Um naufrágio ocorrido em março deste ano no Oceano Atlântico, nas águas entre França, Espanha e Portugal, levou à perda de quase 3 mil carros zero km que tinham como destino o Brasil.
Modelos importados da Porsche, Audi, Volvo, Mercedes-Benz e BMW foram parar no fundo do mar. Quatro dessas unidades eram exclusivíssimas, por serem edições limitadas e as derradeiras de uma linha de produção que havia encerrado um mês antes em Stuttgart, na Alemanha.
Os exemplares naufragados eram do modelo Porsche 911 GT2 RS, avaliados entre R$ 2,1 milhões e R$ 2,5 milhões, dependendo do grau de personalização.
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Ao invés de ressarcir financeiramente os clientes brasileiros, a marca alemã decidiu reabrir a linha de produção para fabricar novamente as quatro unidades exatamente como foram encomendadas.
Se o naufrágio tivesse acontecido dois dias depois, seria impossível repor os carros perdidos. Isso porque a planta iniciaria a adequação da linha para produzir a nova geração do 911 (denominada internamente de 992). E aí com o processo em andamento a fabricação dos quatro 911 GT2 RS (última versão da geração '991') ficaria inviável.
"Devido à natureza da situação e por considerá-lo um cliente altamente valioso para a marca, a Porsche decidiu reativar a produção deste modelo em sua fábrica e produzir o seu veículo em abril"
Carta da Porsche Brasil enviada aos compradores do GT2 RS à época do naufrágio.
Passados quatro meses do fatídico episódio, os carros já estão sendo desfrutados pelos seus proprietários. Eles desembarcaram em solo nacional no dia 8 junho, no porto de Vitória (ES), e de lá seguiram para as lojas Porsche Center, onde a encomenda foi feita.
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Três carros (de cores branco, preto e violeta) foram entregues no fim de junho aos clientes pela concessionária Stuttgart - dois em São Paulo e um em Curitiba - e outro, também em preto, seguiu para a Porsche Center BH, em Belo Horizonte.
Incêndio e resgate
No dia 12 de março, o cargueiro Grande America teve um incêndio em parte de sua carga quando navegava pelo Oceano Atlântico, a 330 quilômetros da costa francesa.
As 27 pessoas a bordo foram resgatadas; o navio, entretanto, afundou e levou para as profundezas toda a sua carga − incluindo cerca de 3 mil automóveis de diversas marcas, entre eles 37 Porsches, como Cayenne, Macan, 718 Boxster e 718 Cayman.
Além dos veículos, o navio também transportava produtos perigosos, como ácido clorídrico, ácido sulfúrico e óleo. Segundo a Guarda Costeira à época, a carga afundou a uma profundidade de 4 mil metros.
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Um carro de corrida
O Porsche 911 GT2 RS é a versão anabolizada do 911 Turbo. O desempenho é digno de carro de corrida. Seu motor 3.8, de 6 cilindros contrapostos biturbo, entrega 700 cv e 76,5 kgfm, associado ao câmbio de dupla embreagem.
O superesportivo de tração traseira é capaz de levá-lo de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos e atingir 340 km/h de velocidade máxima. É o mais potente e rápido Porsche para uso em estradas.
Sua última aparição mundial em público foi no Salão de São Paulo 2018. Ele exibe gigantescas tomadas de ar no para-choque dianteiro e asa traseira.
Para estes quatro compradores brasileiros, a Porsche fez mais que entregar os veículos: ela resgatou do fundo do mar a possibilidade de acelerá-los.
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