeitamente normal. Que as pessoas ao redor também erram, e não é apenas o meu carro que morre no sinaleiro", enfatiza.
Lucinei já consegue circular com a janela aberta e, para não correr o risco de uma recaída, evita ficar muito tempo longe da direção. "Dou uma volta mesmo que não precise ir a lugar nenhum. Só o fato de ter o contato com o carro já me deixa mais segura", completa.
Serviço: Mais informações sobre o assunto no site www.cpemedos.psc.br ou pelo fone (0XX41) 3225-1689.
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