• Carregando...
Fernando Pianowski utiliza a buzina como uma espécie de radioamador | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Fernando Pianowski utiliza a buzina como uma espécie de radioamador| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Sirene é proibida

A legislação brasileira não impede o uso de buzinas eletrônicas ou a ar, mas estabelece certas regras. Uma delas, de acordo com o major Sidnei Tadeu Michelowski, do BPTran, é que seja instalada de forma independente à buzina original do veículo. "Estão previstos multa e retenção do veículo para posterior regularização caso as características originais do carro sejam alteradas", destaca. Ele informa que é expressamente vetada a buzina que simula qualquer tipo de sirene (polícia, ambulância, etc). "A lei impede conduzir o carro com acessórios proibidos, sujeito à multa de R$ 127 e perda 4 pontos na carteira", diz Michelowski. Ele orienta usar a buzina de forma consciente e necessária apenas diante de situações de perigo e na desatenção de pedestres ou motoristas.

  • O carro de Joacir Baida leva uma buzina a ar

"Fiu-fiu". "Sai da frente". "Dá licença". É impossível ficar indiferente às buzinas eletrônicas, vendidas em lojas de acessórios de Curitiba. A maioria das pessoas, inclusive, acha graça, mas quem é alvo da buzinada nem sempre leva na esportiva. Há também outros tipos de sons curiosos, como mugido de boi, grito do Tarzan, apito de trem e até hinos de clubes de futebol.

"Geralmente utilizo o buzina original do carro, mas têm alguns motoristas que merecem ouvir um ‘Dá licença’ ou um ‘Barbeiro’", diz Everton Martins, que instalou no carro um pacote que inclui as expressões "Oi gatinha" e "E aí doido", além do uivo de lobo e do choro de nenê.

As buzinas são vendidas em pacotes, normalmente com sete opções que misturam frases e sons diversos, ao custo médio de R$ 200 (incluída a mão-de-obra). A instalação é feita nas próprias lojas de acessórios automotivos. Segundo Diumar Rupel, proprietário da Personal Sound, a operação é simples: basta apertar um dos botões do teclado, que fica colado no painel do veículo. A variedade é extensa e algumas frases seguem bordões da moda. O comerciante cita a expressão ‘Maaano’, da personagem de tevê Pitbicha (interpretado pelo comediante Tom Cavalcanti), que até pouco tempo era a campeã de preferência no segmento.

Mas nem todos os toques soam como brincadeira despretensiosa. Há aqueles que são ofensivos, especialmente os direcionados às mulheres. "São grunhidos de certos animais e palavras chulas que acabam gerando muita briga e discussão no trânsito", ressalta o major Sidnei Tadeu Michelowski, subcomandante do Batalhão de Policiamento de Trânsito da capital (BPTran).

Além dos barulhos de animais e frases engraçadas, as buzinas que reproduzem apito de trem ou buzina de caminhão também estão entre as mais requisitadas. "Elas funcionam com ar comprimido, liberado por um cilindro no porta-malas, que pode ser carregado num posto de combustíveis após 10 ou 15 buzinadas", diz Joacir Baida, vendedor do Auto Vidros Santo Amaro, em Curitiba, que instalou uma de caminhão no seu veículo. "Outro dia vi que um carro iria cortar a frente de um ônibus numa canaleta. A manobra era proibida e havia o risco de um acidente. Usei a buzina de caminhão e ele parou na hora com o barulho produzido", lembra o vendedor. O preço da buzina a ar varia de R$ 220 a R$ 250.

Já o curitibano Fernando Costa Pianowiski tem uma buzina que imita um radioamador, na qual o som da voz é reproduzido pela corneta. "Ela vem com microfone para o motorista falar com quem está do lado de fora. Usei bastante no carnaval, mas esqueço dela no dia-a-dia para não arranjar confusão", salienta o comerciante, que pagou R$ 119 pelo "brinquedinho".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]