Você sabia que metade dos acidentes nas grandes cidades acontece a menos de 10 quilômetros da residência das vítimas? E que na maioria dos casos o não-uso do cinto de segurança é um dos principais fatores de traumatismos graves e as mortes? A constatação da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) é curiosa, porém trágica. Serve de alerta para quem costuma ir à casa dos amigos ou no mercado e deixa de utilizar o equipamento obrigatório por acreditar que não há riscos em percorrer poucos quarteirões.
Foi este o pensamento do advogado curitibano José Ricardo Fiedler Filho, 26 anos, ao sair de sua residência para visitar uma amiga a oito quadras de distância, no bairro Batel. Ao passar de uma via a outra na Visconde de Guarapuava ele perdeu o controle do seu Volkswagen Gol, que acertou o meio-fio e só foi parar no muro da igreja Santa Terezinha.
Resultado: um corte na cabeça, dores pelo corpo que já duram dois meses e a perda total do veículo. "Por não estar de cinto, quando vi que iria bater tentei amenizar o choque segurando fortemente o volante. Não teve jeito, a minha cabeça acertou o pára-brisa. Dei muita sorte. Se estivesse numa velocidade maior poderia ter me machucado mais", salienta.
Pode-se dizer que José Ricardo teve mesmo "sorte". Pois, mesmo em baixa velocidade as lesões podem ser irreversíveis. Testes revelam que se o carro colidir a 20 km por hora a cabeça do motorista e do passageiro da frente será projetada na mesma velocidade contra o pára-brisa. É o suficiente, por exemplo, para provocar a perfuração do globo ocular.
De acordo com o oficial de planejamento do Batalhão de Policiamento de Trânsito de Curitiba (BPTran), o tenente Alexandre Lamour Viana, boa parte das vítimas diz não acreditar no ocorrido justamente por morar perto do local do acidente. "Por conhecer o trajeto, a pessoa fica mais relaxada e distraída com o trânsito a sua volta, abrindo mão, inclusive, da colocação do cinto. A desatenção em pequenos percursos é tamanho que muitos até deixam em casa a carteira de motorista e o documento do veículo", destaca Lamour.
Mas não é só no banco da frente que algumas pessoas ainda teimam em pôr a vida em risco. Atrás a imprudência é de quase 100%. Dados da Abramet revelam que os mesmos motoristas que têm a preocupação em colocar o cinto assim que entram no carro, não costumam adotar essa postura quando viajam no banco traseiro.
Segundo Dirceu Rodrigues Alves, chefe do Departamento de Medicina Ocupacional da entidade, em caso de acidente, é comum o ocupante de trás, sem cinto, bater a cabeça na cabeça do motorista ou passageiro da frente. "Nessa situação, não é raro termos duas vítimas com traumatismo crânio-encefálico, por causa do não-uso de cinto atrás", afirma. Números do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) revelam que 80% das mortes de quem está na frente seriam evitadas se o passageiro de trás usasse o equipamento de segurança.
Vale lembrar que, pela lei de trânsito, o condutor também é responsável pelas pessoas que transporta em seu carro. Sendo assim, recairá sobre ele a multa de R$ 127,69 caso alguns dos ocupantes, inclusive os do banco traseiro, descumpram a regulamentação.
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