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Emerson Janoski tirou a placa preta para o seu Ford Maverick GT 74, aprovado com 98% de originalidade | Antônio More/ Gazeta do Povo
Emerson Janoski tirou a placa preta para o seu Ford Maverick GT 74, aprovado com 98% de originalidade| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Saiba Mais

Conheça os itens obrigatórios para a certificação

- É preciso se submeter à avaliação de um clube credenciado para que este comprove que o veículo em questão atende a uma série de exigências e emita o certificado.

- Somente veículos com mais de 30 anos podem tirar a placa preta.

- É necessário que o carro conserve os itens originais. Como muitas peças de carros antigos não são mais fabricadas, a exigência é que 80% das peças originais estejam no veículo.

- Estar em bom estado.

- Manutenção da cor original do veículo. Cores que não existiam na versão original não são permitidas.

- Não é necessário ter itens de segurança que não são originais de fábrica.

- Modificações mecânicas são desclassificatórias..

- Após obter o Certificado de Originalidade, o proprietário deve conservar o carro, já que avaliações anuais são exigidas para renovação.

  • Certificado de Originalidade

Para um observador menos avisado, avistar um carro com placa preta na rua pode ser motivo de estranheza. Todavia, mal sabe a pessoa que aquele pedaço de metal de cor escura com letras brancas é o objeto de desejo da grande maioria dos colecionadores de carros antigos.

Em 1997, a Lei 9503 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabeleceu que os veículos antigos, nacionais e estrangeiros, com mais de 30 anos e que mantenham suas características originais, seriam diferenciados dos demais automóveis por meio da placa preta. O objetivo da legislação é preservar a memória automobilística, medida que já era adotada em diversos países do mundo antes do Brasil.

O processo de pedido da placa preta tem, praticamente, duas etapas. Primeiro, o proprietário do au­­to­­móvel precisa procurar um clube de colecionador credenciado pelo Denatran ou pela Federação Brasi­leira de Veículos Antigos (FBVA) e autorizado a emitir o laudo chamado Certificado de Originalidade. Os profissionais vão avaliar detalhadamente todos os itens do carro. Além da originalidade das peças, o veículo precisa obter, no mínimo, 80 pontos. O processo não demora mais de uma semana.

"O modelo precisa ser original de fábrica, se tiver modificação na cor ou no motor, por exemplo, nem fazemos a avaliação", afirma Ciro Marques, presidente do Puma Clu­­be do Brasil, autorizado a realizar a ava­­lia­ção. "Se a roda não for original ou o friso estiver com pro­­ble­­ma, também perde pontos".

Geralmente, cada clube faz a avaliação dos seus modelos. Essa medida facilita o trabalho, já que é fundamental um bom e amplo conhecimento do modelo em questão.

Caso o automóvel seja aprovado, o proprietário, com o laudo em mãos, precisa ir ao Detran e solicitar a autorização da placa preta. "Dai, a coisa já é mais burocrática", diz Marques, fazendo ressalva de que o processo pode demorar algum tempo. Se o veículo não alcançar a pontuação miníma, o dono tem 30 dias para fazer as mudanças necessárias e retornar ao clube.

Há cinco anos, o corretor de imóvel Emerson Janoski passou com louvor pelo processo. O seu Ford Maverick GT 74 foi aprovado com 98% de originalidade. "A placa é importante pois garante a origem e também dá status para o veículo", aponta.

Custo

O gasto que o dono de um carro antigo terá para conseguir a placa preta é de aproximadamente R$ 250, entre emissão do laudo e gastos com o Detran. Cada entidade avaliadora tem uma tabela. No caso do Puma Clube do Brasil, a taxa para avaliação e emissão do laudo é de R$ 100. Já as taxas dos órgãos responsáveis pela emissão da autorização de uso giram em torno de R$ 120.

Além disso, anualmente, como existe a legislação, o carro precisa ser reavaliado e uma nova autorização emitida. Segundo o presidente do Puma Clube do Brasil, esse fato tem afastado os colecionadores da placa preta. "Isso é um complicador. As pessoas estão deixando de tirar a placa preta pelo incomodo que tem todo ano, além dos gastos", explica.

O próprio Marques não tem interesse em solicitar a permissão para o seu Puma. "Não existem vantagens perante a lei. Apenas mesmo a questão do status e a valorização do veículo", resume.

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